O Brasil é um dos maiores exportadores de café e cacau do mundo. Mas além de se preocupar com a qualidade dos seus produtos, nossa indústria também mantém um compromisso ambiental, buscando colocar em prática planos para diminuir suas emissões de carbono. Rumo a um futuro comercial mais verde, ela testou recentemente, como meio de transporte, o veleiro-cargueiro Artemis, abrindo um novo capítulo para a logística sustentável. Saiba mais sobre essa operação no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Sustentabilidade comercial desde a origem
Essa jornada de exportação de café para a Europa começou em Mococa, São Paulo, onde os grãos são cultivados de forma totalmente orgânica, seguindo muito bem as exigências do mercado internacional, que valoriza uma cadeia produtiva sustentável. Cada etapa, do plantio à colheita, é acompanhada com muito rigor, inclusive com rastreabilidade dos lotes; e a transparência do processo só ajuda a reforçar ao consumidor o compromisso ambiental da economia brasileira.
Vale destacar que o mercado europeu é um dos mais exigentes quanto à produção de alimentos. Os estrangeiros valorizam muito as práticas agrícolas sustentáveis. Isso inclui fazendas que adotam abordagens que respeitam os princípios da natureza, como o uso de microorganismos ao invés de agrotóxicos para controle de doenças e pragas nas lavouras. E agora talvez possam contar também com um novo modelo de transporte marítimo para o deslocamento de cargas.
Carregamento e viagem rumo à Europa
Atualmente, o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa; por isso mesmo é que a Engenharia Naval se preocupa tanto em encontrar soluções inovadoras para atingir as metas de descarbonização até 2050. Inclusive, nesse contexto, os veleiros se destacam como uma alternativa. Mas os próprios portos têm seu papel na sustentabilidade!
A carga levada pelo Artemis à Europa saiu do Porto de São Sebastião, administrado pela Companhia Docas de São Sebastião. O mesmo foi escolhido para o experimento por conta das condições favoráveis da sua infraestrutura, que conta com colaboração entre setores públicos e privados, tem selo verde e está bem alinhada com iniciativas ambientais. Depois de 60 anos, o Brasil retoma as operações no local, com objetivo de consolidar esse centro como referência em logística sustentável.
A saber, o Brasil deve somar em 2014 um valor de US$ 9 bilhões só em exportações de café. E toda e qualquer iniciativa verde só deve fortalecer a posição do país no comércio global.
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Sobre o veleiro-cargueiro Artemis
O veleiro-cargueiro Artemis é um exemplo notável de engenharia verde. O mesmo navega sem emitir carbono, utilizando apenas energia proveniente de painéis solares e do vento, o que reduz significativamente sua pegada ecológica.
Só de velas, a embarcação soma 3 mil metros quadrados, tendo também um mastro de 65 metros de altura. As superfícies captam o vento e geram energia eólica, armazenada em baterias e utilizada para alimentar equipamentos, iluminação e outros sistemas internos do navio. Já em casos extremos, quando o vento é insuficiente, entra em ação um motor a combustão.
No carregamento inicial, foram levados 700 paletes com 14 sacas de café cada, totalizando 9.800 sacas. Além disso, o veleiro transportou sementes de cacau do Brasil para a Europa. A viagem, saindo do Porto de São Sebastião, no litoral paulista, em direção ao Porto de Le Havre, na França, levou cerca de três semanas.
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Benefícios do novo modelo de exportação
O uso do Artemis no transporte logístico de cargas se mostrou bastante vantajoso; seu teste deve servir de símbolo da mudança necessária na indústria marítima, uma mensagem ao mundo sobre o potencial de soluções de engenharia na logística. A previsão é que, até o final de 2025, o veleiro realize pelo menos mais cinco viagens semelhantes.
Em resumo, a iniciativa demonstrou que o uso desse modelo de embarcação para exportação de produtos agrícolas pode trazer benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a economia. Além disso, comprovou que é possível realizar transportes comerciais com uma pegada ecológica reduzida, com o vento como fonte principal de energia, o que pode diminuir as emissões em até 30%.
À medida que caminhamos rumo a um futuro mais sustentável, histórias como esta nos reforçam que cada ação importa na luta contra as mudanças climáticas. Com essa abordagem inovadora e ecológica, o Brasil reafirma seu papel como líder mundial na produção agrícola, ao mesmo tempo em que adota as exigências ambientais do século XXI.
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Fontes: G1.
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Eduardo Mikail
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