Engenharia 360

Roboats: conheça os barcos autônomos e sua aplicabilidade

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 19/07/2019 | Atualizado em 15/06/2022 3 min

Roboats: conheça os barcos autônomos e sua aplicabilidade

por Kamila Jessie | 19/07/2019 | Atualizado em 15/06/2022
Engenharia 360

Na era da autonomia da máquina, o transporte sobre a água não poderia ficar de fora. Nesse cenário, prevê-se um futuro em que frotas de barcos autônomos vão transportar mercadorias e pessoas, coletar lixo e se remanejar em pontes flutuantes. E já está acontecendo por meio dos Roboats.

roboat | Roboats
Imagem: news.mit.edu

Barcos autônomos:

Pesquisadores do MIT deram novas capacidades à frota de
barcos robóticos existente em Amsterdã, os Roboats, cujo nome é um trocadilho
inevitável. Agora eles podem se chocar e se prender uns aos outros, além de
insistir, caso a tentativa falhe.

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A demanda deriva do fato de que cerca de um quarto da área superficial
de Amsterdã é água, com 165 canais ao lado de ruas movimentadas. Diante disso,
há alguns anos, a cidade se juntou ao MIT e ao Instituto AMS no projeto Roboat.

roboat
Imagem: news.mit.edu

A ideia era construir uma frota de barcos robóticos
autônomos, isto é, cascos retangulares equipados com sensores, propulsores,
microcontroladores, GPS, câmeras e outros dispositivos que permitissem
mobilidade inteligente sobre a água. Isto poderia aliviar o congestionamento
nas movimentadas ruas da cidade. O projeto está em andamento.

Utilidade dos roboats:

Um dos objetivos do projeto é criar
unidades roboat que forneçam transporte sob demanda em hidrovias. Outro
objetivo é usar as unidades roboat para formar automaticamente estruturas
"pop-up", como pontes de pedestres, estágios de desempenho ou mesmo
mercados de alimentos. Ousado, mas extremamente promissor.

As estruturas poderiam, então,
desmontar-se automaticamente em horários definidos e reformar-se em
estruturas-alvo para diferentes atividades. Além disso, as unidades roboat
podem ser usadas como sensores ágeis para coletar dados sobre a infraestrutura
da cidade e a qualidade do ar e da água, entre outras coisas.

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Roboats: conheça os barcos autônomos e sua aplicabilidade
Imagem: roboat.org

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Andamento do projeto:

Em 2016, os pesquisadores do MIT testaram um protótipo
roboat que cruzou os canais de Amsterdã, avançando, recuando e lateralmente ao
longo de um caminho pré-programado. No ano passado, os pesquisadores projetaram
versões de baixo custo, impressas em 3D, em escala de um quarto das
embarcações, que eram mais eficientes e ágeis e vinham equipadas com algoritmos
de rastreamento de trajetória.

Em um artigo apresentado na
Conferência Internacional sobre Robótica e Automação, os pesquisadores
descrevem unidades roboat que agora podem identificar e conectar-se a estações
de encaixe. Os algoritmos de controle guiam os roboats até o destino, onde eles
se conectam automaticamente a um mecanismo de travamento personalizado com
precisão milimétrica! Além disso, o roboat percebe se perdeu a conexão, faz o
backup e tenta novamente. Insistente!

Os pesquisadores testaram a
técnica de travamento em uma piscina no MIT e no Charles River, onde as águas
são mais agitadas. Essa questão de incorporar os fatores ambientais é
extremamente importante. Mas, de toda forma, em ambos os casos, as unidades
roboat foram capazes de se conectar e acoplar com sucesso em cerca de 10
segundos, a partir de cerca de um metro de distância, ou então depois de
algumas tentativas fracassadas, mas sem desistir.

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roboat
Imagem: engadget.com

Perspectivas:

Em Amsterdã, o sistema poderia ser
especialmente útil para coleta de lixo nos canais durante a noite. Unidades de roboat
podiam navegar em torno de um canal, localizar e travar em plataformas
segurando lixeiras, para depois transportá-las de volta para as instalações de
coleta.

E aí, já viu alguma unidade roboat por aí?


Fontes: Engineers journal.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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