Em 2012, a NASA, a agência governamental de pesquisa aeronáutica e espacial dos Estados Unidos, enviou para Marte o rover Curiosity para a exploração da Cratera Gale, uma grande bacia de impacto com uma enorme montanha em camadas no meio. O veículo não-tripulado atravessou a superfície do planeta, descobrindo muito da paisagem marciana. E, em um de seus trabalhos mais recentes, foi descoberto o que pode ser um dos últimos ambientes ricos em água na era moderna da cratera, onde pode ter havido vida há 2,9 bilhões de anos.
É possível que, por razões climáticas severas, a água de Gale tenha um dia evaporado. E neste leito de um antigo lago, agora seco, a NASA fez uma grande descoberta. Veja a seguir!
O que foi descoberto pela NASA no leito da Cratera Gale?
Os dados mais recentes levantados pelo rover Curiosity foram comparados, com base em novos métodos de análise, com pesquisas anteriores; e isso deu pistas de que a água durou mais tempo na Cratera Gale do que se imaginava. Foram encontradas pedras preciosas de opala em fraturas no solo deste leito, onde há alguns “halos” de rocha mais clara, ricas do mineral. Parece que as vastas redes de fraturas subterrâneas teriam fornecido condições potencialmente mais habitáveis do que as da superfície.
"(...) é razoável esperar que essas condições subterrâneas potencialmente habitáveis se estendam a muitas outras regiões da Cratera Gale, e talvez em outras regiões de Marte.",
"Esses ambientes teriam se formado muito tempo depois que os antigos lagos da Cratera Gale secaram."
- Travis Gabriel, físico pesquisador do governo dos EUA, em reportagem de Forbes.
Mas o que é opala?
Opala é formada justamente pela alteração de silicato de dióxido de alumínio hidratado pela… água. É uma pedra bastante rara mesmo - considerada uma das mais desejadas no mundo - e conhecida por sua capacidade de refletir e refratar a luz de forma única, criando cores vibrantes e deslumbrantes, conhecidas como "efeito de arco-íris". Na Terra, por exemplo, é possível encontrar opalas brancas, negras e cor de fogo. E, a saber, o percentual de água em opalas pode chegar a 20% - com quantidade menor de impurezas como o ferro.
Qual o método de análise utilizado pela NASA?
Quando procuraram por dados semelhantes entre os arquivos de observações anteriores do Curiosity, os autores da pesquisa descobriram que as opalas também parecem presentes em toda a Cratera Gale, um leito de lago extinto com 154 km de largura. Os especialistas chegaram nessa conclusão após procurar por nêutrons arrancados da superfície marciana por raios cósmicos. Parece que, ao interagir com o hidrogênio, abundantes da água, esses nêutrons diminuem de velocidade.
Foram examinados dados de vários instrumentos; informações de núcleos de perfuração obtidos nos locais de perfuração de Buckskin e Greenhorn. E a partir disso pode-se perceber anomalias consideráveis perto da luz em rochas coloridas no início da travessia. Inclusive uma enorme extensão de halos de fratura com tais características, semelhantes em sua composição, com muita sílica e água. Foi isso que deu a certeza aos cientistas da existência de opalas em abundância nessa região de Marte.
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Por que a descoberta é tão importante para a Ciência?
A opala pode se formar em cenários onde a sílica está em solução com água, um processo semelhante à dissolução de açúcar ou sal na água. Na Terra, a sílica sai da solução em lugares como lagos e fundos oceânicos e pode se formar em fontes termais e gêiseres. Dados como este, na geologia, são como bioassinaturas de vida antiga. Considerando o que foi descoberto na Cratera Gale, pode-se considerar que formas de vida microbiana já existiram no Planeta Vermelho. Sim, possíveis provas de vida em Marte!
Para as equipes de astronautas, essa quantidade de opala é interessante. Assim, esforços de exploração podem tirar proveito desses amplos recursos hídricos. Se for possível moer e aplicar calor, a opala libera sua água - aliás, esse processo já foi testado pelo Curiosity. Havendo opala em outros lugares de Marte, esses materiais resilientes podem ser de grande ajuda para futuras missões de exploração no planeta.
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Eduardo Mikail
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