A equipe Engenharia 360 trouxe para este artigo uma questão importante e, em certo grau, polêmica. Por exemplo, será que falta direcionamento nos cursos de Engenharia quanto à monetização da profissão? Nosso colega Daniel dos Santos Silva questiona, por exemplo, “Como o engenheiro ou o profissional de Engenharia pode monetizar através da sua profissão, e quais os caminhos que ele deve seguir para conseguir exercer as suas atividades?”. A seguir, veja qual a opinião dos nossos redatores colaboradores!
Tudo depende…
…da educação financeira de cada pessoa.
O redator Cristiano Oliveira da Silva diz:
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“Se meu entendimento sobre ‘monetização’ está correto, tanto na Engenharia quanto em outras áreas, ganhar dinheiro (e conseguir, de forma ética e honesta) é função de uma série de variáveis, que vão desde os hábitos financeiros que aprendemos (ou rejeitamos) dos nossos pais até como a pessoa encara o dinheiro.”
“Há também a questão do quanto a pessoa é ambiciosa (o que difere de ser gananciosa) e o quanto essa ambição é latente nela. Todos aqui conhecem alguém que ‘deu certo’ na vida, que ganhou muito dinheiro através de seu trabalho. Certamente, esse era o tipo de pessoa que estava mais com o olho no objetivo do que nos problemas em si.”
“E também conhecem pessoas que não conseguem juntar grana. Ou já teve muita e perdeu… Tudo isso está relacionado à educação financeira (ou à falta dela).”

…do tempo de experiência profissional.
Continuando seu testemunho, Cristiano comenta que:
“Os salários nas fases iniciais da carreira não são grandes fortunas. O lado positivo da Engenharia, pelo menos na minha experiência profissional, é que ficamos mais valorizados pelo mercado como função do nosso tempo de formado.
“Diversos colegas na faculdade, optaram por se ‘monetizar’ mais rápido, indo para o mercado financeiro.
Outros, foram para empresas familiares, ou mesmo fundaram suas próprias empresas; e alguns foram para área acadêmica, ou fizeram um pouco disso tudo.”
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“No contexto do engenheiro que busca sua realização profissional (e reconhecimento financeiro), é uma longa estrada e não tem receita de bolo ou fórmula mágica: antes de tudo, é fundamental identificar com o que você quer trabalhar e se capacitar para isso.”
“Se capacitar hoje, tanto tecnicamente (hard skills), quanto em habilidades sócio-emocionais (soft skills ou people skills, ou fundamental skills), já é uma realidade e necessidade. Necessidade para quem quer crescer, ter capacidade de tomar boas decisões, escolher e realizar.”
“No meu entendimento, identificar onde se quer estar é o primeiro passo. A gestão da nossa carreira é algo pessoal e muito importante para deixar ‘ao acaso’ e não assumirmos a responsabilidade por ela. E assumir a responsabilidade, significa querer, e buscar um caminho para realizar.”
“Talvez já tenham lido essa frase, mas quem quer algo, arruma um jeito, quem não quer, arruma uma desculpa! ‘Ah, mas o problema é o governo, o dólar, a pobreza, a falta de oportunidades, a desigualdade, e mais!’ Querem uma dica? Fujam dessas desculpas. Internalizem e pratiquem a autor responsabilidade. Você é o principal responsável pela sua vida e pelas suas escolhas!’

.. da situação do mercado diante da crise.
Agora da opinião do nosso colega Victor Peron:
“Na minha área, a Engenharia Mecânica, eu vejo que a esmagadora maioria acaba indo para o meio corporativo mesmo. Muitos vão trabalhar em banco (nada a ver com a área) e a outra metade acaba ficando na indústria. Os que ficam na indústria, por exemplo, acabam sofrendo mais; inclusive porque, muitas vezes, o profissional não é valorizado (principalmente em cidades que possuem muitas indústrias, lá a concorrência é bem grande).”
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“Vejo uma tendência grande de engenheiros mecânicos também tentando rumar para o empreendedorismo, fazendo tarefas de baixa complexidade (como laudos). Mas eu acredito que o mercado, por ora, está saturado desse tipo de empreendedor.”
“As principais dicas que eu posso dar para a área mecânica são: se quiser trabalhar para a indústria, corra atrás de ter a maior quantidade possível de habilidades necessárias e invista pesado em networking e intra-empreendedorismo.”
“Além disso, é muito útil para indústrias que atuam em segmentos importantes para o Brasil (como a farmacêutica e o agro), pois lá há mais chances de conseguir boas oportunidades de crescer.”
“Caso opte pelo empreendedorismo, vale a pena começar com um bom capital inicial, à menos que opte por abrir uma startup (talvez seja mais fácil, aí, arrumar investidores para você).”

Rafael Rosa lembra que “antigamente” o engenheiro se formava para trabalhar em alguma empresa e fazer carreira. Mas que, hoje, o mercado está diferente. Por exemplo, um engenheiro pode fazer dinheiro de muitas formas, principalmente usando a internet. E tudo bem isso, desde que o mercado não confunda as habilidades e importância das profissões e seus profissionais.
Inclusive, Eduardo Mikail enfatiza que temos no mercado atual diversas formas de monetização para os mais diversos perfis de profissionais (desde o que vai empreender àquele que vai buscar o mercado corporativo, setor público, terceiro setor, e mais). Ou seja, há espaço e nicho para todos! Claro que a saída que muitos encontraram na pandemia pode não funcionar para você, sobretudo neste momento de retorno de uma série de atividades. Atenção! Não esqueça de explorar a Engenharia na essência, pois nosso mercado brasileiro ainda tem muito a oferecer, sim!
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