Ao nível mundial, são produzidos milhões de plásticos anualmente para diversos fins de utilização - como nas engenharias. Consequentemente, alguns descartes de plásticos são realizados de forma incorreta e poluindo todo o meio ambiente.
Inclusive, devido ao descarte incorreto, esses materiais decompõem-se e sendo reduzidos a partículas menores - neste caso, denominadas de macroplásticos, microplásticos e nanoplásticos.
Universalmente, não existe uma definição estabelecida quanto a dimensão destas partículas. Mas, usualmente, considera-se que:
- Partículas de Macroplásticos apresentam mais de 5 milímetros (mm);
- Partículas de Microplásticos apresentam de 1 micrômetro (μm) à 5 milímetros (mm); e
- Partículas de Nanoplásticos apresentam menos de 1 micrômetro (μm).
Sobre as partículas de microplásticos
Em relação às partículas de microplásticos, se tornaram uma preocupação global por gerar uma poluição "silenciosa" e invisível ao olho humano, que se espalha para todo o lado. Os microplásticos podem ser divididos em dois tipos: os microplásticos primários e os microplásticos secundários. Veja a seguir!
Microplásticos Primários |
Microplásticos Secundários |
São partículas fabricadas intencionalmente para serem utilizadas para fins comercias. Por exemplo, em produtos de higiene e cosméticos, tintas, tecidos, fertilizantes, entre outros. | Resultam-se da desintegração e fragmentação de plásticos maiores, causadas pelos processos fotoquímicos, intemperismo e biológicos, sob ação da luz solar, vento e água. Como, por exemplo, os resíduos plásticos, redes de pescas, desgastes dos pneus entre outros. |
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Composição dos microplásticos
Observa-se que o aumento desses microplásticos no meio ambiente tem origem principalmente na decomposição de resíduos plásticos, derivados dos microplásticos secundários e constituídos sobretudo de polímeros. Dentre eles:
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- Polietileno (PE);
- Poliestireno (PS);
- Polipropileno (PP);
- Nylon;
- Cloreto de polivinila (PVC);
- Poliamida (PA); e
- Politereftalato de etileno (PET).
Além do uso do polímero principal para fabricação dos plásticos, também são utilizados uma série de aditivos para melhorar o produto final, fazendo-o ter maior durabilidade, ductilidade, dureza e resistência ao clima. Posteriormente, produzidos em grandes escalas, vendidos mais baratos e descartados facilmente, mas que levam bastante tempo para se desintegrar.
Assim, por conta da sua durabilidade e lenta decomposição, essas partículas microplásticos - de dimensões bem pequenas - foram encontradas em diversos lugares e tipos de ambientes - desde correntes de águas (rios, mares, oceanos), no ar, sedimentos nas areias, áreas urbanas, em animais, alimentos e até mesmo dentro do próprio corpo humano (como nos pulmões, corrente sanguínea, fezes e na placenta).
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Danos aos seres vivos
Acredita-se que o principal foco de exposição dos seres vivos aos microplásticos é através da inalação das partículas presentes no ar, como por meio do desgaste de pneus e pavimentos - por exemplo, no atrito dos pneus com o asfalto -, e através das fibras têxteis de plásticos - também pelo atrito de um membro do corpo com o outro-, entre outros fatores. Assim, essas pequenas partículas plásticas se dispersam pela atmosfera. Então, o mal acontece!
A poluição desses microplásticos na natureza aumenta devido ao descarte incorreto que chega nos oceanos, nas redes de esgotos, praias, etc., sem contar a cadeia alimentar. Infelizmente, a vida marinha ingere esses plásticos, que vão parar no organismo dos animais aquáticos. Por fim, peixes e outros frutos-do-mar são consumidos pelos seres humanos, que ficam também contaminados por essas partículas.
Até o momento, não se sabe realmente que efeitos sobre a saúde humana pode causar a contaminação de microplásticos, tampouco quanto tempo que essas pequenas partículas permanecem no organismo humano. Contudo, pesquisas científicas apontam que:
"(...) os humanos podem ingerir entre dezenas a cerca de 100 mil partículas de microplásticos por dia. Tal significa que, nos casos mais graves, cada pessoa pode estar a ingerir o equivalente à massa de um cartão de crédito por ano." - trecho de reportagem publicada em site Azul - Público PT.
E devido a esta contaminação, podem aparecer anomalias nas células, além de reações alérgicas presentes nas correntes sanguíneas e pulmões, afetando o sistema endócrino ou hormônios.
Desta forma, para contribuir com a diminuição de plásticos e das partículas de microplásticos no mundo em geral, é importante:
- Reduzir o consumo de plásticos;
- Substituir tecidos de fibra sintética por algodão orgânico;
- Dar preferência a embalagens de vidro ou material considerados sustentáveis;
- Descartar o lixo corretamente;
- Reutilizar e reciclar - como praticando o Upcycling;
- Etc.
Veja, na ilustração a seguir, um resumo do ciclo das Partículas de Microplásticos na natureza:
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Fontes: Exame; Azul/Público.pt; Apambiente; Portais.univasf; Estadão; Encounter Edu.
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