Juscelino Kubitschek foi um ex-presidente do Brasil, político de centro, que governou entre os anos de 1956 e 1961. Vale comentar sobre esse mandato aqui, no Engenharia 360, pois, apesar de breve, marcou bastante a história do país. Seu plano de desenvolvimento era bastante ambicioso. Com o slogan “50 anos em 5”, ele propôs o progresso pela inovação em diversas áreas. E especialmente a engenharia brasileira foi bastante impactada por essa visão. Saiba mais no artigo a seguir!
Contexto do governo de Juscelino Kubitschek
Para os historiadores, o governo de Juscelino Kubitschek, popularmente conhecido como JK, proporcionou um período de grande efervescência política e de desenvolvimento econômico acelerado para o Brasil. O mineiro que já tinha sido governador e prefeito da capital do seu estado, ganhou as eleições prometendo que iria impulsionar o desenvolvimento industrial do país. Para colocar isso em prática, traçou um plano de metas com foco em áreas estratégicas da economia.
Nos planos de JK havia 31 objetivos a serem alcançados; os mesmos eram divididos em cinco áreas prioritárias: energia, transporte, indústria (de base), alimentação e educação. Especialmente a transferência da capital do país, antes no Rio de Janeiro, para uma região mais central, agora Brasília, "incendiou" a construção civil, mobilizando muitos recursos e fazendo girar o mercado de forma extraordinária.
Claro que durante essa empreitada, o governo sofreu vários impactos e precisou superar diversos desafios, mas deixou um legado que ainda influencia o trabalho de políticos e engenheiros pelo Brasil e além.
Contribuições do plano de JK para a engenharia brasileira
1. Construção de Brasília
A construção de Brasília merece estar no topo da nossa lista, pois, de todo o sonho de Juscelino Kubitschek, talvez esse objetivo tenha sido o mais audacioso. O projeto da nova capital federal foi um marco na história da engenharia brasileira, com o plano urbano assinado por Lúcio Costa e o arquitetônico por Oscar Niemeyer. Quanto à execução, exigiu um esforço monumental, contratação de talentos e angariação de recursos de toda parte.
A saber, a sugestão de transferir a capital do Rio para o interior do país já tinha sido feita ainda no século XIX, mas foi JK quem "bateu o martelo" e convenceu o governo a concretizar tal ideia. O objetivo desse deslocamento era proteger o centro do poder de possíveis ataques estrangeiros e promover a integração do interior do país.
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Execução das obras
Por que Brasília é emblemática? Porque toda sua engenharia e arquitetura foge dos padrões tradicionais seguidos pelos profissionais na época de sua construção. Seus traços são modernos e conectados, realmente transmitindo um ar de progresso. E tudo foi feito em tempo recorde. Em poucos anos, o Brasil já tinha um novo Congresso Nacional, além do Palácio da Alvorada, sem contar a linda Catedral de Brasília. Isso era uma aparente prova de que o país estava apto a conduzir projetos complexos e inovadores, atraindo investimentos internacionais.
Claro que erguer Brasília não foi nada fácil; houve muita dificuldade com transporte de materiais - inclusive é por isso que tantas estradas e aeroportos foram construídos ou modernizados neste período, como veremos em outros tópicos deste texto. Operários de diversas partes do país, especialmente do Nordeste, seguiram para a nova capital em busca de trabalho. E para garantir a execução da obra, o governo criou a Companhia Urbanizadora Nova Capital (Novacap), sob o comando do engenheiro Israel Pinheiro.
É importante dizer que, nesse caso de engenharia para a construção de Brasília, fez toda a diferença a nomeação de especialistas técnicos para ocupação de postos-chave das obras. Especialistas garantem que essa foi a chave para o sucesso do projeto!
2. Criação da Rodovia Belém-Brasília
Outro projeto emblemático do governo de Juscelino Kubitschek foi o da criação da Rodovia Belém-Brasília (BR-010), impulsionando a engenharia brasileira e promovendo a integração nacional. Essa estrada serviria a partir de então como ligação entre a capital federal e a região amazônica. O governo de JK acreditava que essa obra traria muito desenvolvimento econômico para o Norte do país via transporte de pessoas e mercadorias, além da promoção da integração social e cultural da Amazônia.
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Claro que esse progresso teve um preço, que foi passar a estrada por áreas de floresta densa, rios e terrenos acidentados, o que exigiu da engenharia soluções inovadoras.
3. Criação da Usina Hidrelétrica de Furnas
A Usina Hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, foi construída no governo de Juscelino Kubitschek. Essa obra impulsionou demais a engenharia brasileira, possibilitando posteriormente a regularização do Rio Grande e a construção de mais oito usinas. Sua função é reter a água da chuva do reservatório, que pode então ser usada para consumo ou para irrigação. E ainda hoje essa infraestrutura é referência no setor energético, garantindo o fornecimento de energia elétrica para milhares de famílias.
A Usina de Furnas permanece como um modelo para outras grandes hidrelétricas no Brasil. Lembrando que estamos hoje vivemos um momento bastante crítico de nossa história, onde cada vez mais é crescente a demanda por energia. Neste contexto, investir em modelos semelhantes de engenharia, com geração de energia limpa e renovável, deve ajudar a estabilizar a economia brasileira e consolidar sua expertise.
4. Outras contribuições
Além da construção de Brasília, da Rodovia Belém-Brasília e da Usina Hidrelétrica de Furnas, o governo JK também realizou investimentos importantes em outras obras de engenharia:
- Expansão da Via Dutra (BR-116), ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, e da Rodovia Fernão Dias (BR-381), ligando São Paulo a Belo Horizonte, com foco em facilitar o transporte rodoviário do país e o escoamento da produção industrial.
- Incentivo à instalação de montadoras de veículos no Brasil, a exemplo da Volkswagen, Ford e Fiat, o que favoreceu a Engenharia Mecânica e Industrial nacional, estimulando a formação de mais profissionais nessas áreas.
- Investimento na modernização e construção de aeroportos, como o Aeroporto de Brasília, também para facilitar a logística e transporte no país, impulsionando o setor de aviação.
Veja Também: A arquitetura e traçado urbano de Brasília contados em imagens
Fontes: UOL.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.