Apesar do momento desafiador em que vive a economia brasileira, as funções de média e alta gerência relacionadas diretamente com a Engenharia tem conseguido manter um quadro geral positivo de remuneração em 2015. É o que mostra o resultado de uma pesquisa anual realizada no país pela Michael Page, uma das maiores empresas de recrutamento do mundo e presente há 15 anos no Brasil.
De acordo com os resultados, com exceção dos setores Automotivo e do Agronegócio na região de Campinas, todas as outras áreas apresentaram um quadro médio de estabilidade e até aumento nas bandas de salários em alguns casos.
Outra avaliação qualitativa e positiva do mercado de trabalho para estes níveis de função é a expansão das oportunidades de atuação além daquelas relacionadas diretamente com a engenharia. Segundo a empresa, com a formação analítica e quantitativa sólida, além do desenvolvimento de raciocínio ágil dos engenheiros, os mesmos muitas vezes são requisitados para atuar em áreas como o Financeiro, Marketing, Vendas, Planejamento, Logística, IT, entre outras. Isso amplia as possibilidades, valoriza a classe e, consequentemente, ajuda a manter os níveis de remuneração apesar do difícil momento do contexto econômico local.
+ A Pesquisa
O Estudo Anual de Remuneração no Brasil é uma pesquisa tradicional e realizada desde o ano 2000 pela Michael Page. O mesmo é elaborado através da compilação de entrevistas realizadas com mais de 100 mil profissionais, além de gestores e líderes de RH de várias empresas no país.
Os dados foram coletados durante 12 meses e cobrem o mapeamento das remunerações de seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Recife, Curitiba e Porto Alegre. Já o mapeamento foi realizado entre os meses de Janeiro e Fevereiro deste ano.
+ A Metodologia
As remunerações representam o salário bruto mensal, são apresentadas em Reais e não incluem remuneração variável, como benefícios extras, bônus e outros. Além disso, estas foram organizadas em faixas de limite inferior e superior refletindo os valores médios praticados pelos respectivos mercados, setores e funções.
O método de mapeamento divide as faixas salariais em empresas de Pequeno e Médio Porte com faturamento anual de até R$ 500 milhões e as de Grande Porte, com receitas totais acima deste valor.
No caso da área de Engenharia, pelo fato de terem sido identificadas grandes variações, a pesquisa segmentou-a em seis sub-tipos de indústrias a cada uma das regiões, como Bens de Consumo, Químico e Petroquímico, Automotivo e Metalurgia, Eletroeletrônico e Linha Branca, Farmacêutico e, por fim, Agronegócios.
As posições que tiveram as remunerações mapeadas e avaliadas foram Diretoria (Industrial, e P&D) e algumas funções de Gerência, como Setorial, de Produção, de P&D, de Produto, de Manutenção, de Projetos e Engenharia, da Qualidade e de Saúde Segurança e Meio Ambiente (SSMA).
Por fim, a tendência reflete a comparação dos mesmos dados e parâmetros mapeados neste ano com aqueles de 2014.
+ Os Destaques
Para os cargos de nível de Diretoria as maiores faixas salariais foram encontradas no setor Químico e Petroquímico, com destaque para as regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre onde a remuneração pode chegar a 25 mil reais por mês em empresas de pequeno e médio porte, e até 40 mil nas de grante porte.
Porém, coincidentemente, os setores com os maiores salários ao mesmo tempo também são os que apresentam tendências de queda entre 2014 e 2015. Juntamente com o setor Petroquímico, aqueles de Bens de Consumo, Automotivo e Agronegócios revelaram esta mesma característica. Muito provavelmente já refletindo os impactos econômicos em deterioração nestes segmentos no mesmo período de tempo.
Um destaque foi identificado para os Diretores de Pesquisa e Desenvolvimento no setor Farmacêutico na região do Rio de Janeiro, que tanto apresenta faixa salarial entre as mais altas como também apresenta tendência de aumento.
Já entre os Gerentes, a região de Porto Alegre chama a atenção nos segmentos Farmacêutico e Automotivo. Nestes, os engenheiros neste tipo de função apresentam remuneração bruta mensal que chegam a 19 mil reais na empresas de pequeno e médio porte, e a 22 mil nas de grande porte. Além disso, em ambos a tendência é de alta entre 2014 e 2015.
A notícia negativa da pesquisa foi para aqueles engenheiros que atuam como Gerente de Produto, onde todos os setores e regiões apresentaram movimento de queda entre os dois últimos anos.
Acesse o relatório completo do estudo AQUI!