Os carros recém-lançados no mercado vêm com câmbio automático. Porém, os modelos mais antigos apresentavam o câmbio manual. Existem entusiastas que preferem um modelo ou outro; e tem quem diga que é difícil se acostumar com as trocas de marchas, tendo problemas de condução a depender do sistema de transmissão disponível - sobretudo se é um motorista iniciante.
Independente das opiniões, este texto do Engenharia 360 tem propósito esclarecer a diferença mecânica entre câmbio manual e câmbio automático, considerando suas vantagens e desvantagens. Confira!
A evolução da mecânica de câmbio dos veículos
Olha que interessante, enquanto os carros atuais possuem cinco, seis ou até mais marchas, os carros antigos possuíam menos. Por exemplo, nos anos de 1970, os câmbios automáticos geralmente tinham apenas três marchas mais a ré. Com o passar dos anos, novas marchas foram acrescidas ao sistema mecânico e tecnologias como o overdrive (marcha adicional para operação em rotações mais baixas durante altas velocidades), para melhorar a eficiência de combustível.
Aliás, em 1991, a Bayerische Motoren Werke (BMW) introduziu no mercado uma caixa de cinco velocidades. Outras inovações importantes também surgiram na mesma época com a Mercedes e Volkswagen.
Atualmente, modelos de carros como Camaro e Mustang têm até dez ou onze marchas.
A tecnologia de câmbio automático finalmente está mais democratizada e o câmbio manual saindo de cena. Esse processo levou muitas décadas e contou também com um trabalho de educação do consumidor, que questionava muito a reputação dessa troca, já que alguns modelos antigos enfrentaram problemas de confiabilidade e eficiência. Mas, agora, tudo é diferente, pois temos o gerenciamento eletrônico avançado.
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Diferença câmbio manual e câmbio automático
Manual
No sistema de condução com câmbio manual, o motorista é responsável por acionar a embreagem e engatar a marcha adequada. Nesse caso, há dois pares de engrenagens conectados ao motor; um garfo de engate permite que as luvas de engate se conectem a essas engrenagens.
A manutenção desse conjunto é mais barata. Também ainda é mais fácil encontrar - pelo menos no Brasil - peças de reposição e reparadores. Para quem curte uma experiência de direção mais livre, leve, envolvente e esportiva, é o ideal, com a possibilidade de pular marchas e escolher a relação ideal em qualquer situação, ajustando o desempenho do veículo segundo as necessidades.
Um carro (para venda ou manutenção) com câmbio manual é mais barato. Quem sabe dirigir bem, também consegue manter o consumo de combustível eficiente da máquina. Contudo, o câmbio manual pode se tornar cansativo e desconfortável, principalmente em situações de congestionamento e paradas em ladeiras. E especialistas em mecânica garantem que há um risco prematuro de desgaste da embreagem.
Automático
O câmbio automático opera sem a intervenção direta do motorista. Nesse caso, o sistema mecânico, que é mais avançado, se valendo de engrenagens planetárias (uma para as marchas pares e outra para marchas ímpares) e um conversor de torque para seleção das marchas, tomando como base a velocidade do veículo e a rotação do seu motor, transferindo a força para as rodas.
No fim, tem-se uma condução bem mais relaxante e confortável, especialmente em situações de congestionamentos - diferente do que se sente com o câmbio manual.
Então, com o câmbio automático, há menos desgaste da embreagem e mais eficiência energética, com médias de consumo aceitáveis. Se necessário, há possibilidade de trocas manuais sequenciais via seletores ou borboletas no volante. Em contrapartida, como desvantagem, o custo de manutenção do veículo é mais elevado devido aos componentes eletrônicos e ao óleo específico (ATF), e existe a possibilidade de eventuais problemas com o conversor de torque.
Câmbio automatizado
Existe uma terceira alternativa na engenharia que é o câmbio automatizado, uma solução intermediária entre o câmbio manual e o câmbio automático. Na verdade, seu funcionamento lembra mais o câmbio manual, mas com a vantagem de contar com um sistema computadorizado para acionamento da embreagem e a troca das marchas. Porém, não é um modelo muito comum no Brasil, devido a problemas de aceitação do público consumidor.
Câmbio de transmissão continuamente variável
O câmbio CVT (continuously variable transmission) já difere totalmente dos câmbios anteriores, pois não utiliza engrenagens. No lugar disso, tem-se duas polias interligadas por uma correia metálica, o que permite uma variação infinita de relações de marcha. Mas este é outro sistema pouco comum no Brasil, justamente porque dá uma sensação diferente durante todas as trocas de marchas.
Escolhendo um modelo de câmbio
Poderíamos dizer que o certo é escolher o modelo que câmbio que atende às suas necessidades. Mas o fato é que tudo vai depender mesmo da oferta de mercado.
No momento, o câmbio automático está em alta, porque sua engenharia prioriza o conforto e a praticidade, e porque combina melhor com as tecnologias mais avançadas dos novos veículos elétricos e híbridos. Mas se você busca uma experiência de condução mais envolvente, a melhor opção ainda é mesmo o câmbio manual.
Lembre-se: o avanço dos softwares de gestão e a inclusão de mais marchas fizeram com que os automáticos não só fossem mais confiáveis, mas também mais eficientes. Pense nisto!
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Fontes: Autoesporte.
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