Vamos refletir sobre um tema que nem sempre recebe a atenção que merece, mas que impacta todos nós, brasileiros. Já reparou como, ao longo dos anos, diferentes presidentes do Brasil aparecem ao lado de líderes da China e da Rússia? Isso faz muita gente se perguntar se essas relações são por afinidade política. Na verdade, independentemente de o governo ser de esquerda ou direita, o Brasil tem se aproximado mais dessas potências do que de países como Estados Unidos e Reino Unido. Debatemos mais sobre o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O impacto das tensões internacionais na engenharia
As atividades do setor de engenharia estão diretamente ligadas às relações comerciais globais, especialmente na compra e venda de commodities. As parcerias ou distanciamentos entre países podem influenciar positivamente ou negativamente o futuro desse mercado. Por exemplo, na Guerra da Ucrânia, iniciada no começo de 2022, o Brasil declarou à ONU que não apoiaria a escalada do conflito, mas continuou negociando intensamente com a Rússia.
Vivemos em um mundo interconectado, onde um país depende do outro. Quando estabelecemos laços comerciais, torna-se mais complicado adotar posições firmes sobre questões delicadas, como uma guerra. É como conviver com um "parente adotivo problemático": estamos ligados a ele, mas ficamos em uma situação difícil ao tentar justificar suas ações.
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O que é o BRICS e sua influência no mundo
Com tudo isso que falamos, você pode imaginar que o Brasil faz parte de um novo bloco econômico. Bem, não é exatamente assim.
A sigla BRICS foi criada em 2001 pelo economista Jim O’Neil, representando quatro países emergentes com grande potencial econômico para superar as grandes potências em até 50 anos. Hoje, o termo é usado por economistas e cientistas políticos para classificar países com características econômicas semelhantes.
Essa ideia começou a ganhar forma em 2006. Será que isso representa a nova ordem mundial defendida por Rússia e China? Talvez sim, talvez não. Pode também ser apenas uma estratégia para contrabalançar a influência do forte bloco liderado pelos Estados Unidos. Afinal, especulações têm um impacto enorme na economia.
O que realmente "move" o BRICS é uma associação comercial, algo semelhante à União Europeia, mas com foco em ampliar a influência geopolítica de seus membros. Desde 2009, os países desse "grupo informal" realizam contatos e reuniões formais, embora não tenham um estatuto oficial ou uma carta de princípios. Em 2011, a África do Sul foi incorporada oficialmente, completando a sigla que conhecemos hoje: BRICS.
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B = Brazil
R = Russia
I = India
C = China
S = South Africa
A saber, além desses, atualmente também fazem parte dos BRICS, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. E em 2025 é anunciado que logo o agrupamento diplomático passa a contar mais países parceiros, o que inclui Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Vamos entender o "peso" que o BRICS tem hoje no mercado global?
- o grupo soma 22% do PIB mundial;
- 42% dos habitantes do planeta;
- 45% da força de trabalho;
- o maior poder de consumo;
- destacam-se também pela abundância de suas riquezas nacionais e as condições favoráveis que atualmente apresentam para explorá-las.
* Dados de 2022.
Os principais objetivos do BRICS
O BRICS tem algumas metas bem definidas, como:
- Institucionalização do grupo BRICS;
- Criação de um banco de reservas emergenciais para eventuais socorros econômicos;
- Fortalecimento das economias dos países;
- Estabelecimento de cooperação nas áreas técnica, científica, cultural e no setor acadêmico.
Sobre o último ponto, em 2015, o BRICS deu um passo importante ao lançar um plano de cooperação educacional. O objetivo era conectar instituições de ensino dos países participantes, criando uma rede de apoio e troca de conhecimento.
Já em 2013, foi mencionada a ideia de criar um Banco Internacional do BRICS, mas até hoje isso não foi oficializado. A proposta, que ainda gera dúvidas quanto à sua veracidade, é promover o desenvolvimento econômico dos países-membros e de outras nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento. Não é surpresa que essa ideia desagrade os Estados Unidos e o Reino Unido, que lideram o FMI e o Banco Mundial, respectivamente.
Antes de julgar esse plano como bom ou ruim, é importante lembrar que, em política e economia, não existem lados completamente certos ou errados. Tudo se resume a interesses e negociações. O mais importante é que cada um faça sua parte com base na verdade e no bem comum, buscando o melhor para o planeta como um todo. Afinal, a pandemia de 2019 nos mostrou que, no final das contas, estamos todos conectados.
As possíveis transformações do BRICS
A 15ª Cúpula do BRICS, realizada de 22 a 24 de agosto de 2023 em Joanesburgo, África do Sul, abordou temas como a criação de uma moeda comum e a expansão do grupo. Críticas ao domínio do dólar foram levantadas, mas o impacto de uma moeda alternativa permanece incerto. Embora tais moedas não ameacem diretamente o dólar, aumentam a competição regional. Uma possível nova "Unidade de Conta" pode ser adotada para reduzir a dependência do dólar.
Atualmente, o Brasil ocupa uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU. Além disso, mantém os Estados Unidos como parceiro comercial, é um dos exportadores de itens de armamento para a Alemanha e integra os BRICS, grupo econômico que inclui a Rússia.
Mas com conta de toda a especulação, após a eleição dos Estados Unidos, em 2024, o novo presidente eleito Donald Trump ameaçou impor tarifas de 100% sobre os países membros do BRICS caso avançassem com a substituição do dólar. Isso pode impactar seriamente a economia brasileira nos próximos anos.
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Fontes: Marcelo Lobianco em LinkedIn, Wikipédia, Toda Matéria, UOL.
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Eduardo Mikail
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