Como explicar o que está acontecendo entre Israel e o povo da Faixa de Gaza? Certamente, não tem explicação, a não ser que o ser humano caminha para um abismo, encurralado pelo seu próprio ódio. Mas se temos ainda algum amor no coração, devemos trabalhar para ir contra esse mal. E, nesse cenário, a Engenharia tem obrigação de contribuir para solucionar os problemas do mundo. Neste texto do Engenharia 360 apresentamos os purificadores de água que o Brasil envia para a zona do conflito, na esperança de poder ajudar os civis inocentes.
A ajuda oferecida pelo governo brasileiro
Na última semana, o Brasil tem feito grandes esforços, por meio da sua representação na ONU, para frear a escalada dessa guerra. Ao mesmo tempo, a presidência brasileira trabalhou para encaminhar ajuda aos brasileiros em Israel e na Palestina. Uma das iniciativas foi encaminhar para a fronteira com o Egito, unidades de purificadores de água. A ideia é que, assim que aberto o corredor humanitário, esses portáteis cheguem àqueles mais necessitados, onde a água potável está mais escassa.
Os purificadores enviados pelo Brasil à Gaza são um excelente exemplo de como pequenos modelos de engenharia têm grande capacidade de ajuda para problemas urgentes. Neste momento, a atenção está muito concentrada em Gaza, uma região do mundo com grande dificuldade de acesso à água potável. A saber, mesmo antes do conflito, 95% dos habitantes dessa faixa já não tinham água limpa e segura para beber. Há problemas de extração excessiva do aquífero costeiro, infiltração da água do mar e poluição por esgotos. Então, viver em Gaza é um grande desafio!
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A engenharia dos purificadores de água
A solução tecnológica que chega agora à Gaza, pelas mãos dos brasileiros, é considerada inovadora. A mesma é o resultado de pesquisas em colaboração entre USP e UFSCar. Trata-se de equipamentos portáteis, pesando 10 kg cada, e com capacidade de tratar 5.760 litros de água por dia - o que equivale a quatro litros por minuto. Ou seja, seria água suficiente para atender inúmeras famílias.
Esses purificadores seriam alimentados pela energia de placas solares, considerada um fonte de energia alternativa e ideal nesse cenário, já que não há energia elétrica na maior parte de Gaza. Todavia, com as placas, esse tipo de engenharia sustentável e ecológica funcionaria mesmo onde a eletricidade é instável ou inexistente por completo.
O único problema é que esses purificadores ainda não são baratos, por não serem produzidos em larga escala. O seu custo médio é de R$ 9,7 mil. E o Brasil está enviando 40 deles para a Faixa de Gaza; então, perceba a importância dessa ajuda oferecida. Mas valerá a pena, pois os benefícios que eles podem trazer para os civis na zona de conflito serão imensuráveis em termos de saúde pública e qualidade de vida.
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A startup brasileira que trabalha com esses purificadores
Como já vimos, esse tipo de modelo de purificador saiu do papel e já é uma realidade. Aqui, no Brasil, a startup PWTech desenvolveu o equipamento PW 5660, referenciado pela ONU em missões humanitárias. O mesmo funciona de modo bem simples, com processo de purificação que envolve um clorador, três filtros e uma membrana de ultrafiltração. Esta membrana impede a passagem de vírus e bactérias, garantindo que a água tratada seja segura para consumo.
Esse tipo de engenharia pode ser usada em diversas situações de crises humanitárias. Mas também em diversos setores, incluindo a indústria de construção civil, onde a água limpa é essencial para a produção de concreto de alta qualidade.
Enfim, o tempo está correndo e o Brasil depende da abertura das fronteiras de Gaza com o Egito para que esses equipamentos cheguem aos civis palestinos. Infelizmente, a cooperação internacional tem falhado demais em promover o bem-estar desses seres humanos.
Na segunda semana do conflito, já tivemos dois textos da ONU vetados, o último deles escrito pelo Brasil. Agora, é esperar que logo o mundo encontre uma forma de frear essa guerra e levar conforto e segurança a todos que clamam pela paz e pelo amor entre os povos.
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Fontes: CNN Brasil, NeoFeed.
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Eduardo Mikail
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