Você, como estudante e a partir de suas experiências, já parou para pensar criticamente sobre como as coisas funcionam na sua universidade? Quais os pontos positivos e quais seus pontos negativos? Mais que meros receptores de informação, é importante que possamos refletir sobre a organização em que estamos inseridos e sermos agentes de mudança – mesmo que não pareça possível.

Desde que ingressei na universidade, em 2010, e até hoje, depois de muitos semestres, noites sem dormir, estresse, intercâmbio, decepções e alegrias, vejo minha universidade com outros olhos e gostaria de compartilhar com vocês algumas coisas que eu mudaria no nosso modelo de ensino e que, na minha opinião, teriam um impacto positivo na vida acadêmica dos alunos.

Atividades ‘prátics’ da Universidade

Algumas disciplinas que cursei, apesar de serem interessantes, faltavam-me mostrar como eu poderia aplicá-la no exercício da minha profissão. É o famoso “pra quê serve isso?”. Acredito que atividades com um contexto mais prático ajudariam tanto a aprender melhor quanto a se interessar mais pela matéria.

Professores mais acessíveis

Alguns professores da universidade são simplesmente difíceis de encontrar pela faculdade; outros, apesar de estarem ali, não se fazem disponíveis. Tomando como base minha experiência no exterior, acredito que ter um horário disponível para sanar dúvidas dos alunos é de grande ajuda e estímulo para o progresso do aluno.

Menor carga horária

Passamos muitas horas na universidade e, em meio a tantos compromissos diários às vezes ficam difícil nos dedicarmos a estudar tanto quanto queremos. Aulas muito longas em geral são cansativas e nem sempre produtivas, o que é um desperdício de tempo para ambas as partes.

Poder cursar disciplinas de qualquer centro

Não sei como é com vocês, mas no meu curso as disciplinas optativas são restritas a uma lista de opções dentro do próprio centro. O que era para ser opcional e ‘livre’, incentivando a interdisciplinaridade, acaba sendo uma leva de disciplinas dentro da nossa área.

Aulas não obrigatórias

Acredito que nem todas as pessoas precisam ir às aulas para aprender, algumas pessoas tem um estilo de aprendizado diferente, usando livros, apostilas, pesquisando na internet, estudando em grupos, etc. Muitas vezes esses estudantes, obrigados a comparecer às aulas, estão lá apenas de ‘corpo presente’.

Educar os alunos para serem empreendedores, não somente empregados

Sempre ouço meus professores da universidade dizerem “quando você estiver trabalhando lá na empresa”, “quando você conseguir seu emprego”, e nunca dizerem “quando você tiver sua própria empresa”. Sinto falta do incentivo, do estímulo a pensar fora da caixa, de mostrar que há muitas opções lá fora e de que somos capazes, somos agentes de mudança.

Gostaria de saber de vocês, quais os pontos positivos e negativos no ensino da sua faculdade? O que você mudaria? No que você discorda no texto acima? Compartilhe conosco!

Jéssica Dias

Engenheira industrial; formada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense; com passagem pelo Instituto de Tecnologia de Rochester; tem experiência em cadeia de suprimentos (supply chain), e já atuou nas funções de Logística, Planejamento e Programação de Materiais.