Em 2019, após fenômenos atmosféricos que transformaram o dia em noite em algumas cidades brasileiras, aumentaram as preocupações sobre a qualidade do ar nas regiões habitadas. Um exemplo preocupante ocorreu em 2016, quando a poluição do ar foi responsável por mais de 4 milhões de mortes em todo o mundo. Para compreender a qualidade do ar em determinada região, é possível consultar o Índice de Qualidade do Ar (IQA).
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O que é o Índice de Qualidade do Ar (IQA)?
O IQA, diferentemente do Índice de Qualidade da Água, é um indicador diário que reflete a qualidade do ar com base nas concentrações de poluentes presentes. O IQA resume essas informações em um valor numérico que varia de 0 a 300.
Quanto maior o valor do IQA, pior é a qualidade do ar. Valores entre 0 e 50 são considerados bons, de 51 a 100 são regulares, de 101 a 199 são inadequados, de 200 a 299 são ruins e acima de 300 são péssimos.
O IQA é calculado levando em conta alguns poluentes principais, tais como dióxido de enxofre, monóxido de carbono, material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio. O cálculo é simples e utiliza as concentrações medidas nas estações de monitoramento.
Padrões de qualidade do ar no Brasil
No Brasil, a Resolução CONAMA 491/2018 estabelece os padrões de qualidade do ar, revogando e substituindo a antiga CONAMA 03/1990. Essa resolução define os padrões de qualidade para cada poluente atmosférico em diferentes períodos de referência.
A obtenção do IQA para uma determinada região é um processo um tanto complexo. É necessário encontrar o site que fornece os dados do estado em questão e selecionar a estação de monitoramento desejada, caso esteja disponível na área de interesse. A Plataforma de Qualidade do Ar engloba algumas estações de monitoramento localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Como consultar dados de qualidade do ar
Para consultar os dados em cada estado separadamente, em São Paulo, as informações são disponibilizadas pela CETESB. Em Minas Gerais, a FEAM publica o Boletim Diário, enquanto no Rio de Janeiro há o MonitorAR, que apresenta os boletins atualizados. É importante ressaltar que muitos estados não realizam o monitoramento devido à ausência de grandes problemas de poluição, como indústrias, tráfego intenso e outros fatores que contribuem para um baixo IQA.
Também é possível consultar a qualidade do ar em mapas digitais globais, como o waqi ou o aquicn, que fornecem o Índice de Qualidade do Ar em tempo real. Infelizmente, essas plataformas abrangem apenas as cidades de São Paulo no Brasil.
O impacto das queimadas na qualidade do ar
Infelizmente, o monitoramento da qualidade do ar ainda é deficiente no Brasil. A falta de monitoramento em algumas regiões pode ser justificada pela ausência de necessidade real, mas é fundamental considerar que a poluição pode se deslocar para outras áreas.
Por exemplo, as queimadas na Amazônia têm impactos diretos na qualidade do ar, como evidenciado em setembro de 2023, quando o Amazonas registrou o segundo maior número de focos de queimadas desde 1998, comprometendo a qualidade do ar na região. Foram identificados quase 7 mil pontos de incêndio , superando apenas o mesmo mês em 2022. A região da Amazônia Legal teve um total de 34.470 focos de queimados , durante uma seca severa.
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