Engenharia 360

Mulheres que mudaram a engenharia e a ciência: Maria Goeppert-Mayer

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 20/03/2019 3 min

Mulheres que mudaram a engenharia e a ciência: Maria Goeppert-Mayer

por Larissa Fereguetti | 20/03/2019
Engenharia 360

A luta por igualdade salarial e de cargos se arrasta por muitos anos. Mesmo na ciência, muitas mulheres foram submetidas a salários e cargos baixos porque não eram aceitas como professoras ou pesquisadoras. Pior ainda é quando elas são vistas como “plano de fundo” da carreira do marido e precisam fazer um esforço enorme para mostrar que são muito mais que isso. Neste texto, que faz parte da série mulheres que mudaram a engenharia e a ciência, nós vamos falar sobre Maria Goeppert-Mayer, uma ganhadora do Nobel que levou alguns anos para ser aceita no meio científico.

Maria Goeppert-Mayer
Imagem: en.wikipedia.org

+ Quem foi Maria Goeppert-Mayer?

Maria Goeppert-Mayer nasceu em 1906 em Katowice, na Polônia. Ela ingressou na universidade em Göttingen em 1924. Nessa época não era comum ver mulheres na universidade. Sua intenção inicial era ser matemática, porém, ela foi atraída para a física. No período, a física quântica era muito recente e atraía muitos interessados.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Em 1930, Maria Goeppert-Mayer obteve seu doutorado em física teórica. No mesmo ano, ela foi com Joseph Edward Mayer, seu marido, para a Johns Hopkins University em Baltimore. Porém, como era a época da grande depressão, as universidades não cogitavam a ideia de contratar como professora a esposa de um outro professor. Alguns afirmam que a justificativa era nepotismo, mas ela foi contratada para trabalhar em um cargo de assistente no Departamento de Física com um salário muito pequeno – o que não exatamente eliminou o nepotismo.

Maria Goeppert-Mayer
Imagem: history.com

No entanto, a falta do emprego que aspirava não fez com que Maria Goeppert-Mayer desistisse da física. Ela publicou um artigo sobre decaimento radioativo em 1935. Em 1939, eles foram para a Columbia. Enquanto o marido lecionava no Sarah Lawrence College entre os anos de 1941 e 1945, ela trabalhou na separação de isótopos de urânio no S.A.M. Laboratory.

O casal se mudou para Chicago em 1946. Foi a primeira vez que Maria Goeppert-Mayer foi tratada como merecia e não apenas como um peso que acompanhava o marido. Ela foi professora no Departamento de Física e no Institute for Nuclear Studies. Além disso, trabalhou no Argonne National Laboratory.

Em 1960, eles foram para La Jolla, onde Maria Goeppert-Mayer trabalhou como professora de física. Ela faleceu em 1972, em San Diego.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

+ Como Maria Goeppert-Mayer mudou a engenharia e a ciência?

Na década de 1940, Maria Goeppert-Mayer desenvolveu um modelo matemático sobre configurações estáveis em um núcleo atômico que ocorriam com determinados números de prótons ou nêutrons chamados mágicos (2, 8, 20, 28, 50, 82 e 126). Alguns outros pesquisadores trabalhavam no mesmo assunto e tiveram a conclusão publicada antes dela.

Maria Goeppert-Mayer
Imagem: hackaday.com

Depois disso, Maria Goeppert-Mayer colaborou com o trabalho dos outros pesquisadores. Em 1963, ela recebeu o prêmio Nobel de Física junto com Hans D. Jensen e Eugene Wigner. Ela foi a segunda mulher a ganhar o Nobel de Física (a primeira foi ninguém menos que Marie Curie).

Primeiro, Maria Goeppert-Mayer precisou lutar para ingressar na universidade, onde caiu de amores pela física. Depois de formada, ela precisou provar que era mais que apenas a esposa de um professor e passou por empregos que não almejava até conseguir lecionar. Seu amor pela ciência foi maior que a vontade de desistir. Assim, uma das maiores lições que podemos aprender com ela é a de não desistir quando encontrarmos alguns empecilhos no caminho.

Referências: Interesting Engineering; The Nobel Prize.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo