Novas especificações da ANP proporcionam melhora na autonomia dos veículos e aprimoram a qualidade da gasolina brasileira, dando maior eficiência energética e diminuição de consumo.
A Nova Resolução: Densidade
As novas especificações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prometem que, a partir do dia 3 de agosto de 2020 (prazo final da ANP para que ocorram as adequações por parte das refinarias), toda gasolina automotiva produzida no Brasil tenha um consumo menor do que a atual, além de dificultar possíveis tentativas de adulteração, aproximando-a do padrão do combustível comercializado nos Estados Unidos e na Europa.
A densidade dos combustíveis é um parâmetro fundamental para o bom funcionamento e eficiência do motor e, quanto menor a densidade, maior o consumo de combustível. A densidade da gasolina gira no entorno de 700 g por dm³ e a do etanol em cerca de 750 g/dm³, já a da água é de 1 kg por dm³, ou 1 kg por litro.
A antiga resolução não estabelecia um padrão de densidade, ou massa específica (ME) para a gasolina comercializada. Assim, para ter padrão internacional, faltava essa regulamentação, e a nossa gasolina podia variar de densidade, embora quase toda fornecida pela Petrobrás. Contudo, com a importação e formulação por parte de outras refinarias, a gasolina comercializada nos postos poderia ter densidade inferior ou superior, interferindo na potência e consumo.
Assim, em sua nova Resolução nº 807/2020, a ANP estabeleceu um valor mínimo de massa específica, de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo. Entretanto, as porcentagens de etanol anidro na gasolina continuarão os mesmos: 27% na comum e aditivada, e 25% na premium.
Um dos pontos mais positivos dessa nova exigência é a promessa de diminuição da adulteração da gasolina com solventes, já que a maioria dos produtos utilizados para a adulteração do combustível tem densidade inferior.
Como contra prova, o motorista que quiser fazer o teste deve mergulhar na gasolina um densímetro calibrado entre 700 e 750 gramas por litro (equipamento esse que deve ser fornecido por todos os postos), caso o valor indicado esteja abaixo de 715, o combustível foi adulterado.
Apesar de as refinarias terem até o dia 03 de agosto de 2020 para concluir a adequação, as distribuidoras terão ainda dois meses e as revendedoras, três.
Outras mudanças
A fim de atender aos requisitos atuais de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos, e considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve - Ibama) e do Programa Rota 2030, a ANP adotou um valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC.
"Os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor".
Explicou a agência, por nota.
A nova especificação ainda estabeleceu os limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países.
A ANP afirmou que: "A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo" , informando que no Brasil só era especificada a octanagem MON (Motor Octane Number).
"O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina premium, será de 97, já a partir de 3 de agosto próximo."
Disse a ANP
A ANP determina as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos, e não somente quanto as especificações.
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Referências: Uol, Folha Vitoria
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