Nenhum país está totalmente pronto para enfrentar uma pandemia e isso é uma das coisas que o coronavírus está mostrando. É nessas horas que a engenhosidade de muitas pessoas pode salvar vidas: foi isso que aconteceu em um hospital no norte da Itália, o qual contou com a ajuda de um engenheiro e um empresário para usar uma impressora 3D para fabricar válvulas para um aparelho que auxilia na respiração.
O hospital em questão fica em Brescia, uma das áreas mais atingidas pela epidemia de coronavírus. Ao não conseguir as válvulas com um fornecedor, que não deu conta de acompanhar a demanda elevada, a forma mais rápida de adquiri-las foi via impressão 3D e, felizmente, a ideia deu certo.
Impressora 3D salvando vidas
O que nós ouvimos falar muito ultimamente é que o coronavírus pode atingir os pulmões dos pacientes e causar complicações, principalmente nos grupos de risco. No hospital, um dos métodos utilizados é conectar o paciente ao oxigênio. Para isso, é preciso uma válvula Venturi, que conecta as máscaras de oxigênio ao respirador, era a que estava em falta.
Quem levou a ideia para o hospital foi a Isinnova, uma empresa local. Ao saber da situação, o fundador da empresa, Cristian Fracassi, consultou o engenheiro mecânico Alessandro Romaioli e os dois partiram rumo ao hospital.
Como o fornecedor não revelou o projeto, eles redesenharam a válvula e começaram a impressão ali mesmo. As válvulas são relativamente baratas (cerca de um dólar cada). O problema é que levam cerca de uma hora para fazer cada uma e a empresa só possuía seis impressoras 3D. Fracassi, então, entrou em contato com outras empresas para ter mais ajuda.
Um dia depois, em 14 de Março, havia um total de 10 pacientes em monitoramento usando aparelhos respiratórios com as válvulas impressas. É provável que, devido ao grande número de casos, mais hospitais na Itália (e talvez em outros países) precisem das válvulas.
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Isso mostra como a inovação, a engenhosidade e a cooperação contribuem para respostas rápidas em caso de emergências, servindo como solução no caso de cadeias de suprimento interrompidas. Ainda, ressalta como a engenharia pode ajudar a salvar vidas diretamente.
Referências: Tech Xplore; BBC.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.