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Engenharia em Tempos Críticos: Desafios com Ar e Água Contaminados por Resíduos Nucleares

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por Redação 360
| 12/07/2023 | Atualizado em 21/08/2023 5 min
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Engenharia em Tempos Críticos: Desafios com Ar e Água Contaminados por Resíduos Nucleares

por Redação 360 | 12/07/2023 | Atualizado em 21/08/2023
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Atualmente, o planeta enfrenta uma situação de alerta global. Diante dos inúmeros eventos que ocorrem, foram divulgadas duas notícias preocupantes que podem afetar diretamente nossa rotina diária. As áreas da Engenharia que lidam com a preservação da qualidade do ar e da água devem agora levar em consideração um cenário em que essas substâncias estejam ainda mais contaminadas por resíduos nucleares. Neste artigo do Engenharia 360, iremos explicar as razões por trás dessa questão alarmante.

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Quais as últimas notícias sobre contaminação de ar e água por resíduos nucleares?

Usina nuclear de Zaporíjia

Recentemente, soldados russos foram acusados de plantar explosivos na usina nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) está investigando a suspeita, pois a colocação de explosivos nas áreas de resfriamento da usina representa uma ameaça direta.

A saber, hoje, a usina está desligada, mas o sexto reator ainda está em desligamento a quente. Uma explosão poderia resultar em liberação de radiação, semelhante a Fukushima. A área afetada dependeria das condições climáticas, podendo atingir até 20 km ao redor da usina, com possíveis consequências para a saúde em áreas até 550 km de distância.

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Usina nuclear de Fukushima

Aliás, falando em Fukushima, vamos à segunda notícia preocupante. Parece que o plano do Japão é despejar águas residuais tratadas da usina nuclear de Fukushima no oceano, o que tem gerado polêmica. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deu sua aprovação ao projeto, afirmando que ele atende aos padrões internacionais de segurança.

A água tratada contém substâncias radioativas, como trítio e carbono-14, que são difíceis de separar da água. A Tepco, empresa responsável pela usina, alega que o sistema de tratamento reduz a maioria das substâncias radioativas a níveis seguros. Muitos cientistas apoiam o plano, argumentando que os níveis extremamente baixos de radioisótopos não representam um risco significativo para a saúde. No entanto, críticos, incluindo a ONG Greenpeace e alguns cientistas, sem contar os governos da China e da Coreia do Sul, levantam preocupações sobre o processo de tratamento e os possíveis impactos na vida marinha.

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Quais os possíveis desafios e soluções de Engenharia relacionados aos dois casos?

Caso 1

  • Detecção e prevenção de sabotagem: Melhorar medidas de segurança, aumentar vigilância, implantar sistemas de detecção avançados e implementar procedimentos de verificação rigorosos para garantir a segurança e evitar sabotagem na usina.
  • Reforço das áreas de resfriamento: Fortalecer estruturas de resfriamento existentes através de melhorias nos materiais, aumento da espessura das paredes e aplicação de revestimentos resistentes a explosões. Além disso, instalar sistemas redundantes de resfriamento.
  • Gerenciamento de risco e resposta a emergências: Ter um plano de gerenciamento de riscos e um sistema eficiente de resposta a emergências. Ademais, incluir treinamento adequado, simulações de cenários de emergência, desenvolvimento de protocolos de evacuação e coordenação com agências governamentais e organizações internacionais.
  • Fortalecimento da segurança cibernética: Proteger os sistemas de controle e tecnologias da informação contra ataques cibernéticos. E, por fim, implementar sistemas de segurança robustos, realizar auditorias regulares de segurança cibernética, educar funcionários sobre ameaças e implementar medidas de detecção e resposta a incidentes.

Caso 2

  • Tratamento e separação eficientes de substâncias radioativas: Investir em tecnologias avançadas, como adsorção seletiva ou destilação, para remover radioisótopos da água antes do despejo no oceano.
  • Monitoramento contínuo da água tratada e do meio ambiente marinho: Estabelecer programa de monitoramento regular da água tratada e áreas afetadas no oceano, analisando amostras de água e estudando a vida marinha para avaliar impactos e tomar medidas corretivas.
  • Transparência e comunicação efetiva: Fornecer informações detalhadas sobre os processos de tratamento, riscos e estudos científicos relacionados ao despejo da água tratada. Além disso, engajar partes interessadas, como ONGs, governos e comunidades pesqueiras, com comunicação clara e transparente.
  • Envolvimento e consulta das partes interessadas: Incluir governos vizinhos, comunidades pesqueiras e ONGs através de audiências públicas, grupos de trabalho e consultas formais, visando compreender preocupações, fornecer esclarecimentos e explorar alternativas para mitigar preocupações.
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Quais considerações as engenharias devem ter com ar e água contaminadas por resíduos nucleares?

Em uma realidade com ar e água poluídas por resíduos nucleares de usinas nucleares, todas as engenharias devem considerar algumas questões fundamentais. Em primeiro lugar, a segurança e a proteção devem ser prioridades, envolvendo o uso de equipamentos de proteção individual adequados e o desenvolvimento de técnicas eficientes de descontaminação. Além disso, é essencial o gerenciamento seguro e adequado dos resíduos nucleares, incluindo o projeto de instalações de armazenamento apropriadas e a pesquisa de tecnologias de reciclagem. A criação de sistemas de monitoramento ambiental contínuo também é crucial, assim como a busca por fontes de energia renováveis e alternativas.

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Os engenheiros devem estar envolvidos na descontaminação e remediação de áreas afetadas, desenvolvendo tecnologias para a remoção de resíduos nucleares e tratamento de águas contaminadas. Além disso, a educação e conscientização da população sobre os riscos e a importância da sustentabilidade também são responsabilidades das engenharias nesse contexto.

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Reflexos no nosso cotidiano

Lembrando que, um mundo com ar e água contaminados por resíduos nucleares teria um impacto drástico em nossa rotina diária. Veja como:

  • A saúde seria severamente prejudicada, com aumento de doenças como câncer e mutações genéticas.
  • A escassez de água potável se tornaria um desafio, exigindo sistemas avançados de purificação ou dependência de fontes alternativas.
  • A produção de alimentos seria afetada, resultando em escassez e insegurança alimentar. A mobilidade seria restrita em áreas altamente contaminadas.
  • A indústria nuclear seria impactada, levando a uma diminuição na produção de energia nuclear e maior dependência de outras fontes.
  • O meio ambiente sofreria danos irreversíveis, afetando a biodiversidade.
  • Medidas de segurança e conscientização pública seriam necessárias para minimizar a exposição à radiação.

Em resumo, a contaminação por resíduos nucleares transformaria radicalmente nossa rotina, prejudicando nossa saúde, acesso a água e alimentos, mobilidade, energia e meio ambiente, requerendo ações abrangentes para lidar com os efeitos dessa contaminação.

Nota: Na atualização desse texto, em agosto de 2023, o Japão planeja liberar água radioativa de Fukushima no Oceano Pacífico após aprovação da AIEA. Há preocupações internas e de China/Coreia do Sul. Pescadores temem impacto em alimentos; China proíbe importações; Coreia do Sul enfrenta riscos econômicos. A saber, a água é usada para resfriar reatores, mas tornou-se radioativa em 2011. E o trítio não será filtrado, embora será diluído antes da liberação.

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Fontes: G1, G1 - 2.

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