O conceito de soberania está aliado a expressividade de ter poder e exalar este por meio de um canal que seja transversal e torne esse significado de bem comum, parte maior de um avanço social, econômico e inter-setorial. Entenda um pouco mais sobre segurança hídrica nesse artigo.
Segurança Hídrica
Portanto, nesta perspectiva, a Soberania dos Recursos Hídricos é o maior bem natural que uma civilização pode ter, sobretudo, como no caso do Brasil que a tem em quantidade e qualidade para múltiplas finalidades, conforme a Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei 12.433/97. Porém, é notório nos últimos anos que, mesmo fora do Nordeste (parte do Brasil que sofre o fenômeno das estiagens naturais), aconteceram fortes crises hídricas que ameaçaram colocar em cheque o suprimento de água, principalmente para abastecimento humano e geração de energia hidrelétrica. Esses fatos ocorreram/ocorrem em todo o país e a principal ideia é conter de forma sustentável esses inconvenientes para que possamos continuar produzindo com qualidade, diante de nossas riquezas naturais, defendendo nossa soberania e acentuando nosso desenvolvimento.

Figura 01 - Usina Hidrelétrica de Itaipu/Binacional
- O SISTEMA CANTAREIRA
O Sistema Cantareira é o maior dos sistemas administrados pela Sabesp, destinado a captação e tratamento de água para a Grande São Paulo e um dos maiores do mundo, sendo utilizado para abastecer 8,8 milhões de clientes da Sabesp. O sistema é composto por seis barragens interligadas por um complexo sistema de túneis, canais, além de uma estação de bombeamento de alta tecnologia para ultrapassar a barreira física da Serra da Cantareira (SABESP, 2017).
O SISTEMA é integrado pelas Represas:
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- Paiva Castro (1973), no rio Juqueri
- Águas Claras (1973), no topo da Serra da Cantareira
- Cachoeira (1975), no rio Cachoeira
- Atibainha (1975), no rio Atibainha
- Jaguari (1981) , no rio Jaguari
- Jacareí (1981), no rio Jacareí
E garante condições de soberania nos aspectos de qualidade de vida e saúde para o maior Complexo de cidades do país.
- A SECA CÍCLICA DO NORDESTE
As secas de 1825-1827-1830 marcam a arrancada do açudamento do Nordeste semiárido. Em 1832, o Conselho da Província do Ceará passou a atribuir prêmios a quem construísse um açude de certas dimensões. A partir de 1844, o Governo Imperial decidiu intervir diretamente, empregando recursos na construção de estradas e açudes (SUDENE, 1992).
A grande seca de 1877 levou o governo a cogitar projetos de grandes barragens; somente em 1906, porém, ficaria concluÍdo o primeiro dentre eles, o açude Cedro em Quixadá (CE) (figura 02). O Sertão já contava, nessa época, com cerca de 6.000 açudes de todos os tamanhos (SUDENE, 1992).

Açude Cedro DNOCS/CE
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Em 1909 cria-se a Inspetoria de Obras Contra as Secas – IOCS, que depois se chamaria Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas – IFOCS até que em 1945 receberia o nome DNOCS – DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS. A partir de então ficou efetivamente consolidada a ideia de que o Nordeste precisava se desenvolver economicamente de forma mais vertiginosa, e isto só seria definitivamente possível por meio do armazenamento de água para uso na agricultura, abastecimento urbano, geração de energia elétrica, psicultura, dentre outras.
- AS OBRAS DA TRANSPOSIÇÃO
O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) é a maior obra de infraestrutura hídrica do País, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos. Com 477 quilômetros de extensão em dois eixos (Leste e Norte), o empreendimento vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente (Ministério da Integração Nacional-MI).
O empreendimento que visa garantir segurança hídrica, engloba a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230 quilowats, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Com 15 quilômetros de extensão, o túnel Cuncas I é o maior da América Latina para transporte de água (Ministério da Integração Nacional-MI).

Figura 03 - EBV1 - Floresta/PE (MI, 2016)
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Todos esses esforços e desenvolvimento do pensamento e da tecnologia brasileira ligado à água é pelo fato de entendermos que, dentre muitos outros setores, o Cantareira, o PISF e a açudagem nordestino, assim como a gestão estratégica dos recursos hídricos destas Regiões são altamente necessários para que o desenvolvimento econômico e social acontece.
E você, o que pensa sobre a segurança hídrica no Brasil?
"Não há dignidade sem água. E sem condições dignas de viver, é impossível alcançar ou até mesmo citar a palavra Soberania. Um dos pontos chaves da soberania brasileira começa pela água." (Joebson Lima, 2018, Acadêmico de Eng. Civil)