A COP29, recém-realizada neste novembro de 2024, em Baku, Azerbaijão, representou um marco significativo para a indústria global - apesar da forte decepção entre ambientalistas e países emergentes.
Durante esse evento sobre mudanças climáticas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou os avanços do setor na transição para uma economia de baixo carbono e expôs como a engenharia nacional está se posicionando para enfrentar os desafios do futuro. Inclusive por que o setor de engenharia, com sua capacidade de inovação, tem sido crucial na adaptação às novas demandas do mercado e na implementação de práticas mais sustentáveis.
Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar as principais orientações para o futuro da indústria de engenharia brasileira, com base nas discussões e iniciativas apresentadas na COP29. A partir de dados e tendências reveladas durante o evento, entenderemos como a engenharia poderá contribuir para um mundo mais sustentável.
1. A importância da transição energética
A transição energética é um dos pilares fundamentais discutidos na COP29. A indústria da engenharia deve priorizar a adoção de fontes de energia renováveis e a eficiência energética. Isso não apenas reduz as emissões de gases de efeito estufa, mas também promove a inovação tecnológica e a competitividade no mercado global.
Diretriz:
- Investir em tecnologias de energia renovável como solar, eólica e hidrogênio verde, que são essenciais para descarbonizar processos industriais.
2. Implementação do mercado de carbono
Outro ponto crucial abordado na conferência foi a regulamentação do mercado de carbono no Brasil. Com a aprovação do projeto de lei que estabelece um sistema de comércio de emissões, as empresas de engenharia devem se adaptar rapidamente a essa nova realidade.
Diretriz:
- Desenvolver estratégias para monitorar e reduzir emissões, aproveitando os créditos de carbono como uma forma de financiar projetos sustentáveis.
3. Economia circular como modelo de negócio
A economia circular foi destacada como uma abordagem vital para minimizar resíduos e maximizar o uso eficiente dos recursos. A indústria da engenharia deve repensar seus modelos de produção e consumo.
Diretriz:
- Implementar práticas de economia circular, como reciclagem e reutilização de materiais, para reduzir o impacto ambiental dos projetos.
4. Conservação florestal e bioeconomia
A conservação florestal e a bioeconomia foram enfatizadas como componentes chave para o desenvolvimento sustentável. A integração da biodiversidade nas operações industriais é não apenas benéfica ao meio ambiente, mas também pode agregar valor aos produtos.
Diretriz:
- Integrar práticas que promovam a biodiversidade, utilizando insumos sustentáveis e respeitando os ecossistemas locais.
5. Adoção de tecnologias sustentáveis
Durante a COP29, ficou claro que a adoção de tecnologias sustentáveis é um caminho promissor para as indústrias. Isso inclui desde inovações em processos até o uso de materiais ecoeficientes.
Diretriz:
- Investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para criar soluções tecnológicas que atendam às demandas ambientais atuais.
6. Fortalecimento das certificações ambientais
As certificações ambientais são fundamentais para garantir que as empresas estejam seguindo práticas sustentáveis reconhecidas globalmente. Elas ajudam não apenas na conformidade legal, mas também na construção de uma imagem positiva junto aos consumidores.
Diretriz:
- Buscar certificações reconhecidas, como ISO 14001, que validem as práticas ambientais adotadas pela empresa.
7. Mobilização para financiamento climático
A COP29 destacou a necessidade urgente de mobilização financeira para projetos sustentáveis. As indústrias precisam se preparar para acessar esses recursos financeiros disponíveis globalmente.
Diretriz:
- Estabelecer parcerias com instituições financeiras para desenvolver projetos que possam ser financiados com recursos climáticos.
8. Formação e capacitação profissional
O desenvolvimento sustentável requer profissionais capacitados que entendam as novas práticas e tecnologias emergentes no setor. A formação contínua é essencial para manter a competitividade da indústria.
Diretriz:
- Promover programas de capacitação em sustentabilidade e inovação tecnológica dentro das empresas.
9. Engajamento com políticas públicas
A participação ativa nas discussões sobre políticas públicas é crucial para garantir que as necessidades do setor sejam atendidas nas decisões governamentais relacionadas ao meio ambiente.
Diretriz:
- Criar grupos de trabalho com representantes do setor privado para influenciar políticas ambientais e climáticas relevantes.
10. Preparação para a COP30
Com a COP30 programada para ocorrer no Brasil em 2025, é fundamental que a indústria se prepare adequadamente para apresentar suas iniciativas e compromissos em relação à sustentabilidade.
Diretriz:
- Desenvolver uma agenda proativa que destaque os avanços em sustentabilidade até a próxima conferência, garantindo visibilidade internacional.
Sustentabilidade no DNA da indústria brasileira
Não poderíamos concluir este texto sem citar uma pesquisa recente da CNI, que revelou dados importantes sobre como a sustentabilidade está sendo integrada na indústria brasileira.
A saber, essa pesquisa contou com a participação de mais de 1.500 empresas de setores como transformação e extração, e apontou que 58% das indústrias já implementaram práticas relacionadas à biodiversidade, como o uso sustentável de recursos e a adoção de tecnologias verdes.
Além disso, a pesquisa destacou que 85% das indústrias no Brasil já adotam ao menos uma prática de economia circular, refletindo um esforço coletivo para transformar os modelos tradicionais de produção e consumo. Esses números demonstram que a sustentabilidade não é mais uma tendência distante, mas uma realidade concreta para a maioria das indústrias brasileiras.
Fontes: CNN Brasil.
Imagem de capa: Wikimedia.
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