Acredite! Depois que Cristóvão Colombo chegou à América, em 1492, o Haiti se tornou o primeiro país do continente a conquistar a sua independência e a primeira república a ser liderada por negros, quando derrubou o domínio francês no começo do século XIX. Portanto, é uma terra de muitas histórias de sacrifícios, mas bonitas também. Infelizmente, o sofrimento chegou em diversos momentos para esse povo.
O Haiti foi invadido diversas vezes e sofreu intervenção dos EUA no século XX. Além disso, tem um longo histórico de ditadores, como François "Papa Doc" Duvalier e seu filho, Jean-Claude "Baby Doc". A primeira eleição livre do país só ocorreu em 1990, mas o eleito, Jean-Bertrand Aristide, foi deposto por um golpe no ano seguinte. Depois disso, o país empobreceu mais ainda. Hoje enfrenta infraestrutura e economia enfraquecidas. E para completar, está constantemente sob ameaça de terremotos e furacões.
Os últimos acontecimentos no Haiti
Terremotos
Terremotos são recorrentes no território do Haiti - há registros de 1887, 1842, 1770 e 1751. Isso porque existe uma falha geológica na linha leste-oeste - zona de falha Enriquillo-Plantain Garden -, e o país se encontra na convergência de duas placas tectônicas, a placa do Caribe e a placa da América do Norte, que se movem cerca de um quarto de polegada por ano.
Em 2010, o Haiti foi atingido por um grande sismo, que deixou 300.000 mortos. Em 2016, passou pelo país o furacão Matthew, que matou mais de 850 pessoas e deixou dezenas de milhares de desabrigados. Agora, em 2021, a região sul sentiu um tremor de magnitude 7,2 - considerado um dos dez mais letais dos últimos 25 anos. Seu epicentro foi a 10 quilômetros de profundidade no mar, por isso também foi necessário fazer o alerta de um possível tsunami. Nesta ocasião, centenas de pessoas morreram, embora as autoridades temiam por um número mais alto de vítimas, já que há centenas de desaparecidos.
Conflitos
Milhares de pessoas tiveram que sair de suas casas. Mas não foi só devido aos últimos acontecimentos. É que, desde o ano passado, a capital, Porto Príncipe, e cidades do entorno sofrem com confrontos entre gangues. Os rivais tentam controlar as regiões mais populosas da cidade, como Martissant, Cité-Soleil e Bel Air. E, enquanto todos tentavam enfrentar a Covid-19, seu então presidente, Jovenel Moise, foi assassinado.
Ciclone
Agora, o golpe final. Chegou no Haiti, nesta última semana, a tempestade tropical Grace, que se formou na região leste do Caribe carregando chuvas fortes e provocando enchentes e deslizamentos. É muita, muita, muita tristeza para o povo haitiano!
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Consequências na infraestrutura do país
De fato, o Haiti precisa, hoje, de muita assistência humanitária. Infelizmente, todos os esforços para reconstruir sua infraestrutura, depois do ocorrido em 2010, foram prejudicados por um sistema de ajuda internacional ineficiente, por corrupção e turbulência política, segundo os especialistas. E é óbvio que o que houve entre 2020 e 2021 só piorou demais a situação que já estava complicada!
Arquitetura
Foi noticiado recentemente pela mídia que cidades como Jérémie e Los Cayos tiveram o colapso de construções. E nestas e em muitas outras localidades, os habitantes viram suas moradias desmoronarem. Mas a maior perda para o patrimônio arquitetônico do país foi os estragos irreparáveis na Igreja dos Anjos, a 200 quilômetros a oeste de Porto Príncipe. E também os consecutivos impactos - em 2010 e 2021 - sobre a catedral de Nossa Senhora de Assunção, em Porto Príncipe. A construção foi erguida entre 1884 e 1914, e se tornou a catedral da Arquidiocese. E antes da sua destruição, a cúpula da torre norte servia como o farol frontal de um par que guiava navegantes para o porto local.
Urbanismo
Nem precisamos dizer que o sistema urbano do Haiti está um verdadeiro caos neste momento. Várias estradas do país ficaram totalmente comprometidas. Vias das cidades também foram obstruídas devido ao grande terremoto, tremores secundários e deslizamentos de terra. Igrejas, hotéis, hospitais, escolas e prisões foram danificados. Plataformas de trens também ficaram comprometidas. E muitas pessoas dormem ao ar livre nas últimas semanas, aguardando ajuda do governo haitiano.
O Chandler do Haiti disse para a mídia nesta semana que está trabalhando com países doadores para garantir que as necessidades básicas de emergência dos haitianos afetados pelo terremoto sejam atendidas. Mas vamos rezar para que as ajudas aumentem e cheguem mais rápido ao país!
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Fontes: G1, CNN, Exame, El País.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.