Paul Graham, fundador da Hacker News, disse uma vez que o Yahoo poderia ter sido o Google, mas preferiu seguir uma cultura rodeada por estilismo e perfumaria que acabou dando espaço para a empresa de Larry Page e Sergey Brin se tornar a gigante da tecnologia. O que o Google fez? Simples, tirou todo o "mimimi" e valorizou os melhores entre os melhores da programação buscando uma tendência em inovar de baixo para cima (bottom-up), tendência está pregada por universitários cansados do conservadorismo do mercado, das organizações e da própria sociedade. Foi daí que surgiu no MIT o denominado Movimento Hacker.
O Movimento Hacker coloca o ser humano no centro do universo e faz de tudo para entendê-lo e satisfazer suas necessidades. Graham salienta que a cultura hacker deve ser aplicada em qualquer tipo de empresa, sendo ela de base tecnológica ou não. Mac Andreessen, co-fundador do Netscape e da Mosaic, afirmou em um artigo escrito em 2011 ao The Wall Street Journal que a indústria de software está conquistando o mundo, pois utiliza ferramentas simples, de baixo custo, desenvolvidas muitas vezes por start-ups que lançam suas ideias ao mundo pela internet e acabam resolvendo grandes problemas.
Hoje, a cultura hacker está rompendo os paradigmas dos setores tradicionais de serviços financeiros, automotivos, agricultura e recentemente dos transportes e hotéis a exemplo do Uber e Airbnb. A cultura hacker além de perturbar as regras do jogo para os jogadores envolvidos expôs a falta de coordenação entre os reguladores e a realidade econômica e social tecendo redes de conhecimento e inteligência coletiva para compartilhar o livre acesso às ferramentas e aos conhecimentos gerados.
O que deixa com a pulga atrás da orelha os conservadores é exposto em O Dilema do Inovador, de Clayton Christensen, uma obra de 1997 que cunhou a Teoria da Inovação Disruptiva. De acordo com o autor a ruptura entre o tradicional e o novo ocorre no momento em que uma tecnologia é capaz de transformar produtos sofisticados em outros mais simples, mais acessíveis que com o tempo passam a dominar o mercado.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
A paixão da mente inquieta do hacker faz parte dos fundamentos de quase todas as indústrias de tecnologia e está por trás de muitas inovações disruptivas que estão transformando uma infinidade de modelos de negócios, como na música, bancário, computação, marketing, cultura e transporte, ou seja, faz parte da paixão por transformar o que era difícil em fácil.