Parece pleonasmo dizer que saneamento é básico. Porém, apesar de ser essencial, grande parte da população brasileira não tem acesso a serviços adequados de saneamento (como água tratada e coleta e tratamento de esgoto). A consequência é assustadora: o país perde R$56,3 bilhões por ano por falta de investimento em saneamento.
O que é o Saneamento Básico?
Segundo a chamada Política Nacional de Saneamento Básico (Lei Federal Nº 11.445/2007), saneamento básico consiste em um conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais. Assim, o saneamento visa prevenir doenças, melhorar a qualidade de vida, promover a saúde, possibilitar a execução de atividades econômicas, dentre outros e, consequentemente, auxilia no desenvolvimento do país.
A questão do saneamento básico no Brasil ainda é um pouco precária. Segundo os dados de 2016, 83,3% dos brasileiros possuem abastecimento com água tratada. O número parece alto, mas é um absurdo pensar que mais de 35 milhões de pessoas no país não possuem tal serviço. No esgoto, a situação é pior ainda: apenas 51,92% da população tem acesso à coleta desse efluente. Desse esgoto coletado, apenas 44,92% é tratado antes de ser despejado em corpos hídricos.
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Em 2013, 340 mil pessoas foram internadas por infecções gastrintestinais. Porém, foram mais de 14 milhões de afastamento por diarrei+ Consequências da falta de investimento em saneamentoas ou vômitos.
Porém, a falta de saneamento não está associada somente a doenças como infecções gastrintestinais. Por exemplo, o armazenamento inadequado de água pode contribuir para a proliferação de vetores de doenças como o Aedes aegypti (transmissor da dengue, febre de chikungunya, febre pelo vírus Zika e febre amarela).
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Consequências da falta de investimento em saneamento
Se você achou o título confuso e não compreende como é possível o país perder tanto dinheiro por falta de saneamento, o motivo é o seguinte: se não tem saneamento, o risco de que uma pessoa fique doente é maior. Assim, há um gasto maior em saúde e um prejuízo econômico e social (pelo período que alguém deixa de trabalhar e exercer sua função social por estar doente e pela mortalidade infantil, por exemplo).
Um estudo do Instituto Trata Brasil estima que, se todo brasileiro tivesse acesso aos principais serviços de saneamento, o país teria R$1,1 trilhão em benefícios sociais e econômicos dentro de 20 anos. Alguns exemplos de setores beneficiados são a saúde, a educação, e o turismo.
Para calcular, utilizou-se os dados de um cenário futuro (2016 a 2036) com toda a população sendo atendida por serviços como tratamento de água e coleta e tratamento de esgoto adequados. Os preços utilizados foram os de 2017.
Calcula-se que cada R$1,00 investido em saneamento proporciona uma economia de R$4,00 na área de saúde. A conclusão é simples: investir em saneamento é mais barato que arcar com as consequências de sua falta.
Fontes: Diário do Poder; Instituto Trata Brasil.
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