Engenharia 360

Estudo da USP propõe armazenar CO2 em rochas profundas para conter o aquecimento global

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por Rafael Panteri
| 26/08/2022 | Atualizado em 08/04/2025 3 min
Imagem reproduzida de Com Ciência

Estudo da USP propõe armazenar CO2 em rochas profundas para conter o aquecimento global

por Rafael Panteri | 26/08/2022 | Atualizado em 08/04/2025
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Firmado em 2015, o Acordo de Paris foi assinado por diversas nações que se comprometeram a barrar o aumento da temperatura global acima de 2º C até 2050. Desde então, muitos cientistas e pesquisadores procuram alternativas para diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2), bem como soluções para sua estocagem, visto que o gás é o principal responsável pelo efeito estufa. Um estudo recente sugere utilizar rochas em profundidade para armazenar esse poluente.

dióxido de carbono
Imagem reproduzida de VEJA

Como funciona a estocagem de CO2 em rochas no subsolo?

Um novo projeto brasileiro sugere as rochas em grandes profundidades como opção. O estudo partiu do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e propõe capturar o dióxido de carbono (CO2) nas fontes emissoras (usinas térmicas e indústrias) e estocá-lo no solo. Colombo Tassinari, coordenador do projeto e diretor do IEE, explica que "o dióxido de carbono é injetado em alta pressão dentro de rochas permeáveis no interior da Terra, e, uma vez instalado, se movimenta até encontrar camadas de rochas impermeáveis onde fica acumulado em uma espécie de armadilha".

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O processo é semelhante ao que mantém o petróleo armazenado por milhões de anos nas rochas em profundidade. Isso indica que essa solução pode ser segura mesmo a longo prazo. Como explica o professor Julio Meneghini, da USP, "é devolver o dióxido de carbono (CO2) para o local onde você retirou o combustível fóssil, e ter uma garantia de que ele não vai escapar".

dióxido de carbono
Imagem reproduzida de Inovação Tecnologia

Veja Também: Aquecimento Global pode tornar energia solar menos eficiente

Quais rochas são ideais para o armazenamento de carbono?

Um detalhe importante apontado pelos pesquisadores é o tipo de rocha ideal para aprisionar o dióxido de carbono (CO2). As melhores opções encontradas foram duas: rochas sedimentares porosas ou na camada de sal da bacia de Santos, no Rio de Janeiro.

De acordo com Tassinari, a análise preliminar apontou que as rochas sedimentares porosas, chamadas de folhelhos negros, seriam as mais favoráveis para o serviço. As regiões Sul e Sudeste do Brasil são as maiores emissoras nacionais de dióxido de carbono (CO2) e onde se encontram mais folhelhos. Tornando a região ideal para desenvolvimento do estudo.

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Estocagem de CO2 em ambientes marinhos

Outra opção de armazenamento do dióxido de carbono (CO2) é estocar o gás em bacias como Campos e Santos, no Rio de Janeiro. De forma semelhante ao processo na terra, a injeção de gás ocorreria no mesmo lugar onde se extrai o pré-sal.

Segundo o estudo, o gás carbônico poderia permanecer nessas rochas por pelo menos mil anos sem haver nenhum problema ambiental.

Benefícios logísticos e ambientais do projeto

Ter um mapa geológico com os pontos ideais para a estocagem do CO2 é crucial para a logística industrial. Usinas e indústrias próximas a esses locais reduzem os custos com transporte e aceleram o processo de captura, aumentando a viabilidade econômica do projeto.

Além disso, o projeto ajuda a mitigar os efeitos do aquecimento global, contribuindo com os compromissos firmados no Acordo de Paris e incentivando o uso de tecnologias sustentáveis.

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O futuro da captura e estocagem de carbono no Brasil

O projeto brasileiro se destaca por unir inovação, sustentabilidade e viabilidade prática. Se implementada em larga escala, a tecnologia pode se tornar um importante pilar no combate ao aquecimento global, posicionando o Brasil como referência em geoengenharia e captura de carbono.

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Fontes: VEJA, ComCiência, InovaçãoTecnologia.

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Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

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