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Pesquisa revela que há Favoritismo de Gênero em Cargos Acadêmicos

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por Lucie Ferreira
| 18/06/2024 | Atualizado em 19/06/2024 3 min
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Pesquisa revela que há Favoritismo de Gênero em Cargos Acadêmicos

por Lucie Ferreira | 18/06/2024 | Atualizado em 19/06/2024
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Já publicamos muitas vezes aqui, no Engenharia 360, dados de pesquisas que apontam fatores que afastam as mulheres da ciência. Inclusive, em 2017, citamos que, a partir dos 6 anos de idade, as meninas se consideram menos brilhantes do que os garotos. Imagine isso, que absurdo!

Entretanto, no mesmo ano, outro estudo foi realizado para compreender as barreiras que afastam as mulheres em áreas das ciências, analisando o fato sob um novo ângulo: se elas recebem menos convites para avaliar os trabalhos de seus colegas. Lembrando que uma das bases do sistema científico e acadêmico é justamente a avaliação, que possibilita às publicações científicas analisarem a qualidade dos artigos que recebem.

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Ao receber convites para avaliar trabalhos, os profissionais têm a oportunidade de melhorar em sua área de atuação e conhecimento, fortalecendo vínculos com outros pesquisadores. Ou seja, é uma grande chance para se destacar no ramo da ciência. Continue lendo este texto para saber mais!

mulheres na ciência - Favoritismo de Gênero em Cargos Acadêmico
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O que diz o estudo sobre o favoritismo de gênero em cargos acadêmicos?

Segundo o estudo da União Americana de Geofísica, realizado entre 2012 e 2015, apenas 20% dos revisores que participaram da avaliação de trabalhos eram mulheres. A título de comparação, na época, a instituição tinha apenas 28% de membros femininos. Além disso, 27% de mulheres identificadas como primeiras autoras tinham seus artigos aceitos.

Enfim, neste contexto, as mulheres tem menos oportunidade de avaliar os trabalhos de seus colegas. Por outro lado, mais artigos aprovados para publicação são de mulheres (no período do estudo, de 61% a 57%). Além de receber menos convites para essas avaliações, elas acabam recusando-os com mais frequência.

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Hipóteses levantadas

Para os autores da pesquisa, Jory Lerback e Brooks Hanson, há duas possibilidades: ou as mulheres que submetem seus artigos sofrem de discriminação às avessas, ou elas desenvolvem melhor seus trabalhos, por estarem preparadas para encontrar mais dificuldades - esta, aliás, é a alternativa mais aceita.

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Comparativos de dados

Em uma pesquisa publicada na Nature, Lerback e Hanson destacam que vários estudos sobre o tema mostraram que os grupos que têm expectativa de encontrar obstáculos; assim, dedicam maior esforço no desenvolvimento dos artigos ou assumem menos riscos. E, apesar de terem mais manuscritos aprovados, as mulheres apresentam menos trabalhos do que os homens.

Podemos citar ainda outro estudo, que lança um olhar crítico sobre a discriminação sofrida pelas mulheres no meio acadêmico. Ele foi desenvolvido pela psicóloga Corinne A. Moss-Racusin, do Skidmore College, dos Estados Unidos, e publicado na PNAS -Proceedings of the National Academy of Sciences. Seu texto final sugere que professores universitários, sejam homens ou mulheres, costumam favorecer candidatos a diretor de laboratório do gênero masculino.

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Isso comprova que, cada vez mais, estudos confirmam aquilo que as mulheres vivenciam há décadas em seu dia a dia acadêmico e profissional, lidando com a pressão e discriminação meramente por causa do gênero.

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Fonte: El País e Nature.

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Lucie Ferreira

Jornalista especializada.

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