O Laboratório de Dinâmica e Instrumentação (Ladin), da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), desenvolveu na década de 2010, um equipamento autônomo de monitoramento acústico submarino, capaz de auxiliar no monitoramento de áreas de preservação. O dispositivo, composto por um hidrofone (microfone subaquático especializado), um sistema eletrônico de gravação e baterias, já foi testado no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, a 42 km da costa brasileira.
Esse equipamento, apelidado de "ouvido submarino", foi criado com o objetivo de monitorar os sons e atividades na área de preservação, onde a pesca é proibida e atividades recreativas, como o mergulho, são regulamentadas para proteger a fauna marinha. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O desafio do alto custo dos equipamentos de hidroacústica
O Brasil enfrenta dificuldades na fabricação de hidrofones e outros equipamentos de hidroacústica, o que eleva os custos de importação para valores entre US$ 5 mil e US$ 30 mil. Além disso, aparelhos mais sofisticados têm venda restrita e precisam de autorização para serem comercializados, pois costumam ser usados em navios e submarinos militares. Para driblar essa situação, o laboratório desenvolveu sua própria tecnologia nessa área.
Como funciona o hidrofone da Poli-USP?
Os pesquisadores projetaram um gravador eletrônico que grava os sons em cartões SD. Como o consumo de energia é muito baixo, ele funciona com pilhas alcalinas, inseridas em recipiente cilíndrico vedado. Outra característica é que o aparelho pode ser programado para fazer uma gravação contínua ou agendada.
Um equipamento com quatro cartões SD consegue gravar 128 GB, com pilhas que proporcionam autonomia de até cinco meses de monitoramento contínuo. Com isso, pode ficar embaixo d’água por até um ano, sendo que a vedação que suporta até 300 metros de profundidade.
Aplicações do monitoramento acústico submarino
O hidrofone da Poli-USP é capaz de registrar sons de barcos e eventos acústicos em uma grande área, devido à alta velocidade de propagação do som na água, que é quase cinco vezes mais rápida do que no ar. Além disso, o dispositivo permite a monitorização de vocalizações de baleias e os movimentos de cardumes de peixes, contribuindo para a preservação da biodiversidade marinha.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
Essa tecnologia inovadora representa um passo importante para a proteção das áreas de preservação marinha, oferecendo uma solução mais acessível e eficiente para o monitoramento da vida aquática no Brasil.
Veja Também: Os perigos dos materiais plásticos para a vida marinha
Fonte: Pesquisa Fapesp e Ladin.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO