Sob a influência de um campo magnético, uma proteína presente nos olhos das aves reforçam cores e brilhos em determinados pontos de visão, permitindo assim que enxerguem e naveguem por esses campos.
Há anos os cientistas sabem que as aves migratórias utilizam o campo magnético da Terra para se localizar. Esse fenômeno é bem comum e não é exclusivo dessas espécies. Tartarugas e bois, por exemplo, também conseguem perceber a presença do magnetismo do planeta. Contudo, essa habilidade das aves não possuía uma explicação clara; pelo menos não até o momento. Mas um novo estudo joga luz sobre o assunto! Saiba mais no texto a seguir!

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Novo estudo sobre a capacidade das aves de localizar campo magnético
Os primeiros experimentos sobre o tema concluíram que esse sentido das aves pode estar relacionado diretamente com a visão. No escuro, elas perdem parte da capacidade de localizar campo magnético. Para entender, pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, e da Carl von Ossietzky University Oldenburg, na Alemanha, se empenharam a estudar os olhos desses animais; e imagina o que descobriram!
A proteína Cry4
Uma proteína do grupo criptocromos foi identificada na retina desses pássaros e isolada. Conhecida do Cry4, ela reage à luz azul e à presença de campo magnético. Inclusive, testando essa molécula em um tubo de ensaio, a equipe do biólogo Jingjing Xu, da Universidade de Oldenburg, identificou como a reação ocorre.
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Em campos magnéticos artificiais cerca de cem vezes mais fortes do que o terrestre, foi possível perceber que essa proteína pode desencadear a atividade neural das aves através de reações químicas. “Os produtos da reação existem por tempo suficiente e são produzidos em quantidades suficientes para atuar como uma substância sinalizadora”, afirma o neurotecnologista Eric Warrant, da Universidade de Lund.
Nessa reação, a luz atinge e deforma a proteína. E, com isso, dois elétrons desemparelhados se juntam para formar um par com seus spins – orientação das partículas –, quânticos apontando em direções opostas. Então, a Mecânica Quântica entra em ação! Os spins dos dois elétrons começam a flutuar e quando estão alinhados criam produtos que ativam os neurônios!
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A biologia sensorial
A quantidade de tempo que os elétrons passam alinhados ou não depende da direção do campo magnético. Como os neurônios humanos respondem a diferentes comprimentos de onda de luz e enviam informações para nossos cérebros, interpretadas como cores, é possível que os neurônios dos pássaros também transmitam informações sobre os campos magnéticos.
Esse é um passo significativo para entender o verdadeiro papel da proteína Cry4!
“A forma como os animais percebem os campos magnéticos é um mistério.”, “Não sabemos muito sobre isso. É quase uma santidade de estudo da biologia sensorial.” – disse Eric Warrant.
Os artigos completos referentes a esse estudo estão disponíveis nos periódicos da Royal Society e Current Biology. Aproveite a sua leitura!
Fontes: UOL, VEJA, Socientifica.
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Rafael Panteri
Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia. Parte da graduação em Shibaura Institute of Technology - Japão.