Engenharia 360

Saiba como são feitas e como funcionam as praias artificiais?

Engenharia 360
por Simone Tagliani
| 31/12/2024 | Atualizado em 31/01/2025 5 min
Imagem de Praia da Grama, KSM Realty, reprodução via Jovem Pan

Saiba como são feitas e como funcionam as praias artificiais?

por Simone Tagliani | 31/12/2024 | Atualizado em 31/01/2025
Imagem de Praia da Grama, KSM Realty, reprodução via Jovem Pan
Engenharia 360

Em 2024, o mercado imobiliário percebeu o crescimento de um fenômeno no Brasil, que é o crescimento da popularidade de condomínios com praias artificiais. A promessa dos projetistas é a construção de pequenos paraísos, focados num novo conceito de lazer e qualidade de vida - inclusive com ondas reais para os praticantes de surfe. E isso é até que bem engraçado, considerando que nosso país tem uma vasta costa de mais de 7 mil quilômetros.

Na verdade, a proposta dos empreendedores é construir, com muita ajuda da tecnologia, praias em áreas sem litoral. Quer saber como isso funciona em termos de engenharia? Então, fique ligado no artigo a seguir, do Engenharia 360. Vamos explorar como as praias artificiais são feitas, seu funcionamento e exemplos de sucesso.

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O que são praias artificiais e como elas funcionam?

As praias artificiais são espaços especialmente projetados pelos engenheiros para simular condições naturais de uma praia real, com direito à areia, água e, muitas vezes, ondas - geradas por sistemas de controle de ondulações, a exemplo do Wavegarden, da Espanha. Esses empreendimentos costumam ser erguidos em áreas urbanas e suburbanas, proporcionando aos moradores uma alternativa ao litoral. 

praias artificiais
Imagem divulgação Boa Vista Village via Forbes

Os locais de implantação dessas piscinas precisam ser adequados para suportar tal estrutura. Escavações, impermeabilização e sistemas de drenagem precisam ser instalados. Também sistemas hidráulicos para controle do fluxo de água e criação de ondas, isso inclui bombas e válvulas para movimentar a água. Aliás, a saber, as ondas são criadas por meio de mecanismos que empurram a água para frente, semelhante ao movimento das mãos em uma bacia com água. É mesmo uma dinâmica incrível!

Uma observação final sobre essa engenharia, as piscinas artificiais podem gerar diferentes tipos de ondas. Por exemplo, algumas tecnologias permitem a criação de ondas suaves para iniciantes, enquanto outras podem produzir ondas mais desafiadoras para surfistas experientes.

praias artificiais
Imagem divulgação Boa Vista Village via Forbes

Veja Também: As principais praias com ondas artificiais ao redor do mundo

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Benefícios

As praias artificiais oferecem diversos benefícios:

  • Ambiente controlado: Proporcionam um espaço seguro para praticar surfe e outras atividades aquáticas.
  • Acesso facilitado: Estão frequentemente localizadas próximas a centros urbanos, permitindo fácil acesso ao lazer.
  • Desenvolvimento sustentável: Muitas dessas estruturas utilizam tecnologias que minimizam o impacto ambiental.
  • Inclusão social: Projetos acessíveis permitem que pessoas com mobilidade reduzida também possam desfrutar das atividades aquáticas.

Por que a construção de praias artificiais vem crescendo no Brasil?

Nos últimos anos, o Brasil tem visto um aumento significativo na construção de condomínios com praias artificiais. As mudanças de preferências do consumidor explica bem o impulsionamento dessa tendência no país. Essa “onda” veio da pandemia, que alterou a forma como as pessoas percebem as residências. As famílias agora desejam passar mais tempo em casa, com todo o conforto e lazer. E a engenharia ouviu bem essa clamação por ambientes mais agradáveis e recreativos.

Mas, olha, condomínio com praia artificial é para poucos no Brasil, viu! Eles são projetados para atingir a classe alta, que desejam morar em locais exclusivos, com estética luxuosa, design nobre e infraestrutura diferenciada. Esses clientes buscam um novo estilo de vida, mais saudável e integrado à natureza, só não necessariamente perto do litoral. A valorização desses imóveis é bastante elevada, R$ 300 para R$ 2.200 em apenas dois anos (dados de 2024), o que só prova como a inovação no setor tende a gerar um retorno financeiro substancial.

Já se pode ver esse tipo de estrutura se multiplicando em certas regiões do país, sobretudo em São Paulo e Minas Gerais. E pelas previsões dos investidores, essa será uma realidade crescente nas grandes cidades brasileiras, mesmo diante da crise financeira. Mas essa revolução no mercado imobiliário precisa ser acompanhada tanto pelos engenheiros quanto pelos gestores urbanos, pois pode resultar em sérios impactos ambientais.

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praias artificiais
Imagem divulgação Praia da Grama via Exame
praias artificiais
Imagem divulgação Praia da Grama reproduzida via Diário do Litoral

Exemplos práticos

Alguns exemplos notáveis de projetos de condomínios com praias artificiais no Brasil incluem:

  • Praia da Grama: Localizado em Itupeva, conta com uma praia artificial de 1 km de orla, 28 metros quadrados de espelho d’água e ondas de até 2 metros de altura. O empreendimento contou com um investimento de cerca de R$ 200 milhões para sua construção. Hoje ele é um ponto de referência para o mercado de imóveis de alto padrão. O ambiente é luxuoso e, além disso, a areia utilizada não esquenta, proporcionando um ambiente mais confortável para os moradores.
  • Boa Vista Village: Localizado em Porto Feliz, conta com apartamentos luxuosos e áreas comuns voltadas para o lazer. O empreendimento foi projetado para simular uma experiência litorânea autêntica combinada ao conforto urbano.

Qual o futuro das praias artificiais no Brasil?

Apesar da beleza e do encanto, a engenharia das praias artificiais enfrenta desafios significativos. Para começar, o custo elevado de sua construção, que, por conta da complexidade, depende demais de tecnologia avançada e da necessidade de infraestrutura complementar adequada. Traduzindo, a viabilidade de transformar uma ideia dessas em algo real é pouco provável a depender das condições do mercado imobiliário - e sabemos que nos próximos anos teremos um cenário econômico bastante desafiador.

praias artificiais
Imagem reproduzida de JHSF Participações em YouTube

De todo modo, mesmo com o alto custo de implantação, a engenharia de estruturas de praias artificiais parece ter um futuro promissor no Brasil. Isso porque a demanda por espaços recreativos inovadores e sustentáveis só deve aumentar. É possível que essa combinação de novo conceito de vida e até cultura do surfe com tecnologia avance e transforme o cenário imobiliário brasileiro. A perspectiva é positiva! E você, engenheiro, vai embarcar nessa “onda” do mercado também? Comenta aí!


Fontes: Veja, Exame.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

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