Engenharia Ambiental e Sanitária

Hidroanel Metropolitano de SP: Eclusa Inicial e Desafios Ambientais

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Por: Eduardo Mikail | Em: | Atualizado: 16 meses atrás | 5 min de leitura

Imagem de ligiera por Pixabay

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Em 2012, o governo de São Paulo apresentou uma solicitação para obter a licença ambiental prévia visando dar início à construção da eclusa na barragem da Penha, localizada no rio Tietê, na zona leste da capital. Essa eclusa é considerada o passo inicial para viabilizar um antigo projeto do Estado, conhecido como hidroanel metropolitano.

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Imagem de Bruno Minosso por Pixabay

O Conceito de Eclusa e Seu Propósito

Uma eclusa é uma estrutura de engenharia hidráulica que permite a navegação em trechos de rios onde há variações no nível do leito. Ela possibilita que embarcações possam subir ou descer conforme a necessidade.

O governo solicitou a licença prévia à Cetesb, a agência ambiental de São Paulo, com a expectativa de que esta possa ser concedida em aproximadamente um mês.

A proposta da eclusa visa tornar navegável um trecho de 14 km do rio Tietê, estendendo-se até São Miguel Paulista, na região extremo leste da cidade. Atualmente, apenas 41 km do rio Tietê são navegáveis, estendendo-se da Penha até a cidade de Santana do Parnaíba.

O Ambicioso Projeto do Hidroanel Metropolitano

Em relação ao projeto do hidroanel, a ideia consiste em criar um canal de 170 km que circundaria a capital, englobando os rios Tietê e Pinheiros, bem como as represas Billings (na zona sul e região do ABC) e Taiaçupeba (em Suzano). Para conectar essas duas represas, será necessário construir um canal artificial de 18 km.

Embora o projeto considere o transporte de passageiros, especialmente nas represas, a ênfase principal é destinada ao transporte de resíduos, entulhos, sedimentos do leito do rio, rejeitos da construção civil e lodo retirado das estações de tratamento, além de produtos agrícolas.

Segundo Alexandre Delijaicov, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, que colaborou no desenvolvimento inicial do projeto, a viabilidade da construção do hidroanel é notável. O transporte de sedimentos e lodo já justifica a realização do projeto, conforme afirma o professor.

A previsão para a conclusão do hidroanel é o ano de 2045, porém, há projetos de menor escala que poderiam ser finalizados em até cinco anos.

A abertura da licitação para a construção da eclusa será realizada em breve, de acordo com Casemiro Tércio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário de SP. Os orçamentos estão sendo finalizados para isso.

O custo total para a implementação do hidroanel é estimado em cerca de R$ 4 bilhões.

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Imagem reprodução.

Benefícios, Desafios e Perspectivas Futuras

O projeto contempla a construção de 60 ecoportos, 11 eclusas e 3 portos de destino ao longo da hidrovia. Isso permitiria uma interligação eficiente entre embarcações, trens e caminhões, conforme ressalta Delijaicov.

Uma das vantagens principais do hidroanel é a redução do tráfego de caminhões nas ruas, que atualmente são usados para o transporte de resíduos.

Há também a possibilidade de utilizar os rios como áreas de contenção durante enchentes, o que poderia ser uma alternativa mais econômica, conforme observa Delijaicov.

No entanto, é importante ressaltar que o transporte de lixo doméstico pelas embarcações pode acarretar riscos de contaminação das águas. Isso é particularmente preocupante na parte mais limpa da represa Billings, onde a captação de água para consumo humano é realizada.

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Fontes: Folha de S. Paulo

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