Estádios de futebol são verdadeiros espetáculos de engenharia, desde suas estruturas aos seus designs cada vez mais sofisticados. Diante das transformações que o mundo passa, sustentabilidade têm sido o foco da maioria dos empreendimentos e para os estádios não é diferente. Dessa forma, vários ao redor do mundo estão sendo modificados ou já projetados para atender essa questão.
As extensas coberturas, que recebem uma alta quantidade de insolação, fazem os estádios de futebol possuírem um enorme potencial para captação de energia solar através de módulos fotovoltaicos. Além disso, a altura dessas coberturas também é favorável para instalação de microturbinas eólicas. Mas, dessas duas alternativas, apenas a energia solar fotovoltaica têm sido realmente implantada.
Cenário Brasileiro
Trazendo para o cenário brasileiro, a Copa do Mundo de 2014 foi um verdadeiro show, desde a mistura de culturas ao futebol apresentado pelas seleções. Contudo, esse evento nos deixou estádios com estruturas bastante modernas e, em alguns casos, já havia a perspectiva de construção de usinas solares fotovoltaicas.
Logo abaixo, listamos os estádios brasileiros sustentáveis que atualmente geram sua própria energia elétrica.
Arena Pernambuco (PE)
A Arena Pernambuco, que também está no grupo de estádios provenientes da Copa do Mundo, é um exemplo de estádio sustentável. Localizado na região metropolitana de Recife e com capacidade para 45 mil pessoas, o estádio inaugurou a Usina Solar São Lourenço da Mata em 2013.
Diferente dos outros casos, a usina da Arena Pernambuco consiste em um sistema no solo, instalado nas proximidades do estádio em uma área com 15.000 m². A usina é dividida em dois sistemas: o sistema central (com potência instalada de 959 kWp) e o sistema campo (com potência instalada de 51 kWp). Esse último é composto por 5 tecnologias de módulos, com o intuito de estudar o desempenho das diferentes tecnologias na região.
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Ao todo, a usina gera aproximadamente 1.500 MWh por ano - o suficiente para abastecer cerca de 6 mil residências - e é responsável por mais ou menos 30% do consumo da arena. Toda energia não consumida pelo estádio é injetada na rede de distribuição da região.
Arena Pituaçu (BA)
Você sabia que o estádio de Pituaçu - mesmo não estando entre os estádios da Copa do Mundo - foi pioneiro na América Latina em aderir energia solar fotovoltaica?
Localizado em Salvador e com capacidade para 32 mil pessoas, o estádio começou a gerar sua própria energia em 2012, com o projeto Pituaçu Solar. Atualmente, a usina conta com 2.302 módulos fotovoltaicos e gera cerca de 630 MWh por ano, garantindo autossuficiência elétrica para o estádio. Além disso, parte do consumo elétrico da SETRE (Secretaria de Trabalho), no centro administrativo da Bahia, é atendido com o excedente de geração da usina.
Maracanã (RJ)
Localizado no Rio de Janeiro e com capacidade para 80 mil pessoas, o Maracanã é, sem dúvidas, o estádio mais famoso do Brasil. Não é à toa que é chamado por muitos de templo do futebol mundial.
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Chegadas as reconstruções visando a Copa do Mundo de 2014, o estádio também recebeu a implantação de uma usina solar fotovoltaica em sua cobertura. O sistema consta com 1.552 módulos e uma potência instalada de 400 kWp, gerando em torno de 500 MWh por ano. Além de contribuir no abastecimento elétrico do estádio, a energia proveniente desse sistema (equivalente ao consumo de 240 residências) evita a emissão de cerca de 2.500 toneladas de CO2 na atmosfera.
Mineirão (MG)
Localizado em Belo Horizonte, o Mineirão possui capacidade para 62 mil pessoas e recebe destaque na paisagem urbana da capital mineira.
Assim como os demais estádios brasileiros que foram palcos para Copa do Mundo, o Mineirão passou por uma enorme reconstrução. Simultaneamente a esse projeto, também foi incluída a construção de uma usina solar fotovoltaica em sua cobertura.
Construída em 2013, a usina possui uma potência instalada de 1.420 kWp, estando entre as maiores instalações do mundo em uma cobertura de estádio. Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), são cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos distribuídos ao longo de 9.500 m² gerando energia suficiente para atender 1200 residências.
Por fim, os estádios de futebol têm se mostrado bons exemplos de empreendimentos de grande escala que atentam para a sustentabilidade. Que essa prática se torne cada vez mais comum no meio esportivo. Afinal, o planeta agradece!
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Acha que essa inciativa deveria ser implantada nos demais estádios? Conta pra gente nos comentários!
Comentários
Wanderson Alves
Engenheiro de Energia em formação e entusiasta da energia renovável e limpa. Meu objetivo é contribuir na transformação do mundo em um lugar mais sustentável para as próximas gerações!