Quando ouvimos falar de um “robô”, geralmente nos vem à cabeça a imagem de um mecanismo capaz de agir de maneira automática numa dada função para a qual ele foi programado, como os robôs feitos para as linhas de produção de fábricas, por exemplo. Mas e quando nos falam sobre um robô “vivo”?
A experiência com células embrionárias
Imagino que você também pensou em um humanoide, ou seja, um ser que tem aparência semelhante a um humano ou que lembra um humano, mas que não é um ser humano. Exato, alguns até são fabricados com matéria orgânica sintética para terem uma aparência mais “tipo vivo”. Porém, ainda assim, são “programáveis” através de sistema computadorizado.
Agora os cientistas deram um passo além e criaram um robô “vivo” usando células-tronco de um ser realmente vivo. O material usado foi de um sapo da espécie Xenopus laevis.Eles utilizaram suas células embrionárias e as reprogramaram de forma diferente da original, criando um “organismo”. E o mesmo foi chamado de “Xenobot” - termo junção de 'xeno', por causa do anfíbio doador das células, e 'bot', que, na tradução, significa 'robô'.
Resultados
Usando um microscópio, os cientistas conseguiram separar as células-tronco embrionárias do pequeno sapo. Também incubá-las e uni-las novamente no formato desejado, partindo de células de pele e de músculos cardíacos para produzirem tecidos originais. E, quando reunidas na forma desejada, as células começaram a trabalhar sozinhas.
As células de pele e de coração, uma vez unidas, foram combinadas com robótica. Então, se fez uma espécie de "cérebro" programado em computador, resultando em um robô capaz de se movimentar por conta própria. Foi usado também um supercomputador para desenvolver e programar o “novo organismo”, através de um “algoritmo evolutivo” e outros métodos científicos mais avançados.
Impressões
Esta experiência com o robô foi realizada por pesquisadores da Universidade de Vermont, localizada no Estado de Vermont, e da Universidade Tufts, instituição privada localizada no Estado de Massachusetts, ambas nos EUA. Segundo Joshua Bongard, cientista de computação e especialista em robótica da Universidade de Vermont, “Eles (os Xenobots) não são (como) um robô tradicional e nem uma espécie conhecida de animal”, “É uma nova classe de artefato: um organismo vivo e programável.”.
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Para entender melhor, os Xenobots têm o formato de bolhas de cerca de um milímetro de largura, e são capazes de caminhar, nadar, trabalhar em cooperação; e, com a capacidade regenerativa, até curar a si mesmos quando sofrerem algum ferimento. Já seus movimentos são criados através de pulsos gerados pelo tecido muscular do coração.
Aplicações
A saber, os cientistas pretendem utilizar os Xenobots no futuro para:
- transportar medicamentos pela corrente sanguínea,
- desobstruir artérias,
- coletar partículas de plásticos em suspensão nos oceanos, e
- reparar derramamentos tóxicos ou contaminação radioativa.
Claro que, apesar dos “possíveis” benefícios da utilização deste robô “vivo”, na Ciência e até mesmo na Medicina, sempre há a preocupação do experimento sair do controle. Sabe-se que, enquanto os pesquisadores trabalham a ideia, não se consegue entender bem ainda se as futuras consequências serão totalmente benéficas, ou não. Enfim, para se ter total controle da nova tecnologia, é exigido pelo meio acadêmico que se realizem muitos outros estudos e muitas outras experiências.
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Fontes: G1, Mundo Conectado, Tecmundo, Universo Racionalista.
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Eduardo Mikail
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