A discussão sobre os malefícios causados pelas embalagens plásticas depositadas na natureza já é antiga. É assim, quando não descartadas de forma correta vão parar em ruas, bueiros, rios, lixões, aterros sanitários, florestas e oceanos. E em consequência, milhares de animais, terrestres e aquáticos, ficam presos nos resíduos e muitos não conseguem ser salvos e já são encontrados mortos.
Além da morte de animais, os resíduos plásticos contaminam as águas, o solo; e, quando se decompõem (em alguns casos podendo levar 400 anos ou mais), liberam gases que contribuem para o efeito estufa.
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O que são bioplásticos?
Já existem, em todo mundo, os chamados bioplásticos para embalagens plásticas, produzidos a partir de fontes renováveis, como cana-de-açúcar, milho, mandioca, batata e beterraba, além de outros produtos de origem vegetal e até mesmo animal.
Vantagens do bioplástico
Uma das maiores vantagens do bioplástico, em relação às embalagens plásticas feitas de materiais fósseis, é liberar em torno de 68% menos gases na atmosfera. Além disso, são atóxicos e, geralmente, biodegradáveis.
Entende-se por produto biodegradável aquele que se decompõe naturalmente através do processo de biodegradação, feito pela ação de micro-organismos (bactérias) que transformam o material original (matérias-primas biológicas) em moléculas menores.
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Embalagens plásticas verdes NÃO verdes
Porém, nem todo bioplástico é biodegradável, pois alguns métodos de fabricação de bioplásticos resultam na transformação dos componentes químicos originais em novos componentes químicos. Desta forma, os micro-organismos sentem dificuldade em consumi-los. E para sua decomposição, esses plásticos precisam das chamadas condições ideais; e, mesmo assim, pode levar até alguns anos. Por exemplo, o plástico verde, feito a partir do etanol (álcool da cana-de-açúcar), é utilizado na fabricação de sacolinhas e outras embalagens plásticas, mas pode levar até 400 anos para se decompor.
Desvantagens do bioplástico
Além do tempo de degradação, em alguns casos, não ser tão rápido como se esperava, em comparação com o plástico comum, o bioplástico tem a desvantagem de ser menos resistente e para sua fabricação serem necessários vários investimentos em equipamentos.
O que são biodegradáveis?
Além dos bioplásticos para embalagens plásticas, já existem as embalagens biodegradáveis, que podem ser produzidas a partir do milho, mandioca e cascas de vegetais, por exemplo.
Plástico comestível existe?
Grande parte dos bioplásticos, produzidos no Brasil, são feitos com a fécula da mandioca. Quando o plástico é composto apenas do amido ele pode ser comestível. Se quando vamos comer um sorvete podemos comer a casquinha, por que não comer também a pazinha feita de bioplástico, fabricado a partir do amido de mandioca? Resultado: zero resíduos!
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É importante ressaltar a importância da higienização durante os processos de fabricação e embalagem dos chamados "plásticos comestíveis", para se evitar contaminação biológica.
Observa-se, entretanto, que existem outros plásticos feitos do amido de mandioca que não são comestíveis, pois precisam de aditivos para se tornarem mais firmes e resistentes. Tudo vai depender da finalidade do plástico.
Vantagens das bioembalagens
Uma das grandes vantagens é a redução no consumo de água no processo de fabricação. Para a fabricação de um copo de fécula de mandioca, por exemplo, são usados 10 ml de água, enquanto na produção de um copo de plástico comum são usados 3 litros. Além disso, ele pode se decompor em 30 dias, tempo esse que pode ser reduzido para 3 dias se o material for colocado sob a água.
Desvantagens das bioembalagens
Para os produtores a desvantagem está na produção em alta escala, que baixaria os custos, mas que exige o desenvolvimento de novos maquinários, próprios para esse fim. Sendo assim, o custo de fabricação das embalagens biodegradáveis é muito maior, em comparação com as embalagens comuns.
Bioplásticos e Bioembalagens X Meio Ambiente
Apesar dos produtos, que não utilizam aditivos na sua fabricação, terem um tempo de degradação bem menor do que aqueles fabricados a partir de resíduos fósseis, eles ainda possuem desvantagens.
Uma das desvantagens é a relutância do mercado em aceitar tais produtos em troca dos produtos habitualmente utilizados. A justificativa é de que eles não são tão firmes e resistentes como os plásticos comuns e, por serem biodegradáveis, não são adequados para armazenagem de alimentos, visto que a umidade poderia danificá-los,
Entretanto, a maior desvantagem dos produtos chamados “bioplásticos” e “bioembalagens” é justamente por serem fabricados a partir de vegetais e, em alguns casos, de animais. Hoje, o agronegócio já utiliza uma enorme extensão de terras para plantação de alimentos, se a fabricação de “bioplásticos” e “bioembalagens” se intensificar o desmatamento de florestas será ainda maior. Além disso, a água utilizada nos processos de plantio, e posterior fabricação dos produtos (nesse caso de forma reduzida), está sendo contaminada. E no mundo a água potável está cada vez mais escassa!
A biodegradação, por sua vez, que em princípio seria benéfica, pela quantidade de resíduos se tornaria mais um problema. Quando este material se degrada, ele se transforma em gases, como metano e gás carbônico.
Resumindo, todo resíduo se torna prejudicial se não tiver controle, redução e destinação correta. A conscientização das pessoas em reduzir o consumo desnecessário é fundamental. Fala a sua parte compartilhando o link deste texto para quem interessar!
Fontes: G1, Yvy Brasil.
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Eduardo Mikail
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