Nota: O equipamento "tatuzão" provocou rebaixamento do solo na região da Freguesia do Ó, São Paulo, no final de junho de 2023, durante obras da Linha 6-Laranja do metrô. A Avenida Miguel Conejo foi interditada preventivamente. Em 2022, acidente na obra causou cratera na Marginal do Rio Tietê, mas logo as escavações foram retomadas.

Conheça neste texto do Engenharia 360 o maior 'tatuzão' da América do Sul, uma máquina de escavação de túneis que teve recentemente um impacto significativo no trânsito de São Paulo. Essa impressionante máquina desempenha um papel fundamental na construção de túneis subterrâneos, melhorando a mobilidade urbana e conectando regiões brasileiras de forma eficiente. Veja a seguir!

O que é "tatuzão" e por que o Brasil importou um?

Um "tatuzão" é uma tuneladora utilizada na construção civil para escavar túneis subterrâneos. No caso específico mencionado a seguir, o "tatuzão" chamado "Cora Coralina" foi importado da China e será utilizado nas obras de expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, no Brasil.

O processo de importação e negociação e envolveu uma empresa chamada Comexport, responsável pela importação e logística de entrega do equipamento. Ao longo desse período, houve mudanças na escolha da tuneladora até que fosse definida a importação da máquina da empresa China Railway Engineering Equipment Group (CREG). As negociações duraram cerca de nove meses e resultaram no desembarque do equipamento no Porto de Santos, no litoral de São Paulo.

As obras de expansão do metrô de SP

As obras de expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo incluem a ligação da Vila Prudente à Penha, com a escavação de aproximadamente 7,5 km de túnel. A tuneladora "Cora Coralina" possui capacidade para perfurar até 41 metros de profundidade com um diâmetro de 11,66 metros. O processo de transporte das cerca de 70 peças da tuneladora pode levar até três meses para ser concluído, dependendo de fatores externos, como chuva e neblina, que podem afetar o deslocamento das cargas superdimensionadas.

Quais são as características da tuneladora "Cora Coralina"?

A tuneladora "Cora Coralina" é capaz de perfurar até 41 metros de profundidade e pesa 2,7 mil toneladas. Ela possui um diâmetro de 11,66 metros, sendo mais espessa do que a tuneladora Maria Leopoldina, anteriormente utilizada nas obras da Linha 6-Laranja.

Aliás, a título de curiosidade, o nome "Cora Coralina" foi escolhido pelo Metrô em conjunto com o consórcio responsável, seguindo uma tradição mundial de batizar tuneladoras.

Antes do uso da tuneladora, foram realizados estudos preliminares das condições geológicas das regiões onde serão perfurados os túneis, bem como das redes de utilidade pública, como água e esgoto. O Metrô de São Paulo afirma que realiza um processo contínuo de monitoramento das condições do solo no entorno do trajeto para garantir a segurança e evitar danos às moradias das áreas de expansão.

Quais os desafios para o transporte da tuneladora por SP?

O transporte das peças da tuneladora do Porto de Santos para a Zona Leste da capital deve durar de 30 dias até três meses. Foram feitos estudos de roteirização desse transporte, considerando os pontos críticos, ruas estreitas e horários de baixo fluxo de veículos. Enfim, o transporte das peças será realizado de forma gradual, estimando-se a necessidade de transportar de 6 a 12 peças por semana até o canteiro de obras Complexo Rapadura, na Vila Formosa.

Protocolos padrões são adotados para o transporte de cargas superdimensionadas, incluindo bloqueio de trechos de estradas durante determinados horários e agendamento com antecedência para evitar impactos em infraestruturas como viadutos, semáforos e passarelas.

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O risco de trepidação causada pela tuneladora

Atualmente, estão sendo tomadas medidas de segurança para evitar danos às áreas de expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo. O transporte das peças da tuneladora "Cora Coralina" está sendo realizado em horários de baixo fluxo de veículos, geralmente durante a madrugada, para minimizar o impacto no trânsito. A rota de transporte foi planejada considerando as ruas estreitas e os locais com tráfego intenso, a fim de reduzir o impacto para a população.

Quanto aos riscos associados à trepidação causada pela tuneladora, o Metrô de São Paulo afirma que o tamanho da roda de corte não está relacionado a danos registrados em outras obras de perfuração de túneis. A companhia realiza um monitoramento contínuo das condições do solo e dos estudos preliminares das condições geológicas das regiões e redes de utilidade pública, como água e esgoto, para garantir a segurança durante a obra.

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Fontes: G1, Metro CPTM.

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Eduardo Mikail

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