Não adianta ficarmos impactados com as notícias sobre matanças de animais, pessoas morrendo de fome, e desmatamento de florestas e matas e não fazer nada! Podemos escolher diferente! Podemos seguir os exemplos destes projetos de arquitetura sustentáveis que melhoram paisagens urbanas e ajudam pessoas em situação de vulnerabilidade!
Ficamos fortemente impactados com as mais recentes notícias sobre o meio ambiente no Brasil; e é impossível ficar indiferente às matérias que relatam sobre as atuais condições das florestas devastadas e transformadas em fazendas para agricultura e pecuária. Mas o que será que poderíamos fazer de diferente para mudar essa realidade, amenizando os impactos contra a natureza? Bem, poderíamos deixar de comer carne e investir em uma arquitetura que ajudasse a otimizar áreas urbanas e produzir produtos mais orgânicos.
Por que deveríamos consumir menos carne?
Além das razões mais óbvias, que é o sofrimento dos animais, devemos lembrar sobre o grave problema de falta de espaço que enfrentamos nos dias de hoje. Quanto mais a população mundial aumenta, mais área é preciso para produzir alimentos – pelos menos seguindo os métodos tradicionais de fazendas horizontais. E as zonas de pecuária acabam ocupando uma parcela enorme de solo, onde nada mais cresce, muito menos florestas. E menos zonas de mata representa também menos distribuição de chuvas e o aumento da temperatura global! Deste modo, pouco a pouco, veremos o nosso planeta se extinguir!
Então, é por tudo isso que os especialistas têm tido tanta preocupação sobre quanto tempo mais o meio ambiente irá resistir!

Como explorar nossas cidades para a produção de alimentos saudáveis?
Estudos recentes indicam que milhares de pessoas entraram na lista dos que passam fome no Brasil só neste ano. E se pudéssemos oferecer alimentos a preços menores ou até mesmo de graça para essas pessoas?
O sistema tradicional de plantio é bastante caro – leva dias para a carga chegar às cidades; durante o transporte são emitidas toneladas de CO2 na atmosfera e os alimentos ainda perdem os seus nutrientes. Uma alternativa seria apostar na agricultura urbana – que, além de tudo, necessita de menos uso de agrotóxicos, fertilizantes e água da chuva, fora que pode recuperar espaços ociosos nas cidades.
Projetos de hortas comunitárias
Imagina promover em sua comunidade uma troca de experiências e contato entre os vizinhos para uma causa nobre! É isso que propõem alguns projetos ao redor do mundo que visam ocupar vazios urbanos e os transformam em cinturões verdes e espaços para a agricultura social.
Dentre os projetos que podemos citar como exemplo está o Quintais Sustentáveis, realizado no estado de Roraima, e o Modelo de agricultura Urbana de Erechim, no Rio Grande do Sul. Ambos propondo incentivar a plantação em quintais e jardins particulares – inclusive para a criação de mudas. Nestes casos, toda a renda gerada é revertida para pessoas em situação de vulnerabilidade ou para as pessoas das próprias comunidades – sendo comercializada e distribuída para escolas e restaurantes populares.
“As pessoas preocupam-se cada vez mais com a saúde, e a alimentação contribui diretamente para a qualidade de vida.”
“Embora muita gente não se dê conta, o espaço em que vivemos e interagimos dentro da cidade interfere constantemente na formação de nossa rotina e hábitos: por exemplo, no fato de conhecermos ou não nossos vizinhos, praticarmos ou não atividades físicas ao ar livre e até mesmo na nossa alimentação.”
– Deloan Pierini, idealizadora do projeto de Erechim, em reportagem de Globo.

Fora do Brasil, nós temos o exemplo do projeto Value Farm, idealizado pelo arquiteto chinês Thomas Chung para uma área de Shenzhen, na China. Este projeto é especial porque tem dois propósitos: a agricultura urbana e a transformação da paisagem urbana. No caso, uma grande parcela de área foi dividida em pequenos núcleos separados por tijolos onde a população pode plantar e colher o maior número de espécies.

Projetos de fazendas urbanas
Na cidade norte-americana de Jackson Hole, o escritório de arquitetura E/Ye foi o responsável pela execução do projeto Vertical Harvest. Trata-se de um prédio de três andares com uma estrutura dividida em estufas gigantes para o cultivo de alimentos frescos – principalmente tomates, verduras e ervas. Em contrapartida, uma das maiores hortas urbanas do país está localizada no bairro de do Queens, Nova York. A Brooklyn Grange conta com 43 mil metros quadrados de área para a produção de cerca de 20 mil quilos de alimentos diferentes.


Outro projeto bastante notório é o Sodaro Farm, de Tóquio, no Japão. Esta fazenda urbana, que conta com vários pomares, também acontece sobre a cobertura de um edifício, que é uma estação de trem. A ideia é que os passageiros possam utilizar esse espaço como área de descanso enquanto esperam o momento de embarque, ajudando a semear algumas hortaliças.

Já na capital francesa, Paris, o Nature Urbaine, construído sobre um arranha-céu altamente moderno, conta com uma área de 14 mil metros quadrados. Trata-se de um projeto realizado durante uma edição da Expo Versailles e é considerado a maior fazenda urbana de toda a Europa. Dentro desse terreno diversos jardineiros são responsáveis por cultivar todos os dias cerca de 20 espécies diferentes de frutas e vegetais – sem agrotóxicos ou fertilizantes químicos.

Projetos de fazendas flutuantes
Deixamos por último o incrível projeto desenvolvido pela empresa de arquitetura Fordward Thinking Architecture, a Smart Floating Farms. O que é essa fazenda urbana tem de diferente é ser construída em uma estrutura flutuante, ou seja, sobre a água.
Trata-se de um edifício inteligente, inspirado em antigas práticas chinesas, com quase 210 mil metros quadrados para produção sustentável e automatizada de alimentos que pode ser levada ao alto mar ou à áreas alagadas de qualquer país. Possivelmente ele faria o uso de sistemas de energia eólica, captação da água da chuva, reaproveitamento de resíduos orgânicos, plantio hidropônico e aquicultura para a produção de alimentos e criação de peixes. E, em tese, poderia alimentar cidades inteiras!

Fontes: ArchDaily, Ciclovivo, Hypeness, Vivagreen, Sustentarqui, 44 Arquitetura, CAUBR, Ciclovivo.

Simone Tagliani
Graduada em Arquiteta & Urbanismo e Letras; especialista em Artes Visuais; estudante de Jornalismo Digital e proprietária da empresa Visual Ideias - Redação, Edição e Produção de Conteúdos.