Engenharia 360

Microalgas podem tratar efluentes e gerar energia

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 16/07/2019 | Atualizado em 15/06/2022 3 min

Microalgas podem tratar efluentes e gerar energia

por Kamila Jessie | 16/07/2019 | Atualizado em 15/06/2022
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Engenheiros mexendo com microalgas? É isso?

Sim. A gente costuma mencionar a versatilidade da engenharia e os diversos braços que ela pode usar para alavancar a ciência e tecnologia (trocadilho intencional) e isso é a mais pura verdade.

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microalgas
Imagem: ytimg.com

Profissionais de engenharia envolvidos em pesquisa têm como objetivo abordar as ciências básicas por meio de uma perspectiva de utilidade. E isso inclui várias áreas, dentre as quais a biologia.

Estudos com microalgas são mais comuns do que parecem e alguns deles buscam usar microalgas para tratar efluentes (líquidos ou gasosos). A partir disso, é possível gerar energia na forma de biodiesel pela biomassa de algas, ou até mesmo na forma de calor de incineração de resíduos. Achou estranho? A gente explica.

Tratamento de efluentes com microalgas:

Algumas espécies de microalgas podem ser cultivadas em efluentes. Nesse contexto, o que antes seria esgoto, adquire um status de meio de cultura de organismos. Esses meios de cultivo alternativos são, por exemplo, esgoto sanitário, resíduos de agroindústria, dentre outros.

O interesse disso na perspectiva do tratamento é a remoção dos nutrientes contidos nesses efluentes (nitrogênio, fósforo, etc.), que poderiam ser contaminantes ambientais em um cenário de descarte, mas importantes para o desenvolvimento das microalgas. No caso, os constituintes do esgoto acabam atuando como alimento.

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microalgas
Imagem: igem.org

Basicamente, as microalgas retiram os “poluentes” do efluente e utilizam eles para crescer. Desse modo, ocorre o tratamento do esgoto e uma melhora nos seus parâmetros de qualidade, permitindo, por exemplo, o descarte mais seguro para o meio ambiente.

Tudo isso acontece em um ambiente que permita a passagem de luz, ou seja, em um fotobiorreator. E daí vem a engenharia da coisa, em que há um sistema com variáveis controladas, manipulando os processos biológicos que passam a ter uma finalidade tecnológica.

Geração de energia:

Enquanto retiram os nutrientes dos efluentes, as microalgas se multiplicam rapidamente, promovendo o chamado aumento da massa de células. Mas e daí?

microalgas
Imagem: scielo.br

Conforme as microalgas crescem, são geradas grandes quantidades de óleo e biomassa em curto intervalo de tempo. Essa é uma alternativa à produção do que poderia ser alimento, por exemplo, para gerar biodiesel. Com isso, a gente foge da questão ética relacionada ao desmatamento e agricultura voltados para geração de biocombustível. No caso, realiza-se um ciclo fechado e, de certa forma, sustentável de tratamento de efluentes e geração de energia.

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E a gente faz isso no Brasil?

Fazemos sim! Há uma série de pesquisas nesse setor acontecendo nas universidades do país, com o objetivo de migrar a tecnologia para locais específicos que apresentem essa demanda e tenham efluentes que possam ser tratados com as microalgas.

Abaixo, essa reportagem do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Autossustentável Universidade Federal Tecnológica do Paraná ilustra um exemplo de uso das microalgas e uma equipe diversificada de engenheiros trabalhando juntos.

E você? Já trabalhou com microalgas?

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Kamila Jessie

Doutoranda e mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo, é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária.

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