Uma forma de empregar o conceito de sustentabilidade é pensando em como reutilizar resíduos em outras cadeias produtivas. Pensando nisso, uma aluna de pós-graduação do CEFET-MG desenvolveu uma rocha artificial derivada de resíduos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, MG. O produto pode ser empregado na construção civil.
Você pode ler sobre o rompimento da barragem em Mariana, da perspectiva da engenharia nos seguintes links: parte I, parte II.
Cecília Balduíno, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), mostrou que a academia e as aplicações de engenharia caminham lado a lado. Seu trabalho é intitulado “Produção de rocha artificial utilizando resíduos provenientes do processamento de minério de ferro” e foi apresentado em fevereiro deste ano.
A rocha artificial desenvolvida no CEFET-MG
A rocha artificial criada por Cecília Balduíno apresenta grande amplitude de aplicações na construção civil, podendo ser empregada em bancadas da cozinha, na cuba do banheiro ou em outros cômodos de um imóvel, além de ser útil na decoração de interiores. O diferencial de colocar uma rocha artificial derivada dos resíduos da barragem vai além da consciência ambiental e pode ser pautado na questão estética: o material apresenta aparência homogênea com uma grande variedade de cores e acabamentos disponíveis.
Outros aspectos mais técnicos levantados pela mestranda é que as rochas artificiais apresentam pouca porosidade, boa resistência mecânica, e são de fácil manutenção e limpeza, além de dispensarem emendas, fornecendo uma ótima possibilidade de acabamento.
O material será ainda estudado, visando aperfeiçoamentos, possivelmente por meio de alteração no percentual de alguns componentes. Além disso, testes serão reproduzidos com o objetivo de identificar pontos a serem melhorados e transformar a rocha artificial em um material de excelência.
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Fonte: CEFET-MG.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.