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O que são e como funcionam os microchips para implantes?

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por Redação 360
| 28/04/2022 | Atualizado em 23/01/2023 5 min
Imagem reproduzida de BBC

O que são e como funcionam os microchips para implantes?

por Redação 360 | 28/04/2022 | Atualizado em 23/01/2023
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A primeira vez que um microchip foi implantado em um ser humano foi no ano de 1998. Contudo, só em 2008 é que essa tecnologia ficou disponível comercialmente, acredita? E, de lá para cá, quantas vezes não nos perguntamos "E se colocarem microchips no meu corpo?". Certamente, com base nos problemas de segurança da internet que vivenciamos nos últimos tempos, fica difícil de acreditar que algo assim possa mesmo dar certo. Mas, só para você saber, uma pesquisa realizada em 2022 apontou que mais de 4 mil pessoas no Reino Unido e União Europeia até considerariam fazer um implante. Parece assustador, não?

Ainda existe um lado sombrio escondido por trás dessa tecnologia. Quem ama liberdade vai duvidar desse potencial, pensando em situações de tentativa de controle, manipulação, opressão e roubo de dados. Mas, por hora, vamos deixar para depois essa questão de se é ou não é ético colocar chip em pessoas. Neste texto, vamos entender como os microchips funcionam!

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microchips implantes
Imagem reproduzida de greenMe

Afinal, o que são microchips?

Microchip nada mais é do que um circuito integrado (IC). Você vai ouvir falar disso se for trabalhar com eletrônica, por exemplo. Aliás, um microprocessador também é chamado, por vezes, de microchip. E os microchips são, sim, utilizados hoje em propósitos de identificação, como aqueles que são colocados em animais. Geralmente, eles também são conhecidos como tag PIT (transponder integrado passivo), têm cerca de 11 a 13 mm de comprimento - isso é praticamente o tamanho de um grão de arroz - e usam identificação por radiofrequência passiva (RFID).

Implantes de microchips

Um implante de microchip é um dispositivo RFID passivo. Sem uma forma de alimentação interna, ele permanece inerte até que seja alimentado por scanner ou outra fonte. O pequeno dispositivo também tem uma antena otimizada ligada a uma frequência específica. As ondas de rádio emitidas pelo scanner ativam o chip, fazendo com que o mesmo transmita o número de identificação ao scanner, e o scanner exibe o número na tela.

E os microchips para implantes são colocados dentro de cilindros de plástico ou vidro biocompatíveis, às vezes revestidos com polímeros de origem natural. Ademais, recebem um circuito integrado de identificação. A saber, os padrões relevantes para os chips são ISO 11784 e ISO 11785.

Explicando melhor, os implantes de microchips contêm um chip ou circuito integrado, um indutor de bonina - possivelmente com um núcleo de ferrite - e um capacitor. São os chips que levarão os dados de identificação exclusivos e circuitos eletrônicos para codificar essas informações. A bobina deve servir de transformador, recebendo energia acoplada indutivamente a ela do scanner. Mas a forma como o chip se comunica com o scanner não é pela bobina, mas via campo magnético.

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Imagem reproduzida de Microchip Animal

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Quais as possíveis aplicações da tecnologia?

Microchips são usados em animais de canis; também por corretores, em chaveiros de imóveis; em sistemas de grupos de resgate; em controles de pacientes de clínicas; etiquetas de lojas; e mais. E não podemos nos esquecer das fazendas, estábulos e ranchos. Nesses locais, os criadores costumam usar os microchips como etiquetas auriculares RFID anexadas externamente em animais - com exceção dos cavalos. E os mesmos podem ser lidos com o mesmo tipo de scanner usado em chips implantados.

microchips implantes
Imagem reproduzida de Microchip Animal

Tecnologia similar a essa é bastante usada na agropecuária, no monitoramento da condição da saúde dos animais, como para a medição do seu comportamento de beber - tanto sozinhos ou em grupo -, estado de saúde e produtividade. Agora, ela é explorada pelo setor agroalimentar, abrangendo a maioria dos alimentos usuais, como todos os tipos de carnes, além de vários vegetais e frutas, por exemplo. E tudo isso tem dado muito mais segurança para os clientes!

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Imagem reproduzida de Crypto ID

Claro que não podemos terminar esse texto sem voltar ao assunto 'microchips em humanos'. Sabe qual a perspectiva do mercado? Explorar uma extensão da internet das coisas! Como? Através de uma nova maneira de conectar e trocar dados na forma de chips de pagamento implantados nas pessoas.

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A empresa anglo-polonesa Walletmor seria a primeira a vender chips assim. Seu modelo pesaria menos um grama e seria um pouco maior que um grão de arroz. E especialistas comparam a comunicação que essa tecnologia usa como algo próximo ao NFC ou sistema de pagamento por aproximação em smartphones.

microchips implantes
Imagem reproduzida de Fatos Desconhecidos

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E como está a produção de chips no mundo?

A Guerra da Ucrânia tem impactado a indústria de chips. Empresas como a Intel, AMD e Nvidia suspenderam a venda de seus produtos na Rússia, que era um grande consumidor da tecnologia. O país, hoje, não consegue obter estoque de chips por parte dos seus fornecedores habituais. Não restou outra alternativa se não a produção interna. O plano é reativar a fabricação de semicondutores no país - sobretudo os de 28 nm -, pelo menos até o ano de 2030. Entram nesta conta orçamentária os chips domésticos, as infraestruturas de data centers, o desenvolvimento de talentos locais e, obviamente, a comercialização de chips.

"(...) aumentar o número de centros de design para 300 até 2030. Cada um deve empregar pelo menos 100 especialistas, ou seja, estamos a falar de 30 a 50 mil pessoas. Tendo em conta que o ciclo de formação de um especialista é de pelo menos oito a nove anos, essas 50 mil pessoas já deveriam estar a ingressar nas universidades." - uma fonte do setor tecnológico, em reportagem de Jornal Kommersant.

Falar dessa coisa de guerra, chips em humanos e controle de dados nos passa uma ideia bem ruim, não é mesmo? De fato, questões como invasão e segurança continuam sendo uma grande preocupação. Será mesmo que essa tecnologia nos levará a uma situação de privacidade vulnerável? Bem, é provável que a evolução dos serviços digitais pode vir a se tornar uma obrigatoriedade. Então, como você se sente diante disso? Escreva nos comentários!


Fontes: Wikipédia, BBC, Globo, Sapo.

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