Dando sequência à série sobre mulheres que mudaram a engenharia e a ciência, neste texto nós vamos mostrar um pouco mais sobre Mary Sherman Morgan. Como praticamente todas as outras mulheres que mostramos até o momento, ela precisou de muita coragem e força de vontade para lutar contra os preconceitos e mostrar que o fato de ser mulher não a desqualifica em nada.

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+ Quem foi Mary Shery Morgan?
Mary Sherman Morgan nasceu em 1921, em Dakota do Norte, nos Estados Unidos. Ela ainda estava na faculdade quando a Segunda Guerra Mundial estourou. Como muitos homens foram enviados para a guerra, a demanda por profissionais em química aumentou. Mary Morgan recebeu uma proposta de emprego em uma fábrica e, devido à falta de dinheiro, resolveu aceitar o emprego e adiar a formatura.
Na fábrica de munições Plum Brook Ordnance Works, Mary Shery Morgan passou os anos da guerra projetando explosivos como TNT e DNT para uso militar. Após, ela trabalhou na North American Aviation, na Rocketdyne Division. Foi nessa época que conheceu Richard Morgan, um engenheiro mecânico que se tornou seu marido.

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Ela foi promovida a especialista em performance teórica logo que foi contratada. Seu trabalho era o de calcular matematicamente o desempenho esperado dos novos propulsores de foguetes. Mary Morgan era a única mulher entre os 900 engenheiros, além de ser uma das poucas sem diploma. Porém, isso não foi um empecilho para ser uma cientista de foguetes.
Após grandes contribuições para a área, ela faleceu em 2004. Sua história ficou registrada no livro “Rocked Girl”, escrito por seu filho, George D. Morgan.

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+ Como Mary Sherman Morgan mudou a engenharia e a ciência?
Em 1957, no início da corrida espacial, Mary Sherman Morgan inventou o combustível líquido Hydyne. Na época em que os Estados Unidos tentavam dar andamento ao projeto Vanguard (do lançamento do seu primeiro satélite), o foguete de Werner Von Braun não tinha a potência necessária para subir. Foi Mary Sherman Morgan, com o Hydyne, quem solucionou o problema de Von Braun e esse combustível impulsionou o foguete que levou o Explorer 1, primeiro satélite dos Estados Unidos, para a órbita.

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Mesmo sem diploma e mesmo sendo a única mulher entre 900 homens, Mary Morgan provou que era uma verdadeira cientista. Sem sua experiência e inteligência, o Explorer 1 poderia ter levado mais um bom tempo para sair do papel, se saísse. Infelizmente, ela não podia falar muito sobre o seu trabalho com os filhos, visto que havia sigilo. Depois ir atrás da informação é que George Morgan descobriu que a carreira da mãe era brilhante.
Referências: Women’s Engineering Society; Interesting Engineering.

Larissa Fereguetti
Doutoranda, mestre e engenheira. Fascinada por tecnologia, curiosidades sem sentido e cultura (in)útil. Viciada em livros, filmes, séries e chocolate. Acredita que o conhecimento é precioso e que o bom humor é uma ferramenta indispensável para a sobrevivência.