A engenharia está mudando, em vários aspectos. O mercado pede há muito tempo um novo engenheiro. Um engenheiro mais empreendedor, um engenheiro que saiba formular os problemas e não apenas resolvê-los tecnicamente. Formular os problemas tendo em mente o usuário, ou seja, quem vai fazer uso da solução de engenharia.
O mercado quer engenheiros que saibam se comunicar bem com várias audiências e saibam trabalhar em equipe. Saibam unir, num único projeto, especialistas de várias áreas e fazê-los trabalhar colaborativamente. Mas isto não é mais novidade. As bocas já estão secas de tanto falar no assunto. O melhor é ver que está dando resultado.
Aqui e ali surgem iniciativas de mudança em várias escolas tradicionais do mundo, assim como novas escolas surgem, para fazer frente a esta nova demanda. O Insper em São Paulo e o Olin College em Boston são exemplos dessas novas escolas que já nascem na nova era.
Mas um aspecto ainda teima em permanecer resistente aos ventos da mudança: o percentual de mulheres nas escolas de engenharia e no mercado de trabalho da área. O relatório da EngenhariaData de 2013 aponta que temos apenas 18% de engenheiras no mercado de trabalho de engenharia. Além disso, uma rápida pesquisa nas bases de inscritos ao vestibular da Fuvest mostra que o percentual de candidatas inscritas para carreiras de engenharia são tão baixos quanto 10% para Mecânica, 12% para Mecatrônica e 11% para Computação, para citar as modalidades que o Insper acaba de lançar.
A cada dia que passa, temos recebido mais candidatas e alunas para visitas e atividades em nosso Fab Lab, o laboratório de fabricação digital que fica dentro do Insper. Isso mostra claramente que algo começa a mudar.
O mercado quer e o Brasil precisa de um engenheiro que possa inovar e a inovação, entre outros aspectos, alimenta-se da diversidade de visões, de pensamentos, perspectivas. É não é que ainda engatinhamos num dos aspectos mais básicos da diversidade?
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O Olin College nasceu com isto em mente e, desde a primeira turma, garante que seus processos de admissão produzam um corpo discente balanceado em termos de gênero: 50%/50%! E isto a partir de um pool de inscritos de 75% de homens. Quem está acostumado a passear pelos corredores das melhores escolas de engenharia do Brasil toma um susto ao andar por lá. Mas um susto bom. Na verdade um sopro de esperança.
As leis que regem os concursos vestibulares no Brasil não permitem ações afirmativas deste tipo. Então, temos que contar com esforços de atração de mais mulheres candidatas aos cursos de engenharia. E o que podemos esperar?
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Parece haver luz no fim o túnel. Não sei se pela componente de Design, ou de Empreendedorismo, ou ainda pelo inovador processo seletivo que valoriza competências de comunicação, trabalho em equipe e pensamento crítico, os cursos de engenharia do Insper parecem de fato estar atraindo mais mulheres. O processo seletivo que está com inscrições abertas para 2015 já conta com cerca de 20% de candidatas mulheres, chegando a 23% em Mecânica e Mecatrônica! Seja lá qual for a verdadeira razão, não é mera coincidência. Tomara que sejam ainda mais bem sucedidas no processo seletivo, para que avancemos na diversidade de gênero. A capacidade de inovação só tem a ganhar.
PS: Mesmo não tendo a mesma projeção nas listas de "Engenheiros do Século", quero deixar aqui uma homenagem a algumas mulheres de destaque na área da engenharia. Aqui vão algumas:
- Ada Lovelace (primeira programadora)
- Helen Augusta Blanchard (uma das maiores inventoras da era industrial. Tem a patente da máquina de costura zigzag)
- Mary Walton (foi uma pioneria da redução da poluição do ar na Revolução Industrial)
- Lillian Moller Gilbreth (conhecida como a Mãe da Administração Moderna e Primeira Dama Americana da Engenharia)
Nos vídeo abaixo, há mais detalhes sobre os cursos de Engenharia do Insper:
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