Você já deve ter ouvido falar de Balneário Camboriú, uma linda praia de Santa Catarina, emancipada de Camboriú e onde foram construídos os maiores arranha-céus do Brasil. Mas é claro que esse grande movimento arquitetônico provocou igualmente uma enorme transformação urbana.
Por exemplo, agora alguns hotéis históricos e icônicos de BC serão demolidos para dar lugar a novas construções. Um deles é o Hotel Fischer, que chegou a hospedar dois ex-presidentes, Juscelino Kubitschek e João Goulart, mas foi derrubado em 2012 e deve ser substituído por duas torres de luxo com 165 metros cada. Outro é o Hotel Marambaia, construído em 1964, mas que terá apenas uma parte preservada.
Patrimônio histórico de Balneário Camboriú ameaçado
Tudo isso já nem parece espantar os residentes. À beira-mar, são poucos os prédios com menos de 50 andares. Por exemplo, da construtora Pasqualotto>, as "torres gêmeas" da cidade lideram o ranking dos edifícios residenciais mais altos da América do Sul, com 281 metros de altura ou 81 andares. Mas por que, então, a demolição destes dois edifícios históricos chama a atenção?
Bem, o Fischer, de apenas 12 andares, foi uma referência de arquitetura alemã e o primeiro prédio com heliponto da cidade; aliás, até chegou a participar de um processo de tombamento histórico.
Enquanto isso, o Marambaia, com fachada circular de estilo modernista, mesmo em área de interesse histórico do município pelo Plano Diretor, já precisou se despedir de vizinhos, demolidos. Ele abriga o acervo de Roberto Veronese. Só que passará pelas obras parciais já em 2023.
Outros casos de "agressão" contra a arquitetura de BC
Parece que se tornou comum essa prática de transformação urbana em Balneário Camboriú por meio da intervenção sobre patrimônio histórico arquitetônico. Por exemplo, a Capela Luterana da Rua 2.300, uma construção dos anos de 1950 tombada, foi incorporada a um prédio de luxo e está rodeada de uma horrível muralha de concreto. Agora, além dela, está sob a mira dos construtores a Capela de Santo Amaro e a antiga casa de veraneio do ex-presidente João Goulart - tendo esta última obra passada por várias alterações ao longo dos anos, inclusive para virar restaurante, perdendo demais as características originais de residência.
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De acordo com uma reportagem do G1, a 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Balneário Camboriú informou que tem em andamento uma ação civil pública que pede a atualização da lei do Plano Diretor. Torcemos para isso ser verdade e, assim, possam ser discutidas outras alternativas de continuar o progresso de BC, mas sem comprometer o que restou de seu patrimônio histórico!
Veja Também: Balneário Camboriú e Fortaleza: por que suas áreas de praia estão sendo ampliadas?
Fontes: G1.
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Eduardo Mikail
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