Se o seu smartphone é importante para você hoje, imagine daqui a alguns anos. Ele poderá assumir funções importantes, como a do bilhete do transporte coletivo, do crachá da sua empresa e até mesmo do seu cartão de crédito/débito. E um dos responsáveis pelo aumento da importância do smartphone é o NFC (sigla para Near Field Communication).

Basicamente, o NFC é a tecnologia que permite a transmissão de dados entre dispositivos com a simples aproximação entre eles.

Aí você vai dizer: "o Bluetooth já faz isso!". Sim, já faz. Mas o NFC é uma tecnologia de comunicação wireless em curtíssima distância. Para a transmissão, é preciso que os aparelhos estejam colocados a uma distância de até 10 cm. Quase encostados!

A verdade é que o NFC não é exatamente uma novidade tecnológica. No mercado há algum tempo, só ganhou popularidade com o lançamento de alguns smartphones com o chip NFC embutido e dispositivos que se comunicam com eles. Mas a projeção só veio mesmo neste ano, quando a Apple anunciou o Apple Pay, sistema de pagamento que, segundo a companhia, fará você abandonar a sua carteira. Falamos sobre ele aqui no 360 quando a novidade foi apresentada.

A difusão dos smartphones, portanto, é responsável pelo sucesso dessa tecnologia. "Existem alguns smartphones que já vem com o chip NFC que permitem ao usuário fazer pagamentos como se estivesse usando um cartão de crédito", lembra Marcelo Zanateli, engenheiro eletricista especialista em telecomunicações.

Além do sistema de pagamento bancário, em lojas ou restaurantes, por exemplo, o NFC associado ao smartphone permite que os sistemas de ônibus e metrô abandonem o conhecido "Bilhete Único" e que as empresas deixem de lado o crachá para liberação de catracas. "É um caminho inexorável e vai acontecer num futuro próximo", garante Zanateli.

Segurança

Mas será que é seguro usar o smartphone como cartão de crédito/débito? A reposta é: depende. Cada pessoa tem um tipo diferente de utilização do smartphone o que pode colocar em risco os dados bancários. Um exemplo é a instalação de aplicativos maliciosos geralmente disfarçados de jogos inofensivos.

Perceba que a questão da segurança não envolve diretamente o NFC, mas a proteção dos dados armazenados no dispositivo e a criptografia das transmissões. "Seguramente haverá riscos, porque quanto mais popular uma tecnologia se torna, mais pesquisadores (hackers) vão analisar essas transações e buscar vulnerabilidades", explica Fabio Assolini, analista de malware da Kaspersky.

Ainda é cedo para dizer que você abandonará o seu cartão de débito ou deixar de usar o bilhete único. Por enquanto, é possível usar o NFC para compra de ingressos em algumas casas de shows, cinemas e teatros. A única certeza é que, à medida que a tecnologia se torna popular, os especialistas em segurança vão ter de correr e muito para garantir a segurança das transações.

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Eduardo Mikail

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