Por certo, você já deve ter ouvido falar sobre o Prêmio Nobel. Mas conhece a sua história? Bem, esta láurea foi criada por Alfred Nobel, um químico sueco, inventor da dinamite, que doou a maior parte da sua fortuna para a criação do prêmio que, de acordo com a sua opinião, deveriam ser concedidos "(...) àqueles que, durante o ano anterior, tenham conferido o maior benefício à humanidade.". Contudo, hoje, como esclarece a júri Juleen Zierath, a regra é: "Você pode ter feito essa descoberta em um estágio muito inicial de sua carreira de pesquisa, ou pode ter feito essa descoberta em um estágio muito avançado de sua carreira de pesquisador.".
Cada ano, o Comitê envia sua nomeação para os membros da comunidade científica. Então, alguns candidatos - como reitores de faculdades e ex-laureados - recebem um convite especial para enviar suas indicações de nomes de pessoas e organizações. Mas, como consta no testamento de Alfred "Em nenhum caso o valor do prêmio pode ser dividido entre mais de três pessoas.". O Nobel não tem limite de idade; só não pode ser concedido postumamente, ou seja, a uma pessoa falecida - a não ser que o incidente aconteceu após o anúncio.
- Eis as categorias premiadas para Nobel: Medicina, Literatura, Paz, Economia, Física e Química.
O Prêmio Nobel de Química de 2022
Até 2021, contudo, das 187 pessoas agraciadas com o Nobel em Química, apenas 7 eram mulheres. Dentre elas, a cientista polonesa Marie Curie, a primeira mulher a ganhar um Nobel.
Neste ano de 2022, o Nobel de Química vai para três pesquisadores: Carolyn R. Bertozzi e K. Barry Sharpless, dos Estados Unidos, e Morten Meldal, da Dinamarca, que, juntos, conseguiram desenvolver uma ferramenta para construção de moléculas. O anúncio foi feito ontem, dia 5 de outubro, pela Academia Real das Ciências da Suécia.
Por que o trabalho deles é relevante? Sim, precisamos destacar que, em 2021, o prêmio foi dado a dois cientistas que desenvolveram também uma ferramenta de construção de moléculas; a mesma apresentava menor impacto ambiental. Desta vez a diferença está nas muitas aplicações práticas, como no direcionamento de tratamentos contra o câncer, na produção de produtos farmacêuticos mais precisos, etc. Os benefícios, certamente, serão muitos para a humanidade!
Mais informações sobre a nova descoberta
Você sabe o que acontece em reações químicas? Bem, nesse caso, ligações entre átomos são quebradas e rearranjadas, formando novas substâncias. Podemos controlar isso quando sabemos a "receita" - como se faria na culinária. Porém, os cientistas contam que muitas dessas reações não possuem uma receita digamos simples, produzindo materiais e moléculas de forma bastante complexa, cara e que consomem tempo demais da indústria.
O que estes ganhadores do Nobel conseguiram foi "traduzir" ou "reescrever" de modo simples estas "receitas". Por exemplo, eles pegaram duas moléculas, de azida e alcino, juntaram com um terceiro "ingrediente", íons de cobre, e produziram reações químicas simples. O "passo a passo" pode servir de modelo para a criação de uma variedade quase infinita de moléculas. Isso facilitaria, por exemplo, a produção de material plástico combinado a substâncias que geram eletricidade, são antibacterianas ou que capazes de proteção contra radiação UV.
Óbvio que íons de cobre são tóxicos para o nosso corpo. Mas os pesquisadores do Nobel deste ano descobriram ainda como fazer isso funcionar dentro de organismos vivos, sem interromper reações chamadas bioortogonais. A técnica já está fazendo a diferença no desenvolvimento de medicamentos que produzem anticorpos "clicáveis" contra uma variedade de tumores.
"Nós podemos fazer novos compostos de drogas para tratar doenças, todos os tipos de materiais diferentes, como polímeros, apenas clicando coisas. Podemos fazer isso com tudo o que conseguimos imaginar." - Olof Ramström, membro do Comitê Nobel de Química, em reportagem de G1.
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Fontes: G1.
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