Hoje o Engenharia 360 te conta uma história que envolve biodiesel e café. Mas, antes, uma reflexão: você se lembra como eram as coisas há 15 anos? Mudou muito, né? A inovação faz parte do dia a dia e está em todos os lugares e detalhes. Celulares e carros talvez sejam os exemplos mais perceptíveis - afinal, o "grande lançamento" de um smartphone em menos de um ano perde o posto para outro mais moderno e atual. Os carros também, com novas versões sempre oferecendo mais tecnologia e sofisticação.

Mas além deles, existe uma outra importante indústria - a de refinaria e combustível, que também investe constantemente em inovações. A mais recente delas é a extração de biodiesel a partir da borra de café.

A proposta do biodiesel de café

Além de ser um grade aliado nas horas de sono, o café ganhou uma nova aplicação. É que o óleo extraído da borra de café pode servir como matéria prima para fabricação do biodiesel.

O óleo essencial é extraído da borra de café por meio do uso de etanol como solvente. Após a extração, o material é posto em contato com um catalisador alcalino, que realiza uma reação de transesterificação com a qual se obtém o biodiesel. As características dos ácidos graxos do óleo essencial do café são semelhantes aos da soja, embora estejam presentes em menor quantidade.

A partir de um quilo de borra de café é possível extrair até 100 mililitros de óleo, o que geraria cerca de 12 mililitros de biodiesel.

A descoberta brasileira

Quem está à frente desse estudo é uma brasileira. Denise Moreira dos Santos, professora que ministra aulas no curso técnico de Química no Centro Paula Souza, entidade que administra Etecs e Fatecs em São Paulo, descobriu isso a partir de um experimento em sala de aula para crianças e fez desse estudo sua dissertação de mestrado.

Com o alto consumo de café no país, há uma grande quantidade de resíduos descartados, o que é prejudicial ao meio ambiente. Com isso, a professora sugere que seja feita a utilização do resíduo na produção do biodiesel em pequenas comunidades agrícolas para o abastecimento de tratores e máquinas.

Bem legal, né? E você aí pensado que o café servia só pra acabar com o sono!

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Kaíque Moura

Engenheiro de Produção; formado pelo Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA); Pós-Graduando em Empreendedorismo e Inovação (IFPI); MBA em Management (iCEV); Técnico em Metrologia (IFRJ); Técnico em Serviços Jurídicos (IFPI) e Técnico em Mecânica (IFPI); profissional qualificado nas áreas de Gestão, Manutenção, Metrologia e Produção.