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Amazon, Alphabet e Microsoft: mais uma polêmica de uso de fotos em bancos de dados para reconhecimento facial

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por Kamila Jessie
| 24/07/2020 | Atualizado em 21/06/2021 2 min

Amazon, Alphabet e Microsoft: mais uma polêmica de uso de fotos em bancos de dados para reconhecimento facial

por Kamila Jessie | 24/07/2020 | Atualizado em 21/06/2021

Gigantes da tecnologia usaram imagens das pessoas obtidas sem permissão para treinar suas tecnologias.

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Gigantes da tecnologia usaram imagens das pessoas obtidas sem permissão para treinar suas tecnologias.

As gigantes Amazon, Alphabet e Microsoft receberam um processo por terem utilizado, sem permissão, fotos de usuários em bancos de dados para treinamento de pesquisas em reconhecimento facial.

Banco de dados inclusivo, mas sem consentimento

As imagens eram nada menos do que 1 milhão de fotos de rostos humanos, todos classificados tags de simetria, comprimento do nariz e altura da testa, por exemplo. Essas fotos haviam sido adicionadas à Diversity in Faces, da IBM, uma base de dados desenvolvida com o intuito de avançar pesquisas para precisão no reconhecimento facial, observando mais do que apenas tom de pele, idade e sexo.

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Foram dois moradores da cidade, Steven Vance e Tim Janecyk, que decidiram entrar com a ação, alegando que suas identidades foram incluídas no banco sem conhecimento ou permissão. Caso essas pessoas não tivessem identificado o uso sem consentimento das fotos, a gente não sabe quando as empresas seriam responsabilizadas, nem se isso sequer ocorreria.

Imagem de rosto feminino sendo escaneado para reconhecimento facial. Fonte: Getty Images.
Imagem: Getty Images.

Dissonâncias nas pesquisas em reconhecimento facial

Vale citar que a situação da tecnologia de reconhecimento facial é controversa: tem havido críticas por defensores de privacidade, com algumas cidades proibindo seu uso. Entretanto, há insistência, com bancos de dados destinados a alimentá-la, inclusive voltados para selfies de máscara, considerando o contexto atual. Mas debates relacionados a viés, por exemplo, em asiáticos ou afro-americanos, geram insegurança quanto ao uso dessa tecnologia em cenários distópicos.

A IBM, que vinha defendendo a regulamentação do reconhecimento facial, finalizou seu programa de pesquisa depois de admitir que o uso dessa tecnologia por parte de forças policiais poderia reforçar preconceitos e discriminação. Ainda assim, os sistemas de reconhecimento facial estão a caminho de se disseminar em aeroportos e shoppings.

Os processos, movidos nos tribunais dos estados da Califórnia e Washington, onde as empresas envolvidas estão localizadas, buscam o status de ação coletiva, bem como danos monetários e restrição das atividades dos réus que estão no banco de dados. A Microsoft disse que foi intimada e está analisando, enquanto a Alphabet e a Amazon não se manifestaram.

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Fonte: CNET.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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