Engenharia 360

Borracha de pneu ganha versão sustentável com cascas de ovo e tomate

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 20/04/2017 | Atualizado em 09/10/2024 3 min
Imagem reproduzida de Ohio State University

Borracha de pneu ganha versão sustentável com cascas de ovo e tomate

por Larissa Fereguetti | 20/04/2017 | Atualizado em 09/10/2024
Imagem reproduzida de Ohio State University
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Diminuir a geração de resíduos é uma das metas principais para empresas e consumidores que buscam práticas mais sustentáveis. Seja por meio da redução, reutilização ou reciclagem, a inovação na produção de borracha de pneu sustentável está ganhando destaque. Seguindo essa tendência, pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica inovadora para fabricar borracha de pneu a partir de cascas de ovo e pele de tomate. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

borracha de pneu
Imagem reproduzida de Ohio State University

O impacto das cascas de ovo e tomate na borracha de pneu

Esses dois ingredientes são usados para substituir o negro de fumo, um material semelhante a fuligem, que é produzido pela combustão incompleta de derivados de petróleo. Aliás, a diferença entre o negro de fumo e a fuligem é que ele possui uma relação de área superficial por volume mais alta. Este material é carcinogênico e prejudica o sistema respiratório, quando inalado, por conter HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos).

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A saber, uma das principais funções do negro de fumo é atuar como pigmento e reforçador, além de ajudar a reduzir danos térmicos. Ele compõe aproximadamente 30%  do pneu e é cada vez mais difícil de ser encontrado.

A nova borracha de pneu e seus benefícios sustentáveis

A nova tecnologia traz diversas vantagens, como:

  • Sustentabilidade: reduz a dependência de petróleo estrangeiro e diminui a poluição ambiental.
  • Reutilização de resíduos: cascas de ovo e tomate que seriam descartadas agora são aproveitadas.
  • Alta performance: o material resultante excede os padrões de qualidade.

Esses benefícios não só melhoram o impacto ambiental da produção de pneus, mas também abrem novas possibilidades para o uso de resíduos alimentares em larga escala.

borracha de pneu
Imagem reproduzida de popsci.com

O segredo do sucesso com microestruturas das cascas de ovo

O bom desempenho das cascas de ovo é devido à microestruturas fibrosas que fornecem maior área de superfície para contato com a borracha. As cascas de tomate são estáveis e, quando submetidas a temperaturas elevadas, podem ser usadas para gerar materiais com bom desempenho.

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Embora produzir pneus em casa com cascas de ovo e tomate possa parecer inviável, a solução está nas indústrias. Elas utilizam esses resíduos em grande escala e evitam que sejam despejados em aterros sanitários. Os Estados Unidos, por exemplo, consomem quase 100 bilhões de ovos por ano, e metade disso vem da indústria. Além disso, os tomates também são modificados para suportar longos transportes, e a casca é removida em grandes volumes para a fabricação de produtos como molhos.

borracha de pneu
Imagem reproduzida de Ohio State University

A ideia de usar esses dois resíduos não caiu na cabeça dos pesquisadores, vários outros foram testados durante a pesquisa. Eles também possuem trabalhos relacionados a borracha e um deles estuda o dente-de-leão (aquela plantinha que todo mundo gosta de soprar e ver as sementes voarem), cuja raiz possui um fluído leitoso que pode ser usado na fabricação do material.


Fontes: Ohio State University; PopSci; Chemisol; U.S. Sustainability.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

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