O cenário de poluição por plástico vem assumido dimensões oceânicas (trocadilho intencional) e, com isso, exige medidas na mesma proporção. Nesse contexto, uma organização não-governamental chamada The Ocean Clean Up concebeu um sistema de limpeza oceânica (o System 001), com o objetivo de retirar plástico da superfície do oceano.
A ambição do projeto é levá-lo ao Great Pacific Garbage Patch, o maior depósito de lixo oceânico do mundo. Para isso, estão sendo feitos testes, visando avaliar o potencial da máquina e melhorá-lo. No caso, os profissionais envolvidos são mais de 80 engenheiros, pesquisadores e cientistas, trabalhando diariamente para livrar o oceano do plástico.

O sistema é na forma tubular e configura uma barreira
flutuante em forma de U de 600 metros de comprimento com uma “saia” de três
metros de profundidade anexada logo abaixo. A barreira foi projetada de forma
sustentável e inteligente para ser impulsionada pelo vento e pelas ondas, a fim
de capturar de forma autônoma o resíduo que cruza seu caminho, aproveitando-se
das correntes marítimas que conduzem o lixo.

"Devido à sua forma, os detritos são conduzidos para o centro do System 001. Movendo-se ligeiramente mais rápido que o plástico, o sistema atua como um gigante Pac-Man, “roçando” a superfície do oceano". – explica a organização.
O objetivo da ONG é expandir o sistema de limpeza oceânica para uma frota de 60 pac-mans devoradores de plástico, o que permitiria remover aproximadamente metade do plástico da Great Pacific Garbage Patch em cinco anos.
Primeiros testes do sistema de limpeza oceânica:
O System 001 foi lançado em 8 de setembro de 2018. A
experiência, em escala real, reforçou o tamanho do desafio e como as intempéries
influenciam no projeto.
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A implementação de grandes ideias requer grandes esforços.
Este primeiro teste do sistema de limpeza oceânica durou quatro meses e foi
necessário retorná-lo à costa, mas a equipe segue otimista.
“O System 001 é o nosso primeiro sistema e planejamos aprender muito com essa nova tecnologia. Durante os quatro meses de implantação, os desafios que enfrentamos nos trouxeram uma maior compreensão do ambiente do Great Pacific Garbage Patch e como nosso sistema se comporta nele. Todos os três turnos coletaram incríveis quantidades de dados que estamos usando agora para melhorar o design de nossa tecnologia. O sistema de limpeza oceânica foi trazido de volta ao porto, mas retornaremos ao Patch com um design melhorado nos próximos meses”, diz The Ocean Clean Up no vídeo de divulgação da primeira missão:
Fontes: The Ocean Clean Up
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Kamila Jessie
Doutoranda e mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo, é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária.