No início de março, o avião Solar Impulse 2 decolou do aeroporto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, para uma façanha jamais realizada pela humanidade: a volta ao mundo em um avião movido completamente a energia solar. Sua jornada se dará durante cinco meses, e possui no comando a dupla de pilotos Andre Borschberg e o suíço Bertrand Piccard, ambos fundadores do projeto.
Os maiores desafios da empreitada serão as travessia dos Oceanos Atlântico e Pacífico, previstas para serem completadas em 5 ou 6 dias. Os pilotos revezarão o comando da aeronave durante cada voo. Segundo Borschberg, um dos maiores desafios não é somente manter a autossuficiência técnica do avião, mas também manter a autossuficiência “pessoal” durante toda jornada. A primeira decolagem foi realizada com Borschberg no comando num percurso de aproximadamente 400 km, pousando em Ahmedabad (Índia), o qual realizaram a primeira troca de pilotos, seguindo para Mianmar.
O Solar Impulse 2 é o segundo protótipo do avião autossustentável desenvolvido na Suíça movido à energia solar, não precisando de nenhuma gota de combustível para sua locomoção. O conceito possui autonomia para mais de 5 dias, ou o equivalente a 35.000 km, voando dia e noite sem uso de nenhum tipo de combustível, podendo vir a se tornar o primeiro avião de voo perpétuo. Seu funcionamento se dá por meio do acúmulo aproximadamente 340 kWh de energia solar por dia, coletada por mais de 17.000 células solares. A energia coletada é armazenada em baterias de lítio, isoladas por espumas de alta densidade, com massa total de até ¼ da aeronave.
O sistema de propulsão é composto por 4 motores elétricos de potência mínima de 15hP e máxima de 17,5 hP montados sob as asas. O sistema possui 94% de rendimento, o maior já alcançado em eficiência energética. Sua velocidade de voo é de 36 a 140Km/h, a mesma de um carro. O avião possui envergadura de 72 metros, maior do que um Boeing 747, porém é muito mais leve, pesando 2.300Kg, quase o mesmo que uma SUV. A estrutura é de fibra de carbono e compósitos, sendo as asas superiores cobertas pela “pele” de células solares, e a cobertura inferior de uma superfície flexível e de alta resistência.
A promessa deste avião é de uma redução na emissão de poluentes até hoje ainda não alcançada, porém muito sonhada. O intuito não é somente contribuir para a redução GEE’s, atendendo às metas colocadas pelos órgãos que controlam as demandas de emissões, mas também a realização de um sonho e transposição de mais uma barreira tecnológica.
Fontes: Solar Impulse; CNN; Uol