Engenharia 360

Cientistas desenvolvem interface cérebro-computador que não precisa de gel

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 08/10/2019 | Atualizado em 30/06/2022 2 min

Cientistas desenvolvem interface cérebro-computador que não precisa de gel

por Kamila Jessie | 08/10/2019 | Atualizado em 30/06/2022
Engenharia 360
Pesquisadores desenvolveram um novo tipo de eletrodo para eletroencefalograma
que pode fazer exatamente isso, sem aquele gel grudento que os eletrodos convencionais
exigem. Além disso, o dispositivo não exige que o cabelo do usuário seja
raspado.
interface cérebro-computador que não precisa de gel
Imagem: aficionados.com.br

Lendo sua mente

Aquele papo de controlar as coisas pelo cérebro
está cada vez mais distante da ficção científica e próximo da nossa realidade. A
pesquisa para esse novo tipo de eletrodo flexível pode, em um futuro não
distante, ser um componente de interfaces cérebro-computador na direção de
veículos, por exemplo. A criatividade alimenta
as descobertas.

Uma das principais aplicações do
eletroencefalograma é na investigação médica de condições neurológicas. O
equipamento funciona por meio da detecção e organização de padrões no cérebro.
Para conduzir um eletroencefalograma, os técnicos da área de saúde, em geral,
utilizam um gel para aderir os eletrodos a diferentes regiões do escalpo do paciente.

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Entretanto, quem já teve de lidar com esse tipo
de procedimento entende as dificuldades depositadas sobre o usuário: possível irritação
na pele, uma complicação imensa para tirar o gel que possa ter grudado no
cabelo, dentre outras. Além dessa questão, há um fato que se volta para o
desempenho do equipamento. No caso, o cabelo do paciente pode interferir nos
sinais elétricos a serem detectados.

Eletrodo flexível gel-free para
eletroencefalograma

Nessas circunstâncias, profissionais empenhados em inserir conceitos de engenharia na medicina colocaram nanofios de prata em uma esponja de melamina disponível no mercado. A equipe montou 10 eletrodos em uma tampa de silicone flexível e mediu seu desempenho quando usados por pessoas com cabeças raspadas ou com cabelo. Na pele sem pelos, os novos eletrodos registravam ondas cerebrais e convencionais. Além disso, a flexibilidade dos eletrodos permitiu que eles funcionassem de maneira semelhante tanto na pele com cabelo quanto sem, ao contrário dos dispositivos convencionais. Um voluntário usando o boné poderia controlar um carro de brinquedo com sua mente, fazendo-o avançar, retroceder, esquerda ou direita. Os eletrodos são mecanicamente estáveis através de diferentes ciclos e movimentos e também são resistentes ao calor e ao suor.

eletrodo flexível
Imagem: pubs.acs.com

A intenção do grupo de pesquisadores era desenvolver um eletrodo de eletroencefalograma que fosse flexível, robusto e que não demandasse o uso do famigerado gel. Esse equipamento poderia ajudar os pacientes, a princípio, gerando mais conforto no procedimento. Porém, de uma perspectiva mais visionária, o dispositivo poderia, no futuro, compor equipamentos que permitissem às pessoas controlar tecnologias com o próprio cérebro. Mais um paço para tornar sci-fi real.


Fonte: American Chemical Society.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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