Os medidores aéreos são uma tecnologia adotada em vários estados brasileiros para combater os furtos de energia elétrica - como assim alegam os governos. No Rio de Janeiro, o sistema acompanha o consumo em tempo real e disponibiliza informações técnicas via aplicativo e site da concessionária. São Paulo já conta com 200 mil medidores em operação e a meta é chegar a 300 mil em 2023. Vários outros estados, incluindo Amazonas, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul, também já adotaram essa solução.
Recentemente, a Amazonas Energia enfrentou protestos em Manaus devido à instalação desses medidores aéreos, mas a empresa afirmou que os equipamentos são seguros e foram homologados pelo INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Apesar disso, a Câmara Municipal da cidade aprovou um projeto de lei que proíbe a instalação dos medidores. Em contrapartida, a empresa destacou que a instalação foi autorizada pelo Governo Federal e a lei impeditiva foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Como funcionam os medidores aéreos de energia elétrica?
O processo de atualização da rede de distribuição de energia elétrica envolve hoje a substituição de diversos equipamentos, como transformadores, cabos de distribuição, postes, cruzetas, chaves de segurança e outros.
Os medidores aéreos de energia elétrica são dispositivos que medem a quantidade de energia consumida por um usuário, e são geralmente instalados em postes ou fachadas de prédios. Eles funcionam medindo a corrente e a tensão da eletricidade que flui pelos fios conectados ao circuito elétrico do imóvel, além de possuírem recursos adicionais, como comunicação com a concessionária de energia elétrica, capacidade de armazenamento de dados e detecção de falhas no sistema elétrico.
Vale destacar, portanto, que existem duas principais categorias de medidores de energia elétrica: os medidores comuns, que são instalados dentro de uma caixa no interior do imóvel ou perímetro de terreno, e os medidores aéreos, instalados do lado de fora dos edifícios, em postes ou fachadas.
A diferença principal entre eles é a localização e como medem a eletricidade consumida. Os medidores comuns medem a eletricidade consumida dentro do edifício, enquanto os medidores aéreos medem a eletricidade que entra no edifício a partir da rede elétrica da concessionária. Além disso, os medidores aéreos geralmente possuem recursos adicionais, como capacidade de armazenamento de dados, comunicação remota com a concessionária e detecção de falhas no sistema elétrico.
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Quais as vantagens dos medidores aéreos apontados pelas concessionárias?
O sistema de Medição Centralizada (SMC) foi implantado em bairros com maiores índices de perda de energia elétrica e, até agora, apresentou resultados positivos na redução de perdas não técnicas. Segundo a empresa responsável em Manaus, os locais onde houve aumento na conta de luz provavelmente não estavam sendo cobrados corretamente anteriormente.
Conforme a concessionária, o SMC oferece benefícios como a contenção de desvios, irregularidades e ligações clandestinas, além da redução de oscilações e quedas de energia. O sistema também permite que os consumidores acessem o consumo diário por meio de um aplicativo de celular, aumentando a velocidade no atendimento ao cliente. Por fim, evita acidentes causados por ligações clandestinas, automatizando serviços e melhorando a redistribuição.
Em resumo, além de melhorar a entrega da energia elétrica, o sistema de Medição Centralizada (SMC) também permite informações precisas e redução de ocorrências.
Quais as desvantagens apontadas por representantes comunitários?
O diretor institucional da Amazonas Energia, Raydir Gomes, refutou as denúncias de aumento nas faturas de energia elétrica após a instalação dos medidores aéreos. Ele explicou que esse aumento só ocorreu em residências que antes tinham ligações clandestinas e não estavam pagando corretamente suas faturas. Os dados foram auditados pelos órgãos Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-AM) e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Raydir Gomes também falou sobre a lei sancionada pelo prefeito de Manaus que considera os medidores aéreos como equipamentos que provocam poluição visual. Ele não concorda com a lei e afirma que as redes de Internet morta nos postes são poluição visual, já que a rede elétrica não pode ser enterrada.
Porém, esta afirmação é questionável. Na verdade, a rede elétrica pode ser enterrada, e isso é comum em muitas partes do mundo, trazendo vantagens como a redução de riscos de acidentes e melhorias na estética urbana. Porém, a instalação subterrânea é mais cara e complexa do que a rede aérea, e a manutenção também é mais difícil e cara. Esse é o motivo por muitos governos e concessionárias no Brasil não adotarem o modelo.
Esse é um assunto polêmico, e gostaríamos de saber sua opinião a respeito. Em relação ao seu município, você sabe se já utiliza medidores de energia elétrica aérea?
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Fontes: A Critica, G1, BNC Amazonas, Amazonas Atual.
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