A Cidade do México é a capital do México, uma das maiores metrópoles do mundo (com 8,855 milhões de acordo com a ONU em 2015). Mas, no passado, nesta mesma localização havia outra cidade, com o nome de Tenochtitlán, a majestosa capital do Império Asteca. Fundada em 1325, era refinada, bela, organizada e chegou a ter 300 mil habitantes em seu auge. Mas foi tomada pelos espanhois e passou por uma transformação. Mesmo assim, a história da sua construção ainda inspira estudantes de engenharia. Saiba mais a seguir, neste artigo do Engenharia 360!
O começo de Tenochtitlán
Depois da sua fundação, Tenochtitlán, erguida sobre zona de ilha pantanosa perto do lago Texcoco, passou a ser um centro poderoso do Império Asteca. O interessante é que seu povo acreditava em uma lenda que dizia que certa vez, quando ainda eram nômades, as pessoas avistaram uma águia empoleirada em um cacto devorando uma serpente. Parece que este era um sinal de que Deus queria que eles se estabelecessem naquele local.
O terreno era mesmo desafiador. Então, para construir a cidade, os astecas optaram por usar uma técnica chamada "chinampas". Seriam ilhas artificiais feitas a partir de camadas de vegetação, lodo e areia. Era um tipo de aterramento, uma base sólida encontrada para a construção de edifícios, templos e canais região, sem contar que servia como zona fértil para o exercício da agricultura. Perfeito, não é mesmo?
A engenharia de Tenochtitlán
A engenharia de Tenochtitlán era majestosa. Quadras bem arborizadas. Edifícios bem projetados (incluindo 30 palácios feitos com finas cerâmicas e elegantes artigos de tecido). Paisagismo central (o Zócalo). Canais labirínticos permitindo o transporte de pessoas e mercadorias. Pontes elevadiças que conectavam a ilha ao continente, capazes de suportar o peso de até 10 cavalos. Aquedutos que traziam água potável das montanhas próximas, garantindo saúde pública e a irrigação das plantações. E um sistema de esgoto que era tratado antes de ser lançado no lago Texcoco.
Tenochtitlán era organizada em bairros, cada um com seus próprios mercados, escolas e locais de culto. Um esquema de banheiros públicos, áreas de lazer e contemplação era disponibilizado aos cidadãos. E no horizonte, o palácio de Montezuma, pertencente ao imperador asteca, se destacava com seus 25 mil m² - a obra era maior que muitas fortalezas já construídas na época.
Vida cotidiana
As 200 mil pessoas que habitavam Tenochtitlán eram divididas ou agrupadas na área urbana - depende do ponto de vista - de acordo com suas classes sociais, costumes e tradições. Isso porque a sociedade asteca era assim, hierárquica e complexa.
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Na base estavam os escravos, chamados de tlacotin, que trabalhavam para pagar impostos ou como punição por crimes. Acima deles, os camponeses (macehualltin) produziam alimentos para os nobres (pipiltin) - usando matéria orgânica do lago Texcoco como adubo - e trabalhavam na construção de templos e estradas. Os nobres cultivavam flores e cacau. E ainda haviam os comerciantes (pochteca), que formavam uma camada distinta, com seu próprio deus e grande influência econômica.
A saber, a cidade tinha um vibrante mercado central, onde trocas comerciais eram realizadas com regiões distantes do Império Asteca.
A queda de Tenochtitlán
Infelizmente, a história de Tenochtitlán teve seus momentos ruins. Em 1500, por exemplo, ela foi devastada por uma inundação. Estava sendo recém reconstruída quando os espanhois chegaram, em 1519, sob a liderança de Hernán Cortés. No começo, os europeus foram bem recebidos por Montezuma II, logo capturado e morto. Na sequência, eles formaram alianças com diversas tribos, até que o imperador asteca da vez, Cuauhtémoc, se reduziu à era colonial do México.
Não havia possibilidades dos astecas superarem, mesmo com bravura, a superioridade militar espanhola. Já em 152, a queda foi total. Tenochtitlán foi finalmente destruída e as pedras de sua fundação reaproveitadas para construir a Cidade do México. O lago foi drenado, os canais preenchidos e as antigas passagens aquáticas substituídas por avenidas comuns. A majestosa cidade era agora só ruínas.
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Redescobrindo o passado
A história de Tenochtitlán está ainda na memória do povo mexicano. Seus resquícios são muito bem cuidados em um sítio arqueológico. Descendentes ainda vivem na região (os nahua), preservando tradições ancestrais, a língua náhuatl e práticas culinárias antigas. E em 2020, especialistas, liderados pelo artista técnico holandês Thomas Kole criaram o projeto A Portrait of Tenochtitlán, que recriaram a antiga cidade em 3D via softwares de código aberto. O resultado é fascinante!
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Fontes: UOL, Mega Curioso, Revista Galileu,
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.