Engenharia 360

Como a engenharia está superando os desafios da reciclagem do plástico

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por Kamila Jessie
| 15/05/2019 | Atualizado em 19/04/2023 4 min
Imagem de wayhomestudio wayhomestudio em Freepik

Como a engenharia está superando os desafios da reciclagem do plástico

por Kamila Jessie | 15/05/2019 | Atualizado em 19/04/2023
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A reciclagem do plástico é uma solução limitada, muitas vezes, a uma rodada apenas. Nesse cenário, pesquisadores desenvolveram o PDK, que promete que a reciclagem do plástico possa ser fácil e realizada repetidas vezes.

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limites da reciclagem do plástico
Da esquerda para a direita: Peter Christensen, Kathryn Loeffler e Brett Helms. (Imagem: Marilyn Chung / Berkeley Lab para newscenter.lbl.gov)

Um time de pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab), do Departamento de Energia dos Estados Unidos, desenvolveu um novo tipo de plástico que, segundo eles, permitirá a reciclagem interminável de plásticos.

Que o plástico é um material notável em termos de versatilidade e durabilidade, a gente já sabe. Mas o que constitui a maior motivação para o seu uso é também o pior pesadelo para o ambiente. Muitas vezes o plástico acaba se acumulando e ocupando espaço em aterros sanitários ou pior: o descarte inadequado leva a um cenário de contaminação de rios e oceanos.

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Os limites da reciclagem do plástico

Os plásticos que devem ser reciclados às vezes não o são devido a certas características químicas que o material possui, devido a aditivos. Isso reduz eficácia dos esforços globais de reciclagem. Para vocês terem noção quantitativa: mesmo a forma de reciclagem do plástico, o tereftalato de polietileno, é reciclado apenas a uma taxa entre 20 a 30%, sendo o restante destinado a aterros sanitários ou incineradores (ou indo parar no ambiente).

De forma geral, é possível dizer que todos os plásticos, desde garrafas de água a peças de automóveis, são compostos de grandes moléculas chamadas polímeros. Essas moléculas são compostas de unidades repetidas de compostos menores contendo carbono, os chamados monômeros. De acordo com os pesquisadores, porém, o problema com muitos plásticos é que os produtos químicos adicionados para trazer utilidade (por exemplo: aditivos que tornam um plástico duro, ou plastificantes que tornam um plástico flexível ou elástico) são fortemente ligados aos monômeros e permanecem no plástico mesmo depois que ele foi processado em uma usina de reciclagem.

limites da reciclagem
(Imagem: Berkeley Lab)

Imaginem: embora os plásticos possam ser classificados pelo tipo diferente de plástico usado, isso é impraticável, dada a enorme quantidade de plástico produzido. Então, quando o plástico é fragmentado e misturado demais tipos, não há como saber qual característica o plástico reciclado herdará.

Agora, cientistas do Berkeley lab desenvolveram uma forma de reciclagem do plástico que pode ser molecularmente desmontada e remontada para eliminar os aditivos quimicamente ligados que impedem a reciclagem desses materiais. E tem mais: tudo sem a perda de qualidade ou desempenho.

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A solução para potencializar a reciclagem

O que os pesquisadores do Berkeley Lab fizeram foi criar um novo tipo de plástico chamado polidicetoenamina (PDK), que reverte as ligações que os monômeros produzem com os aditivos. Isso significa que, quando chega a hora fazer a reciclagem do plástico, os monômeros e os aditivos são quimicamente separados usando uma solução ácida, deixando os monômeros livres para se ligarem a diferentes aditivos para produzir diferentes tipos de plásticos.

limites da reciclagem
Ao contrário dos plásticos convencionais, os monômeros de plástico PDK poderiam ser recuperados e liberados de quaisquer aditivos compostos simplesmente mergulhando o material em uma solução altamente ácida. (Imagem: Peter Christensen et al./Berkeley Lab para newscenter.lbl.gov).

Em outras palavras, os pesquisadores demonstraram que, não apenas o ácido quebra os polímeros de PDK em monômeros, mas o processo também permite que os monômeros sejam separados dos aditivos. E tem um adendo: monômeros PDK recuperados podem ser transformados em polímeros, e esses polímeros reciclados podem formar novos materiais plásticos sem herdar a cor ou outras características do material original. Nesse sentido, se feita com PDK, uma pulseira colorida que você jogou no lixo pode virar um teclado de computador, por exemplo.

Essa abordagem química visa mudar o ciclo de vida dos plásticos. O PDK quer quebrar o padrão linear de uso dos plásticos e torná-lo, de fato, circular. Apoiamos!

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Fontes: Newscenter.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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