Atualização: A Cúpula do BRICS em Joanesburgo discute, em agosto de 2023, uma possível moeda comum e expansão do grupo, embora questões entre China e Índia tornam expansão incerta. Há críticas ao domínio do dólar. Embora possa desafiar, impacto no dólar é incerto. Moedas alternativas não ameaçam, mas aumentam competição regional. Possível nova "Unidade de Conta" pode ser adotada, diminuindo dependência do dólar.
O Brasil possui, atualmente, uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU. Além disso, tem como parceiro comercial os Estados Unidos; é um dos exportadores de itens de armamento para a Alemanha; e faz parte dos BRICS, grupo econômico que tem como um de seus integrantes a Rússia.
Vamos abrir a mente neste momento para refletir sobre um assunto pouco discutido para quem não é do meio econômico, mas que impacta a todos nós, brasileiros. Muitos se questionam por que há fotos de diferentes presidentes brasileiros ao longo dos anos ao lado de certos representantes, sobretudo dos governos da China e da Rússia. Alguns questionam se isso tem a ver com uma relação de simpatia ou afinidades de ideologias políticas. Contudo, o fato é que nosso país, seja liderado por esquerdistas ou direitistas, tem se aproximado muito mais dessas potências do que de países como os Estados Unidos e o Reino Unido, por exemplo.
O que as engenharias têm a ver com isso?
Tudo! Porque, como sabemos, as atividades desse setor da economia dependem demais de algumas relações comerciais, como a compra e venda de commodities. Então, essas relações de proximidades ou afastamentos podem nos colocar em situações de favorecimento ou desfavorecimento no futuro. Com relação à Guerra na Ucrânia, iniciada no começo deste ano, o Brasil deixou bem claro para a ONU que, de forma alguma, vai apoiar a escalada do conflito. Contudo, continuamos negociando forte com a Rússia.
O fato é que, querendo ou não, o mundo todo está conectado; um país depende do outro. Mas quando criamos laços comerciais, torna-se mais difícil se posicionar sobre assuntos tão complexos quanto uma guerra. É como se tivéssemos ganho um irmão adotivo que se comporta mal e, diante dos outros, por isso, ficamos sem defesa.
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E o que é o tal BRICS mesmo?
Olha que interessante! Por tudo que dissemos antes, você pode pensar que o Brasil faz parte de um novo bloco econômico. Bem, mais ou menos. A expressão BRICS foi formulada pelo economista Jim O´Neil no ano de 2001 com as iniciais dos quatro países considerados emergentes e que possuem potencial econômico para superar as grandes potências mundiais em um período de, no máximo, cinquenta anos. Hoje, é vista como uma classificação utilizada por economistas e cientistas políticos para designar um grupo de países com características econômicas em comum.
Pode-se dizer que essa visão passou a se materializar a partir de 2006. Será que esta é a tal nova ordem mundial tão defendida pela Rússia e pela China? Bom, talvez; ou talvez seja uma "forçação de barra" para enfrentar o pesado bloco aliado dos Estados Unidos - como sabemos, a economia é, sim, sempre muito afetada por especulações.
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Então, o que "move" o BRICS é uma associação de comércio - o mais próximo disso no mundo é a União Europeia -, com objetivo de garantir uma maior influência geopolítica. Desde 2009, há contatos e reuniões formais entre os membros deste "grupo não grupo", não registrado burocraticamente com estatuto e carta de princípios. E a partir de 2011, a África do Sul também foi oficialmente incorporada à ele. Então, assim a sigla se completa:
B = Brazil
R = Russia
I = India
C = China
S = South Africa
Vamos entender o "peso" que o BRICS tem hoje no mercado global?
- o grupo soma 22% do PIB mundial;
- 42% dos habitantes do planeta;
- 45% da força de trabalho;
- o maior poder de consumo;
- destacam-se também pela abundância de suas riquezas nacionais e as condições favoráveis que atualmente apresentam para explorá-las.
Quais os objetivos do BRICS?
- Institucionalização do grupo BRICS;
- Criação de um banco de reservas emergenciais para eventuais socorros econômicos;
- Fortalecimento das economias dos países;
- Estabelecimento de cooperação nas áreas técnica, científica, cultural e no setor acadêmico.
Inclusive, falando desse último item, em 2015, o BRICS criou um plano de cooperação de educação de ajuda entre países. A ideia era criar uma base para a rede de organizações e instituições de ensino dos países participantes.
Em 2013, os países do eixo mencionaram a criação de um Banco Internacional do grupo , uma ideia ainda não oficializada. O discurso, que não sabemos bem se é ou não verdadeiro, defende fomentar e garantir o desenvolvimento da economia dos países-membros do BRICS e de demais nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento. Desde então, isso desagrada os Estados Unidos e a Inglaterra, claro, que são os países responsáveis pelo FMI e Banco Mundial, respectivamente.
Mas antes que alguém se manifeste aqui, na descrição do 360, como a favor ou contra este plano, vamos lembrar que, em se tratando de economia e política, NÃO existe lado certo ou errado, bom e mau. Vivemos dentro de um jogo de interesses, onde todos nós temos nossos papéis e responsabilidades. Melhor que façamos nossa parte, sempre nos baseando na verdade, no bem e no melhor para todo o planeta, pois somos um - e a pandemia de 2019 foi uma grande prova disso!
A saber, o próprio Jim O'Neil declarou, em 2013, que o termo BRICS já não fazia mais "nenhum sentido", diante dos rumos tomados pelos países que o compunham. Já se especulou os rumos deste grupo. Alguns dizem que ele vivará:
- BRICK, com K de Coreia do Sul.
- BRIMC, de M de o México.
- BRICA, com A se referindo aos países árabes - Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Barém, Omã e Emirados Árabes Unidos.
- BRICET, com E e T incluindo Europa Oriental e Turquia.
- E talvez ainda BRICS+CIVETS, para a Colômbia, Indonésia, Vietnã, Egito e Turquia.
Qual a sua aposta? Escreva para nós nos comentários!
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Fontes: Marcelo Lobianco em LinkedIn, Wikipédia, Toda Matéria, UOL.
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Eduardo Mikail
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