Imagina viver de um lado do muro onde há fome e terror diário e ver que, do outro lado, a "grama do vizinho é mais verde". O que faria? Migraria?
Se já não bastasse a guerra que o mundo todo está travando contra um inimigo invisível, o Covid-19, infelizmente outros conflitos insistem em tirar a paz da humanidade. Neste momento, mais uma vez o povo do Afeganistão sofre e se desespera com a incerteza do futuro. Como todos nós vimos, através de imagens publicadas pelas diversas agências de notícias, as pessoas tentaram sair do país a qualquer preço. Foram cenas lamentáveis que jamais esqueceremos! E agora assistir, de longe, mais uma terrível onda migratória, com pessoas de lados opostos a um muro vivendo realidades completamente distintas. Veja a seguir!

A crise migratória
Décadas de guerras fizeram essa zona do planeta virar a mais perigosa do mundo. Por causa disso, muitos povos se tornaram refugiados em busca de asilo político em regiões vizinhas. E houve, embora sem muito sucesso, um grande esforço da comunidade internacional de reconstruir o Afeganistão e dar esperança a esse povo tão sofrido.
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Depois da recente retirada das tropas americanas do país, além dos ataques do grupo terrorista Estado Islâmico na capital Cabul, a onda migratória se tornou assustadora. Países vizinhos começam a temer as consequências, prevendo algo igual ou pior do que ocorreu em 2015, quando milhares de pessoas, fugindo da guerra e da pobreza no Oriente Médio, cruzaram a fronteira da Turquia para a União Europeia.
Os mapas a seguir nos fazem entender a posição do Afeganistão dentro do território do Oriente Médio:
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O muro de proteção criado pela Grécia
A Grécia, país do sudeste da Europa, faz fronteira com a Turquia a nordeste. Em 2015, os refugiados vindos do Oriente Médio cruzaram a Turquia em direção ao país para entrar na Europa. Os gregos, que já estavam sofrendo uma grave crise econômica, tiveram sua situação agravada com a chegada dos migrantes ilegais. Muitos seguiram viagem, como era o desejado, mas em torno de 60 mil nunca mais saíram da região.


Com receio de que a Turquia abra novamente a fronteira para “facilitar” a passagem de migrantes oriundos do Afeganistão, que devem querer viajar rumo à União Europeia, o governo da Grécia decidiu construir um muro de 40 quilômetros na divisa com o país. Em nota à imprensa, o ministro da proteção ao cidadão da Grécia, Michalis Chrisochoidis, disse que o país não pode esperar pelo possível impacto, e que suas fronteiras permanecerão invioláveis.
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E é óbvio que nós não podemos tirar a razão de um país que quer defender seu povo e seus interesses. Mas e quem vai defender o povo afegão que não sabe para onde ir e como ir? Um povo que vê no futuro apenas mais miséria e mais sofrimento!
O muro que divide Estados Unidos do México

O muro que divide os países Estados Unidos e México tem a mesma finalidade, impedir a entrada de migrantes ilegais. Neste caso, as razões são puramente econômicas, já que os mexicanos tentam cruzar a fronteira apenas em busca de melhores condições de vida, atrás do chamado ”sonho americano”. Contudo, o muro é alvo de duras críticas, já que, no ano em que iniciou sua construção, ambos os países assinaram um tratado de livre comércio, chamado NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio). A saber, um país que faz parte do tratado é o Canadá, mas entre EUA e Canadá não há muro.
A estrutura entre EUA e México de aproximadamente 1.130 quilômetros, cerca de um terço da fronteira entre os países – bem maior que o muro da Grécia-Turquia. Mesmo com esta divisão, todos os dias, muitos mexicanos tentam atravessar a fronteira, burlando os limites e restrições impostas pelo país vizinho. E vários especialistas afirmam que esse é um exemplo de “dois pesos e duas medidas”, já que algumas empresas americanas instalaram suas indústrias em solo mexicano, empregando a população local, oferecendo baixos salários e condições precárias de trabalho.
E você, o que acha desses dois casos de muros em divisas geográficas? Como enxerga essa crise humanitária que o mundo vive hoje? Escreva nos comentários!
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Fontes: Época Negócios, UOL, Revista Fórum.
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